Economia Tirsense – As Soluções (parte II)

Plano de actividades

A Campanha de Marketing – ancorada num website e nas redes sociais – deverá estar em sintonia com um Plano de Actividades que promova workshops, seminários, conferências, congressos, exposições, feiras e outros eventos. Estes, deverão ser variados, bem estruturados e organizados, de preferência livres ou acessíveis, e relacionados principalmente com as tais áreas ou sectores de aposta.

É importante para os líderes de negócio estarem num local onde possam encontrar pessoas com os mesmos interesses, o mesmo mindset e espírito empreendedor. Um local onde sintam que fazem parte de um cluster que está na vanguarda de uma indústria, e que faz da partilha, da colaboração e da construção de sinergias a sua maior qualidade, a sua força motriz e o seu impulso para atacar o mercado.

Este tipo de actividade tem o poder não só de reunir quem se fixou naquele local – criando um esforço de cooperação simultâneo e colectivo – mas também de atraír participantes que dessa forma ficarão a conhecer o que ali se produz e como se vive. Ficando assim lançada a semente para novos empreendedores e empresas se fixarem, bem como uma publicidade boca-a-boca.

Actividades deste tipo são muitas vezes o elo de ligação que falta entre empresas fornecedoras e empresa clientes, entre empresas que se podem tornar parceiras de negócio, entre empresas e universidades ou escolas. O elo de ligação que falta entre ideias e soluções que as coloquem em prática, entre análises, desenhos e processos de implementação, entre visão e realidade.

E estes eventos não devem ser levados a cabo unicamente pelo poder executivo local. Eles devem ser organizados em parceria com instituições que tenham interesse em estar presentes e envolvidas, e também aproveitando o know-how de empresas que se dedicam exclusivamente a este tipo de actividade, e que têm modelos de negócio e estratégias amadurecidos, sabendo bem com o fazer de forma a obter resultados frutíferos.

A Fábrica de Santo Thyrso – que tem sido utilizada para os mais variados eventos culturais (que também são necessários e válidos, mas que pouco investimento, empresas e emprego atraem) – pode e deve ser utilizado e explorado para a organização destas actividades. Funcionando não só como um centro de congressos/exposições mas principalmente como um centro de negócios, com todas as condições para receber empreendedores e gerar oportunidades.

Economia Tirsense – As Soluções (parte I)

Daí que não é descabido ter como alvo empresas não só nacionais, mas também internacionais e apostar na atracção destas para Santo Tirso. Algo que deve ser feito obedecendo a uma estratégia bem definida e um projecto bem estruturado. Sendo depois implementado de forma rigorosa e respeitando as melhores práticas. A meu ver este desígnio deverá ter três dimensões: Campanha de Marketing; Plano de Actividades; Infra-estruturas.

Qualquer empresa, de qualquer dimensão, sector ou ramo é bem vinda. Seja ela uma filial de uma empresa multi-nacional, uma sucursal de uma empresa nacional, uma relocalização de uma empresa ou mesmo uma start-up. Mas é essencial que os esforços se centrem principalmente em uma ou duas áreas de negócio que reconhecidamente são, e contribuirão, para o futuro, por forma a haver uma certeza de sucesso e um desenvolvimento sustentado da economia local.

Campanha de Marketing

A Campanha de Marketing deverá ter a sua âncora na internet e nas redes sociais, o local por excelência para procura, processamento, análise e partilha de informação. Deverá ser criado uma website com um design moderno e atractivo, um User Interface intuitivo e fácil de usar. Onde estivessem disponíveis não só a informação chave necessária e relevante, como também todas as qualidades mencionadas (geográficas, metereológicas, naturais, gastronómicas, culturais, etc.).

De entre a informação chave necessária e relevante devem constar os impostos, as taxas, o processo de licenciamento/estabelecimento (que obviamente deveria ser simplificado e rápido) e as leis e regulamentos aplicáveis. Mas tão ou mais importante do que isso é disponibilizar informação relativa a infra-estruturas, recursos humanos disponíveis, oportunidades de negócio e o tecido empresarial envolvente.

