No dia anterior ao encontro disse que não poderia haver ilusões de vitória. João Sousa iria perder com Novak Djokovic. A única coisa que esperava era que o vimaranense ainda tivesse forças – depois de duas vitórias a 5 sets – para não ser atropelado pelo sérvio.
O João entrou muito bem no jogo, agressivo e determinado, movimentando-se muito bem no court, batendo pancadas muito fortes e com uma percentagem de primeiros serviços muito alta. Isso permitiu-lhe vencer alguns pontos espectaculares, ganhando o respeito de Djokovic e do público.
A boa performance do João era insuficiente para incomodar o número 1 do mundo, que joga num nível muito superior – algo que pude testemunhar ao vivo em Wimbledon. A intensidade e ritmo de jogo de Djoker está muito acima de qualquer jogador abaixo do top-5.
A facilidade com que o sérvio conquistava os seus jogos de serviço (muitos em 4/5 pontos) contrastava com a dificuldade do João em fechar os seus. O mesmo se pode dizer da execução das pancadas. A naturalidade das de Djoker era tanta quanto o esforço aplicado pelo João nas suas.
Na verdade João Sousa esteve muito bem, jogando o seu melhor ténis. Com poucos erros não forçados e muitos pontos bonitos. Uns ganhos outros perdidos, mas todos espectaculares. Não foi suficiente. O João foi atropelado por Djokovic, conquistando apenas 4 jogos em todo o encontro.
Mas não deixou de ser histórico: um português, de Guimarães, na 3a ronda do US Open, a defrontar o número 1 do Mundo. Coroando uma época de sonho em que esteve presente – e venceu muitos jogos – no quadro principal dos quatro Grand Slam.
No final, o resultado foi: Novak Djokovic 3-0 João Sousa (6-0, 6-2, 6-2). Uma vitória conquistada por Djokovic com todo o mérito. João Sousa não teve demérito absolutamente nenhum. Muito pelo contrário, dignificou o seu nome, o ténis português, e a vitória de Djoker.