MAI, um dos espelhos do país…

Recebi uma carta do Ministério da Administração Interna notificando-me de uma multa de estacionamento a pagar. Para me informarem de uma coisa tão simples como “tem de pagar a multa no valor X porque estacionou mal no dia Y, à hora Z, no local W”, escreveram 19 parágrafos (!!). Transcrevo apenas o primeiro.

Vistos os autos cumpre decidir, nos termos do artº 181º do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei nº 114/94 de 3 de Maio, revisto e republicado pelo Decreto-Lei nº 2/98 de 3 de Janeiro, pelo Decreto-Lei nº 265-A/2011 de 28 de Setembro alterado pela Lei nº 20/2002 de 21 de Agosto e pelo Decreto-Lei nº 44/2005 de 23 de Fevereiro e alterado pelo Decreto-Lei nº 113/2008 de 1 de Julho“.

Depois disto, a carta refere mais 19 vezes (!!) artigos ou Decretos-Lei. Ou seja, no total são 26 referências!! Penso que isto espelha bem o país em que vivemos, o Estado que temos, e a capacidade das pessoas que nos têm governado.

#GreveGeral FPs, rapaz do jornal e Bruno Nogueira aderem

Acho bem que a Greve seja um direito do povo consagrado na Constituição. É legítimo que haja organizações a liderar a Greve. Compreendo que numa situação como a que Portugal está, o povo queira demonstrar o seu descontentamento. No entanto, eu não adiro a nenhuma Greve deste tipo.

Feita a declaração de interesses é tempo de dizer que – salvo raras excepções que confirmam a regra – só se vêem os funcionários públicos a aderir à Greve. Curiosamente são aqueles que mais privilégios e protecção têm no seu emprego. Será por não terem patrão que não hesitam em fazer gazeta?

Apenas se vêem a aderir à Greve as empresas públicas, semi-públicas, ou ex-públicas. Exemplo são as Câmaras Municipais, as Escolas, os CTT, os STCP e Carris, o Metro e a CP. Aliás, é fácil de confirmar através da comunicação “dita” social, que só faz reportagem à porta das serviços públicos e estações de transportes.

Curioso não se ver nenhuma equipa de reportagem à porta de empresas privadas e grandes (os tais capitalistas) como a AutoEuropa, a Sonae, o BES, a Zon, a Portucel, a Martifer, a Jerónimo Martins, entre outras. Porque será? Não será com certeza do Guaraná…

De resto, a paralização do país – anunciada pelos sindicatos – não a senti. A única coisa em que reparei foi, no caminho para o trabalho, não ter visto o rapaz que costuma estar a distribuir jornais no semáforo da Duque Loulé junto ao Marquês de Pombal, e também não ter ouvido o “Tubo de Ensaio” da TSF.

Imorais e ilegais não são os dividendos

Cabe na cabeça de alguém (pelo menos na cabeça de alguém com bom senso) que o Governo e o PS andem aí a insurgir-se contra as empresas cotadas em bolsa que vão pagar os dividendos aos seus accionistas já em 2010? Até parece que estão a fazer algo ilegal ou imoral.

Irá o Primeiro-Ministro, o Ministro das Finanças ou o líder da bancada do PS, da próxima vez que aumentarem os combustíveis, insurgir-se também contra os portugueses que no dia anterior irão à bomba de gasolina encher o depósito do seu automóvel? Havia de ser bonito, o povo a fazer-lhes manguitos.

Estas atitudes demonstram o desnorte, o carácter e a desonestidade dos membros do Partido Socialista. Principalmente depois de terem andado a fazer as figuras tristes (essas sim ilegais e imorais) a que todos pudemos assistir na questão do negócio PT-Telefónica-Vivo.

Luís Amado… a vingança serve-se fria

Será que as palavras de Luís Amado na entrevista ao jornal Expresso não terão nada que ver com as imagens que se podem ver neste vídeo?… já diz o ditado: “A vingança serve-se fria”.

Governo de iniciativa Residencial

Reflectindo sobre a situação do país, o que mais me preocupa neste momento não é a aprovação de um qualquer orçamento. O que tem ocupado o meu pensamento é a pergunta “Quem nos pode tirar deste buraco?” visto que os que se perfilam não me parecem capazes?