É de extrema importância para uma empresa conhecer e ter noção das condições do local e da infra-estrutura onde se vai fixar. Ao nível dos acessos, do estacionamento, dos transportes públicos, da logística, dos serviços. Como também é útil saber que tipo de recursos humanos estão disponíveis para contratar. A sua idade, a formação académica e profissional, a experiência, as competências, as capacidades, o talento.

Também fulcral é saber que estabelecimentos de ensino e especializações existem na zona. O desenvolvimento económico obriga a que haja uma relação muito próxima entre empresas, universidades e escolas profissionais. A colaboração entre empresas e ensino superior ou especializado é o berço da inovação – tão importante nos mercados globais e competitivos de hoje – que diferencia o produto/serviço final.

O conhecimento das empresas que se inserem naquela área acaba por ser decisivo. O seu sector, o seu ramo, a sua dimensão, a sua capacidade, a sua facturação, a sua rede de contactos. Empresas essas que poderão ser relevantes ou até indispensáveis, alavancando ou suportando o negócio de quem pondera fixar-se. Determinante também, é perceber que oportunidades de negócio existem ou podem aparecer neste ecosistema empresarial.

Para finalizar, deverá também estar disponível no website o testemunho de ilustres e reconhecidos líderes empresariais, políticos e da sociedade civil. Que emprestando a sua credibilidade, know-how, razão, conhecimento e experiência possam atraír quem pondera, avalia e considera fixar-se no concelho.

Economia Tirsense – As Vantagens

Medidas como a simples baixa de impostos não servem de incentivo. Muito menos quando depois de as implementar se fica “sentado à sombra da bananeira”. É necessário, como em tudo na vida, ir atrás. É preciso trabalhar para capitalizar as vantagens que se tem. Na Suécia, o Conselho de Administração do IKEA, nunca teria conhecido Paços de Ferreira, se o concelho não se tivesse mexido para se ir apresentar e mostrar as condições que tinha para oferecer.

Santo Tirso tem uma localização privilegiada. Está a menos de 30 minutos de dois grandes centros urbanos como Porto e Braga. Está no litoral a menos de 30 minutos das praias. Está a menos de 30 minutos do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e do Porto de Leixões. Santo Tirso tem boas acessibilidades. A A3 Porto-Valença, a A7 Vila do Conde-Vila Pouca de Aguiar, a A42 Alfena-Lousada ou a A11 Apúlia/Castelões. Santo Tirso tem história e locais aprazíveis.

Para além do mais Santo Tirso está num país e numa zona do globo que é invejada por muita gente em vários países mais desenvolvidos. Não só pela localização geográfica mas também pelas condições naturais, pela metereologia, pela gastronomia. E está muito perto de uma zona do país que se encontra entre as mais bonitas e reconhecidas zonas portuguesas a nível mundial: o Douro. Desde a foz do rio, no Porto, até Trás-os-Montes.

Santo Tirso tem de fazer valer estas suas qualidades. E tem de o fazer não só no plano nacional mas também internacional. Não é de descartar – aliás, a meu ver, é mesmo de apostar – na atracção de investimento estrangeiro, de empresas internacionais. No mundo global em que hoje vivemos, com o advento das novas tecnologias e da internet já é indiferente a certas empresas estarem em Londres, em Roterdão, em Praga, em Bologna, em Sevilha ou em Santo Tirso.

A fácil e acessível mobilidade oferecida pelas companhias aéreas – consequência da competitividade entre empresas de baixo custo, de bandeira ou outras – pela ferrovia e rodovia de alta velocidade, e pelo aumento da integração de todos estes tipos de transportes, aproximou cada vez mais países e regiões de tal maneira que no meio empresarial se fala em EMEA (Europe Middle East and Africa) em que países Europeus, Africanos e do Médio-Oriente fazem parte do mesmo território.

Economia Tirsense – Os Desafios

Santo Tirso nunca sairá da situação em que se encontra enquanto as decisões e acções forem descoordenadas, desconexas, incoerentes e avulsas, pretendendo apenas colmatar necessidades momentâneas e conjunturais. Nunca se conseguirá melhorar a qualidade de vida dos Tirsenses enquanto quem exerce o Poder não abordar as necessidades estruturais e colocar o interesse colectivo à frente do interesse pessoal ou circunstancial.

