O português é muito curioso, quiçá até estranho. Ainda há pouco tempo atrás só falava de medidas do Governo para a Despesa, e de repente só fala de medidas do Governo para a Receita. E porquê? Porque agora não lhe toca a ele! Só aos “ricos” (os tais que odeia, apenas por inveja).
Defendo o equilíbrio das contas públicas cortando a Despesa. Mas sei que ele não é (infelizmente) possível sem aumento da receita. Daí aceito sem alarde o imposto especial sobre o subsídio de Natal, e o aumento do IVA na electricidade e gás (apesar de achar exagerado).
É necessário subir alguns impostos (ainda que temporariamente) e faz sentido que quem tem mais, pague mais. Mas vejamos: quem é abrangido pelo último escalão já paga 46,5% de IRS! Será justo fazê-los pagar mais? Não acho. Até porque os milionários não “vivem do ordenado”.
O que seria mais correcto era taxar o património: casas, terrenos, barcos, carros, jóias, obras de arte, acções, obrigações, etc. Mas não era apenas de pessoas individuais. Deveria também ser taxado o património de outras entidades, como Fundações, por exemplo.
Mais do que alguns milionários, há por aí muitas Fundações (algumas delas fundadas por, ou com o nome de, gente bem conhecida) que além de servir para objectivos não muito claros, beneficia de muitas benesses e grandes apoios do Estado.
Ora exactamente! Não me canso de falar nisso. A Fundação Berardo a usar dinheiro do Estado porquê? A Fundação Mário Soares… porquê? Este país é um colosso, dizia há uns anos Ivone Silva em programa de humor! E o IVA do Golf? Outra “joia” da coroa! Deixavam de vir ao golf se o IVA fosse para os 23%????? Nã! Acho que não!
Cara Esmeralda,
É a Fundação Mario Soartes, a do Berardo, a do Saramago… enfim… e muitas outras
Concordo, na generalidade! Muito embora me pareça que alguns dos referidos poderão sofrer dupla tributação.
O assunto é importante e deve avançar. Mas!
Para já! Penso que numa perspectiva de imposto extraordinário de emergência para acorrer à desgraçada situação em que nos encontramos.
Para, logo a seguir! Se fazer uma coisa com principio, meio e fim, avançando com um novo código tributário a sério.
Além das Fundações não se esqueçam dos idolatrados Jogadores de Futebol e quejandos que ganham milhões.
Ou será que esses não são ricos??
Completamente de acordo. Em relação à prioridade de acções, e também aos jogadores de futebol (entre outros)
Só mais um comentário…
Já viram que ninguém fala da economia paralela em que todos estamos envolvidos e que fomentamos à laburdia…
É que aí, sim! Haverá muitos e muitos milhões para ir buscar. Muito mais do que aos tais ricos… Não se esqueçam que eles, por o serem, facilmente pegam no dinheiro e põem-no noutras paragens… E, depois, nós cá ficamos com a divida…
Bem lembrado. Houvesse mais fiscalização (além de ética e moral) e podia ir-se buscar muito dinheiro à economia paralela