Um governo de iniciativa presidencial é escolhido pelo Presidente da República e, assim sendo, um governo de iniciativa Residencial é escolhido pelo presidente cá de casa. Ora como vivo sozinho, fui eleito com 100% dos votos, e por isso aqui vai o meu Governo:

Primeiro-Ministro: Rui Rio
Ministro da Economia: António Borges
Ministro das Finanças: Luís Campos e Cunha
Ministro da Saúde: Leonor Beleza
Ministro da Justiça: António Lobo Xavier
Ministro do Trabalho e Seg. Social: José Silva Peneda
Ministro da Defesa: Paulo Portas
Ministro da Educação e Ensino Superior: Marcelo Rebelo de Sousa
Ministro da Cultura: Pedro Santana Lopes
Ministro da Administração Interna: Nuno Melo
Ministro das Obras Públicas e Transportes: João Cravinho
Ministro da Ciência e Tecnologia: José António Salcedo
Ministro do Ambiente: Carlos Pimenta
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Luís Marques Mendes
Ministro da Juventude e Desporto: Carlos Coelho
Ministro da Presidência: Nuno Morais Sarmento
Ministro da Inovação: Diogo Vasconcelos

A política é feita para pessoas e por pessoas. Por isso importa discutir também – além das estratégias, das políticas e dos rumos – essas mesmas pessoas. Desafio-vos portanto a comentarem, sugerirem ou fazerem correcções ao “meu governo”, ao qual podem faltar ministérios por exemplo (Espero que os próprios, se por aqui passarem, não se sintam mal com a escolha).

O regabofe socialista denunciado


Há umas semanas atrás o blogue 31 da Sarrafada (que a princípio muitos julgavam ser apenas um circo) começou a prestar um enorme serviço público ao listar vários gastos de entidades públicas. Fê-lo, na sequência do pedido (em tom de desafio) do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para que todos dissessem onde cortariam na despesa pública.

O alerta dado por este blogue chegou à comunicação social, que logo começou a dar ênfase à questão. Coisa que já deveria ter feito antes e não fez. Mas afinal de contas é também para isto que serve a blogosfera, para denuciar casos que por vezes passam despercebidos na comunicação dita social.

A TSF e o Público sublinharam o facto de Luís Filipe Menezes, deputado do PSD – no seguimento de uma troca de tweets com o 31 da Sarrafada – pedir explicações ao governo sobre gastos da Anacom. Também o jornal i publicou uma notícia sobre esse assunto enquanto que o DN preferiu falar dos gastos da DGCI.

Também no Twitter o 31 da Sarrafada publicou uma série de mensagens com a hashtag #Austeridade que foi imediatamente seguida e alimentada por muita gente. De entre vários tweets com denúncias de gastos duvidosos e espantosos das entidades públicas destacam-se as seguintes:

– Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge gasta 20 M€ em tinteiros e toners
– ICP – Anacom gasta 11 m€ na criação de um template word e excel
– Ministério da Administração Interna pede em empresa de Turismo Rural para fazer traduções no valor de 7 m€
– Instituto Superior Técnico compra 400 resmas de papel A4 por 10 m€
– CM do Seixal compra acompanhamento jornalístico da actividade autárquica por 44 m€

E muito mais havia para contar por entre garrafas de champagne Don Perignon e empresas de boys do Partido Socialista. Depois da denúncia deste regabofe socialista, parece que andam agora a tentar apagar da base de dados alguns dos contratos mais escandalosos.

Ainda alguém se surpreende ou questiona do porquê termos chegado a este estado calamitoso nas contas públicas? Ainda há alguém com dois dedos de testa que ache que a culpa é da crise internacional?

Dane-se a reserva moral do PSD!

Se há coisa que sempre detestei no PSD foi o facto de haver uma espécie de “reserva moral” social-democrata, em Lisboa, que tem sempre de meter o bedelho, e logo quando o partido e o país menos precisa. É que ainda por cima falam apenas com o objectivo de manter o status quo.

Nas últimas semanas vários membros dessa “reserva moral” têm pressionado – a palavra é mesmo esta, porque o objectivo deles é mesmo pressionar, através da comunicação dita social, da opinião pública ou dos interesses económicos e partidários – Passos Coelho para que este aprove o OE2011.

Esses senhores têm dito várias coisas, entre as quais registei “não podemos brincar com coisas sérias“. Ora brincar com coisas sérias é o que o PS tem vindo a fazer na última década e meia! E vamos oferecer-lhes mais um bilhete para a diversão?

Aliás, brincar com coisas sérias é o que alguns destes senhores da “reserva moral” de Lisboa têm vindo também a fazer ao longo das suas carreiras político-empresariais! Nada interessa o país, e nada interessa o povo. O importante é a sua posição, a sua conta bancária e o seu poder.

Ora… chumbe-se o OE2011 e venha de lá um governo de iniciativa presidencial. Seja ele PS com novo PM, PSD-CDS, Tecnocrata, ou outro tipo qualquer de executivo. Tanto dá, desde que não tenha pelo meio Sócrates, Silvas Pereiras, Santos Silvas, Teixeiras dos Santos e afins…

Estamos em fase Tiririca… chumbe-se o OE2011

Fui apoiante incondicional da estratégia (falar verdade) levada a cabo por MFL enquanto presidente do PSD. Sabia que não era a líder perfeita, mas o país precisava de alguém competente e sério e não de alguém bem falante e com boa imagem. Mas neste momento discordo de MFL em relação ao orçamento. Eu, se estivesse no lugar de PPC chumbava o OE2011.