Quem nos lidera tem pensado que a vida dos Tirsenses melhora com medidas do tipo: aumentar o subsídio de almoço das crianças na escola – porque os pais não as conseguem sustentar. Ora, para além de confundir Política com Caridade está a pensar ao contrário. Devia era preocupar-se em arranjar maneira de os pais terem condições de sustentar os próprios filhos. Isto é, terem um emprego que lhes traga rendimento suficiente.

Tudo o que tem que ver com questões como aquela que usei para exemplificar as fracas e pobres decisões com que nos têm presenteado, não deve ser tratado pelo Poder político mas deixado a cargo da Sociedade Civil, das suas intituições e organizações, que todos os dias provam ser muito mais competentes nessas áreas – e quantos bons exemplos temos no concelho, desde a Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso à ASAS.

O desenvolvimento do concelho e da qualidade de vida dos Tirsenses não se constrói com concertos do artista musical da moda ou com passeios religiosos. Isso não traz felicidade. Quanto muito poderá fazer esquecer a triste vida que se tem durante aquele pequeno espaço de tempo. Mas a verdade é que no final do dia os Tirsenses voltam a casa na sua miserável condição de desempregado, de socialmente desintegrado.

E não há volta a dar-lhe. O desenvolvimento do concelho e o consequente aumento da qualidade de vida dos Tirsenses só será possível se voltar a haver uma dinamização da Economia, tal como aconteceu até aos anos 90. E essa dinamização da Economia só será possível se o concelho tiver capacidade para atraír investimento e empresas, que naturalmente irão não só criar riqueza como também empregos para a população.

Mas aqui chegamos ao busílis da questão: Como atraír esse investimento, essas empresas. Desde há 20 anos para cá ninguém foi capaz de o fazer. A única coisa que vimos foram as tais medidas desconexas e avulsas, sem qualquer tipo de estratégia, que desaguam em coisa nenhuma. A tão propalada baixa de impostos e a criação de zonas industriais – agora completamente deitadas ao abandono – são evidentes exemplos disso mesmo.

Está mais do que visto que não é assim que se atrai investimento com o intuito de dinamizar a Economia local. É preciso ter mais, muito mais do que isso. E também não é com favores políticos, partidários ou pessoais – como foi o caso do Call Center da PT – que se vai lá. Até porque esses não dependem das condições oferecidas, e muito menos se preocupam em estabilizar e contribuir para o desenvolvimento local.

Economia Tirsense – As Causas

Santo Tirso vem, há mais de duas décadas, a perder qualidade de vida, a regredir em relação àquilo que já foi, e a perder influência no plano regional e nacional. Outrora uma das cidades que mais contribuia (em proporção) para a produtividade nacional, impulsionada pelo poder da sua indústria, liderada pelos sectores Têxtil e da Metalomecânica, que empregavam e eram fonte de rendimento da maioria da população.

A cidade e o concelho produziam Riqueza, a Economia efervescia, a Cultura vivia um estado salutar, o Desporto trazia resultados e alegrias. Estavam disponíveis diversos Serviços (Escola, Hospital, Telefones, Electricidade, Seguros, Banca, etc). Havia em Santo Tirso qualidade de vida e os Tirsenses viviam felizes, seguros, tranquilos, sossegados. Em paz consigo mesmos e com a sua família, que viam crescer e fixar-se.

As dificuldades apareceram, consequência de factores externos. A crise do sector Têxtil e a recente crise financeira Nacional foram os mais relevantes. Mas também de factores internos, onde a desagregação da Trofa e a falta de visão e liderança política tiveram o seu papel. Todos estes factores vieram retirar a Santo Tirso o seu encanto, mergulhá-lo numa situação grave e torná-lo num concelho moribundo e sem rumo.

Santo Tirso não se soube reinventar. Não se soube adaptar aos novos tempos e aos novos cenários. E a principal responsabilidade foi de quem liderou e lidera os destinos do concelho. A falta de visão, de estratégia, de rumo, de capacidade política, de capacidade de acção e até mesmo, em alguns casos, de nível intelectual, levaram quem liderou os destinos do concelho a negligentemente deixar Santo Tirso precipitar-se no abismo.

