Sondagens por encomenda

Já o disse e escrevi várias vezes: Para mim, as Sondagens (ou Estudos de Opinião) são encomendadas por partidos ou políticos e servem para tentar influenciar – num sentido ou noutro – a opinião dos eleitores menos esclarecidos.

Se não fossem encomendadas as Sondagens não teriam resultados tão díspares em tão curto espaço de tempo. Ao contrário do que se diz, o mundo não muda em 15 dias, muito menos se nada de relevante aconteceu para tal.

Como diz o ditado: “à 1ª caem todos, à 2ª cai quem quer, e à 3ª só cai quem é burro“. Da experiência que temos, podemos interpretar sozinhos as Sondagens. Quantas vezes já vimos estes estudos falhar? E não é por décimas…

Quem não se recorda recentemente das sondagens nas Europeias 2009? Chegaram a dar 40% ao PS, colocavam o PSD nos 30% e o CDS abaixo de 3%. Ora, os resultados foram: PSD – 32%, PS – 26% e CDS – 10%. Conseguem ver as diferenças?.

Tenho comigo um estudo feito em 2002 que um dia partilharei. Nesse estudo podem ver-se Sondagens vs Resultados das Autárquicas 2001. Se bem se lembram, foi à custa destes resultados que PS e Guterres abandonaram o Governo.

Nesse estudo todas as sondagens dão derrota a Rui Rio, Luís Filipe Menezes, Fernando Seara, António Capucho e Pedro Santana Lopes. Rio e Menezes tinham 20% das intenções. O voto dos eleitores deu vitória, sem margem para dúvidas, a todos.

Nos últimos dias vêm as empresas lançar Sondagens “sérias” (mesmo que delas façam pouca publicidade) para depois poderem, no dia dos resultados, dizer que acertaram ou que foram as que estiveram mais próximas, disfarçando a encomenda.

Se eventualmente alguém se der ao trabalho de recolher alguns dados, e se insurgir contra o “trabalho” destas empresas (como fez o CDS em 2009) logo os responsáveis vêm desculpar-se com a imprevisibilidade da abstenção, e dos votos nulos/brancos.

Sondagens por encomenda?

Vai aí uma discussão enorme sobre a sondagem do jornal SOL que dá a vitória a Pedro Passos Coelho (51%) nas eleições internas do PSD. Note-se que a mesma dá 31% a Paulo Rangel e 8% a José Pedro Aguiar-Branco. Eu, não acredito em sondagens. Em nenhumas! Dêem elas vitória ou derrota ao meu escolhido.

Há muitos meses atrás escrevi: “as sondagens são instrumentos do sistema. Quando se prevê a possibilidade de alguém – que promete acabar com o sistema – ganhar umas eleições, logo vêm as sondagens encomendadas para tentarem evitar ou descredibilizar a candidatura desta pessoa. Foi o que aconteceu, se bem se recordam, com Rui Rio nas Autárquicas de 2001. Rui Rio prometeu acabar com o sistema que existia à volta da CM Porto, e por isso os que viviam da corrupção e do compadrio apressaram-se a pedir sondagens que lhe davam a derrota

Também nas eleições Autárquicas de 2001 as sondagens davam derrota para Santana Lopes em Lisboa, Luis Filipe Menezes em VN Gaia, António Capucho em Cascais ou Fernando Seara em Sintra. Mesmo com estas sondagens nenhum deles se deixou abalar, não desistiu, candidatou-se, lutou e venceu. Ainda recentemente, as sondagens para as eleições Europeias 2009 não deixam esquecer os tristes desempenhos das empresas que fazem estes estudos e que davam 40% ao PS, 30% ao PSD e 4% ao CDS!!

O facto de Alexandre Picoito, director executivo da Pitagórica – empresa que realizou a sondagem interna – fazer parte da Comissão de Honra de PPC nada me diz. Acredito, tal como o Nuno Gouveia, que será apenas uma coincidência. Mas permitam-me dizer que não abona nada a favor do (des)crédito que as sondagens têm para mim.