Politicamente falando, Portugal está numa fase Tiririca: “Pior do que tá não fica“. Tenho consciência que a nível económico, financeiro e social as coisas ainda vão piorar, mas politicamente não podiamos estar pior. Temos um governo incapaz, incompetente, descredibilizado, pouco sério ou honesto, e que gera desconfiança no exterior.

Não tenho, por isso, medo do fantasma da crise política. Mesmo com o argumento de só poder haver eleições daqui a 8 meses. Tenho medo é que nos atrasemos mais 8 meses !! Se o governo se demitisse, o sistema democrático que temos permitia que se arranjasse um novo sem eleições.

Ou o PS se torna um partido responsável e arranja outro PM e outro executivo, ou então o PR deve chamar outros partidos para formar governo, sejam eles quais forem.

O Povo casou com Sócrates

Se na legislatura anterior ainda havia dúvidas, na actual elas ficaram todas dissipadas em relação à (falta de) qualidade dos políticos que temos. Falo no Governo, no partido que suporta o Governo e também na oposição. Existem, como é natural, algumas excepções no seio do PSD, do CDS e do PCP. Não encontro nenhuma no PS ou no BE.

Os últimos doze meses (Set 2009 – Set 2010) só podem ser caracterizados por uma expressão: Annus horribilis. A rainha Isabel II de Inglaterra usou esta expressão no ano de 1992, em que 3 dos seus filhos se divorciaram. Aqui, os tugas podem pelo contrário dizer que o problema foi terem “casado” com José Sócrates.

Arranjaram um cônjuge que parecia o príncipe encantado, mas que se revelou o maior bêbado, mentiroso, preguiçoso, infiel, irresponsável e desonrado dos maridos. Casou com o tuga por interesse e por dinheiro, e acabou por esbanjar tudo o que ele tinha. Além disso sujou a sua imagem e o seu bom nome. Despiu-o, usou-o, abusou dele e deixou-o na sarjeta.

Só espero que o típico tuga tenha aprendido a lição, e que no futuro não eleja mais nenhum Sócrates. Espero que este seja o fim do chico-espertismo, da mentira, da habilidade e da falta de carácter. Que seja o fim da incompetência, da mediocridade e da irresponsabilidade. Que seja o fim da corrupção, do nepotismo, das mordomias e das benesses. Que seja o fim do facilitismo e da falta de exigência.

Precisamos de políticos responsáveis, sérios, honestos, capazes, competentes, sensatos e acima de tudo… com sentido de missão.

Obrigado pelo aumento de impostos (II)

No dia 13 Maio 2010 escrevi um post sobre o título “Obrigado pelo aumento de impostos“. Dado que hoje, passados 4 meses, o governo está prestes a anunciar isto… vou transcrever aqui, sem mexer numa vírgula, o que escrevi na altura.

Hoje o Primeiro-Mentiroso José Sócrates anunciou um novo aumento de impostos. E desta vez é um aumento brutal. IVA, IRS, IRC, etc. Vou-me escusar de fazer referência às causas e aos culpados por esta situação. Mas uma coisa é certa, este aumento servirá para cobrir as asneiras que são consequência da incompetência e ganância do Governo PS.

Este post, no entanto, serve apenas para agradecer à maioria dos portugueses, o facto de eu (e outros que não têm culpa) ter de trabalhar mais e melhor ainda, ter de fazer mais e maiores esforços, adiar e protelar mais os projectos e desejos. Isto, para poder continuar a viver de forma despreocupada, desafogada e de consciência tranquila.

Portanto, obrigado àqueles portugueses egoistas que não vão votar porque nesse dia mais vale ir para a praia. A vida corre bem, e desde que o que ganham dê para ter um BMW e ir de férias para o Brasil, está tudo bem.

Obrigado àqueles portugueses que não se interessam pela política porque acham que não tem influência nas suas vidas. Já dizia Platão “O preço a pagar por não te interessares por política é seres governado pelos teus inferiores”.

Obrigado àqueles portugueses que não fazem sequer o esforço de pensar pela própria cabeça e acreditam em tudo o que dizem os bem falantes políticos e a comunicação “dita” social. E assim chegam ao dia de votar e vão com o rebanho.

Obrigado àqueles portugueses que vêem a política como se de um campeonato de futebol se tratasse, e os partidos como se de um clube se tratasse. Defendendo e encobrindo as asneiras dos seus dirigentes e “jogadores” ao ponto de não perceberem que isso tem consequências gravíssimas para os seus concidadãos.

Obrigado àqueles portugeses que se dizem “empresários” e têm como modelo o próprio José Sócrates. Esses que pensam que o mais importante é a aparência, e depois vai-se fazendo pela vida e tentando ganhar uns negócios. Nem que esses negócios seja menos lícitos ou que para os ganhar seja preciso vender a dignidade ou até a mulher.

Obrigado a muitos outros portugueses, que votaram em José Sócrates e no PS nas eleições legislativas de 2009 (já dou de barato as de 2005).