Temos assistido nas últimas duas décadas a um Poder Executivo que se cinge a uma gestão corrente da estrutura de Poder Local (Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Empresas Municipais, Orgãos Autárquicos, e afins) que por vezes mais parece uma central de emprego para os seus amigos. E nada mais faz do que gerir a sua continuidade no Poder com acções e decisões ad-hoc apenas motivadas por, e em consequência de, períodos eleitorais.

Economia Tirsense

Santo Tirso é um dos concelhos com maior taxa de desemprego em Portugal. Este facto não é novo, nem é de agora. Há uns tempos resolvi pensar um pouco sobre a Economia Tirsense as suas Causas, Desafios, Vantagens e Soluções.

Vou publicar nos próximos dias uma série de seis posts que abordam estes tópicos e reproduzem aquilo que pensei. O que escrevi não é, propositadamente, nenhum estudo exaustivo. Não pretende ser a solução, uma solução, ou a única solução.

Pretende apenas agitar a mente de quem lê e sugerir algumas ideias para levar a cabo a tarefa hercúlea de reanimar a Economia Tirsense. Deverá ser visto como uma ínfima e humilde contribuição de um Tirsense atento e interessado.

Pode merecer ser discutido ou apenas abandonado. O objectivo é pura e simplesmente desafiar quem lê a reflectir sobre o tema. Numa altura importante em que estamos perto das eleições autárquicas que decidirão o rumo nos próximos 4 anos.

#Autárquicas2013 O Elogio da Loucura

Andreia Neto, a brilhante deputada Tirsense na Assembleia da República, fez um discurso também ele brilhante na apresentação de Alírio Canceles, o não menos brilhante candidato do PSD e do PPM à CM de Santo Tirso.

Cabia-lhe o papel de elogiar o candidato. Fê-lo ao melhor estilo a que os políticos da nossa praça já nos habituaram. Os dois anos na Assembleia da República foram frutíferos para Andreia, aprendendo com os melhores.

A tua carreira política (…) não começou hoje nem com esta candidatura“. Expressão correctíssima. Alírio está há muito à procura de uma carreira política. E que mal bem que os políticos profissionais nos têm governado.

Bem me lembro quando (…) assumiste a Comissão Política do PSD“. Expressão correctíssima. Bem me lembro quando Alírio enviou email aos militantes, a dizer que se candidatava assumia o PSD, qual feudo de um déspota democrata.

Bem me lembro do apoio incansável aos presidentes de Junta“. Incansável sem dúvida, que o digam dois dos mais importantes e influentes presidentes de Junta do PSD – Carlos Valente e Adelino Moreira – sempre ostracizados considerados por Alírio.

Sem medo de dar a cara e até (…) encabeçar manifestações“. Quem não tem força ou capacidade para o combate político nos devidos locais, usa a rua como arma contra o poder. Tal como fazem os pequenos grandes partidos, como o Partido Comunista.

Eu bem me lembro dos fins-de-semana, das noites (..) em que nos arrastaste“. Expressão correctíssima. Um verdadeiro líder não precisa de arrastar os seus seguidores. Alírio, por seu lado, só assim consegue ter alguém atrás de si a acompanhá-lo.

Eu bem me lembro como estiveste presente nas vitórias e nas derrotas, sempre com os teus“. Não me recordo de nenhuma vitória eleitoral de Alírio. Mas nas derrotas é verdade, esteve com os seus e deixou os outros de fora.

Se Santo Tirso está (…) na AR na minha (…) pessoa (…) nem a esse facto tu és estranho“. Correctíssimo. A retribuição pela jogada passagem de testemunho na liderança da CPC foi a nomeação para a lista de deputados nas Legislativas 2011.

A tua seriedade pessoal e intelectual que a todos contagiou“. A jogada suja e pouco ética passagem de testemunho que aqui denunciei aludi várias vezes, de atropelar ultrapassar pela direita os estatutos do PSD, permitindo-lhe enganar evitar a lei de limitação de mandatos comprova a falta de seriedade do candidato.

Construíste uma liderança feita de exemplo, de humildade, e sem vaidades pessoais“. A auto-nomeação como candidato à CMST, a imposição da coligação com PPM, o ostracismo pelos adversários internos, são provas de uma liderança de força exemplo, sem dúvida!

Há gente que, na verdade, não se enxerga.

#Autárquicas2013 Tal como os políticos profissionais

♦ A forma pausada de falar, sí-la-ba a sí-la-ba, tal como os políticos profissionais.

♦ As palavras caras para embelezar o discurso vazio, tal como os políticos profissionais.

♦ As expressões jurídicas para encher o discurso redondo, tal como os políticos profissionais.

♦ Os clichés vazios “novo rumo… novo paradigma… novo futuro“, tal como os políticos profissionais.

♦ O vício da mãozinha estendida a endireitar o microfone, tal como os políticos profissionais.

♦ O “passar a mão pelo pêlo” dos camaradas (4 minutos de agradecimentos!), tal como os políticos profissionais.

♦ O enfatizar do lugar que ocupa como deputada na AR (três vezes!), tal como os políticos profissionais.

♦ O encaixar do slogan da campanha no discurso para colorir a oratória, tal como os políticos profissionais.

♦ O tratar o candidato por “tu” para simular sentimento e realismo, tal como os políticos profissionais.

♦ O criticar o adversário político sem nenhum argumento consistente, tal como os políticos profissionais.

Foi isto, Andreia Neto – a brilhante deputada Tirsense na Assembleia da República – na apresentação de Alírio Canceles – o brilhante candidato do PSD e do PPM à CM de Santo Tirso. Ver o discurso na íntegra aqui.

Tudo como se quer, em política neste país. Muito lugar-comum. Muita hipocrisia. Muito teatro. Muito fingimento. Nenhuma ideia. Nenhuma solução. Nenhuma medida concreta. Nenhum conteúdo. Nenhuma substância.

Portanto, “Nada de novo, no reino da Dinamarca“, tal como escreveu William Shakespeare, em Hamlet.

#Autárquicas2013 Santo Tirso com especial interesse

Este ano terei um especial interesse nas eleições Autárquicas da minha terra. Desenganem-se aqueles que pensam que me refiro á eleição do Presidente da Câmara. Nessa tenho muito pouco interesse. A escolha é, infelizmente, fraca.

Refiro-me, isso sim, às eleições para a Junta de Freguesia que agora reúne Santo Tirso, Santa Cristina do Couto e São Miguel do Couto. Chamam-lhe união de freguesias, um nome de que não gosto. Acho que devia ser apenas Santo Tirso.

Com a junção das 3 ex-freguesias passa-se a ter aproximadamente 15.000 eleitores. E que belas escolhas esses eleitores têm pela frente. Quem dera a muitas outras freguesias, terem estes candidatos como opção, e ainda só se apresentaram 2!

É desses que quero falar, sem me referir a partidos. Porque de facto o cliché de “nas autárquicas o que conta é a pessoa” é um pouco mais verdade do que nas outras eleições, dada a proximidade dessas pessoas com a população.

Para além do mais, o percurso dos candidatos já conhecidos, demonstra bem que para eles a população e a sua terra está bem à frente do partido onde militam. Algo de valorizar já que hoje em dia, ainda assim, é raro encontrar.

Quem me conhece sabe que tenho uma amizade grande com o Zé Pedro Miranda. Aliás, acompanhei-o em parte da sua carreira política/partidária e tenho orgulho de ter feito parte do núcleo duro que construiu a sua primeira candidatura.

Não me lembro de conhecer ninguém mais humanista e orgulhoso de ser Tirsense do que ele. Duas características essenciais para se ocupar aquele lugar. A obra fala por si. O que fez na Junta de Santo Tirso não tem igual no passado.

Conheço o Jorge Gomes há muitos anos, desde os tempos em que liderava a principal “equipa” de apoio ao FC Tirsense. Desde essa altura que o vejo a dinamizar e liderar em várias áreas, sempre com uma enegia e vontade invejáveis.

A obra que deixou em Santa Cristina do Couto também é visível. E o carinho que a população tem por ele é uma boa demonstração. Nunca estivemos do mesmo lado, politicamente falando, mas acho que partilhamos alguns valores.

Se tivesse apenas de escolher entre os dois, escolheria o Zé Pedro Miranda. E isto não pode representar nenhuma desconsideração pelo Jorge Gomes. Tem apenas que ver com duas questões concretas: uma ideológica e outra de facto.

O próximo Presidente da Junta vai gerir uma Freguesia com 20.000 pessoas. O Jorge Gomes tem gerido (e bem) uma freguesia de 5.000, enquanto que o Zé Pedro estará mais preparado já que até agora geriu (e bem) cerca de 15.000.

De resto (e sem falar de partidos, já que a sua ideologia oscila muito nos dias que correm) creio conhecer bem as ideias e convicções de cada um, e afinal de contas o cargo é político. Nesse sentido, sinto-me ideológicamente mais próximo do Zé Pedro Miranda.

Creio no entanto que, independentemente de quem vença, ambos estarão dispostos a valorizar as ideias do outro e envolvê-lo nas decisões que importam aos Tirsenses, Cristinenses e Miguelenses. Não acredito na habitual e contraproducente guerra partidária.

Finalmente, apenas desejar que os outros partidos apresentem também bons candidatos. A democracia e Santo Tirso só têm a ganhar. Desconheço o que vai no PCP e BE, mas espero que o CDS capitalize o bom resultado de 2009 com Zé Duarte Malheiro.

Veio tirar de esforço, levou por tabela

Na semana passada o Rodrigo Saraiva publicou na sua página do Facebook mais um post do Imagens de Campanha. Era, desta vez, um cartaz de um candidato a um concelho que não é o meu, mas que conheço muito bem.

No post do Rodrigo comentei que até me custava a acreditar naquele candidato do PSD. Que aquilo comprovava que a política está populada de gente “menor” e que foi tomada de assalto pelos profissionais da política.

Ora acontece que o próprio – o candidato – viu o meu comentário. E vai daí, através de mensagem privada no Facebook veio, como se diz em bom português, “tirar de esforço” (pedir explicações).

Diga-se que o fez muito respeitosamente. Outra coisa não seria de espera por quem, como eu, se dá ao respeito e portanto deve ser respeitado. Tratou-me até por “Sr. Eng.” Luís Melo, esse hábito tão português usado na política.

Mostrou o seu desagrado e a sua indignação. Disse que o comentário tinha sido profundamente deselegante da minha parte. Perguntou-me o porquê. E em tom paternalista, deixou-me um conselho “para a vida”.

Não posso dizer ao certo qual era o objectivo desta abordagem, mas conhecendo esta gente como conheço, creio que era uma tentativa de me intimidar ou inibir. Está no seu DNA político. Aprendem desde novos na máquina partidária.

Veio bater à porta errada. Não sou mais um militante “carneiro” do PSD. Muito menos um português do políticamente correcto. Sou um homem livre. Tenho o mau hábito de pensar pela minha cabeça e dizer aquilo que penso. No matter what.

O meu carácter, a minha personalidade, a minha educação, os valores e princípios que me foram passados obrigam-me a ser frontal, sincero e coerente. Obrigam-me a dizer o que penso, assumindo as responsabilidades e consequências.

Mas esta abordagem da parte do tal candidato veio em boa hora. Foi uma boa oportunidade para lhe dizer directamente, sem rodeios nem meias palavras, tudo aquilo que penso dele e daqueles que, como ele, vivem da política.

Numa mensagem muito longa, expliquei-lhe o porquê do meu comentário, e as razões pelas quais eu achava que ele não tem qualquer capacidade, competência ou qualidade para ser Presidente de uma Câmara.

Principalmente numa altura tão difícil para o país e em que se pedem exigência e rigor máximos, bom como uma mudança profunda na forma de fazer política e de estar na política.

Aproveitei também para o criticar e censurar a propósito da maneira como tem levado a sua vida política e profissional (intimamente ligadas). E atribui-lhe parte das culpas pelo estado do país (juntamente com muitos outros).

Finalmente, disse que compreendia que ele estivesse desagradado com o meu comentário e aceitava que o adjectivasse de “deselegante”. Na verdade, já não é o primeiro que, em política, se queixa da minha forma de fazer e dizer as coisas.

Na verdade o comentário não foi simpático. Mas, tal como lhe disse a ele, não ando aqui para ser simpático com ninguém. Muito menos com aqueles que usam a política, e o meu partido, para se servir ao invés de servir os portugueses. O meu dever cívico e a minha consciência assim o obrigam.

Até agora, não obtive qualquer (contra) resposta.