Culpados: Passos Coelho, Carlos Valente… e Eu

Por razões óbvias não pude estar presente no plenário do PSD Santo Tirso que decorreu na semana passada, e no qual se pretendia discutir o resultado das eleições Autárquicas 2013. Ao que sei, foi um plenário animado e até divertido. Com muita emoção e até murros na mesa.

Já aqui tive a oportunidade de dar a minha opinião sobre o resultado, as suas causas e as suas consequências. Escuso-me portanto a repetir. Está tudo escrito e bem explícito neste post e neste também. Estava curioso por saber o que tinha a comissão política a dizer.

Ao que parece, e segundo o próprio presidente – e candidato copiosamente derrotado à Câmara – a derrota tem duas dimensões. A primeira prende-se com o estado do país e a governação de Passos Coelho. A segunda está ligada a um grupo de militantes detractores.

Quanto à primeira, dizer o seguinte. O estado do país e a governação de Passos Coelho são uma desculpa esfarrapada, fácil e recorrente. Pergunto: se ela é assim tão válida, como conseguiu o PSD vencer na Trofa? E em Braga? (Para citar apenas dois concelhos aqui tão perto).

Quanto à segunda, quero começar por dizer o seguinte. Por entre afirmações e acusações mais ou menos claras, e apresentações com print screens tirados das redes sociais, Alírio Canceles culpou, entre outros, Carlos Valente e eu próprio pela pesada derrota.

Não sou advogado de Carlos Valente, mas apraz-me relembrar que além de ter sido um excelente presidente de Junta de Vila das Aves – onde deu várias vitórias ao PSD – foi também ele o motor e mentor da vitória de Elisabete Faria e do PSD nestas eleições.

Carlos Valente é um dos mais destacados militantes do PSD Santo Tirso e já fez mais pelo partido do que todos os elementos da Comissão Política juntos. Além do mais, muito antes da auto-nomeação de Alírio, tentou a bem levar a que a Comissão Política escolhesse o melhor candidato e estratégia.

Quanto a mim, apenas dizer: objectivo cumprido. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para que Alírio Canceles não vencesse as eleições. O facto de ele concorrer pelo PSD foi uma infeliz coincidência que não me fez desviar um milímetro dos meus valores e princípios.

Primeiro Santo Tirso, depois o partido. Era esse o lema de Sá Carneiro, que tantos gostam de citar (e pelos vistos mal, como parece que foi o caso da deputada Andreia Neto, prontamente corrigida por Gonçalves Afonso) mas que muito poucos sabem quem era e no que acreditava.

Sinceramente não sabia que a minha pessoa era assim tão importante e influenciadora para merecer tal destaque: ser considerado pela Comissão Política como um dos maiores culpados pela derrota. Estou convencido que não sou merecedor de tal título. Sou apenas mais um bode expiatório.

Agora venha de lá esse processo disciplinar. Essa proposta de expulsão. Essa queixa ao Conselho de Jurisdição. Será muito divertido ser “julgado” por Manuel Mirra e seus pares. Sim, porque ele faz orgulhosamente parte desse orgão distrital, como muitas vezes faz questão de sublinhar.

De resto, anotar também a falta de dignidade de Alírio Canceles e da restante Comissão Política. Não se demitem. Outros, por esse país fora, com derrotas bem menos pesadas, demitiram-se e convocaram eleições. Naturalmente. Em Santo Tirso assobia-se para o lado.

Pior, em tom de quase ameaça, Alírio Canceles ainda tornou implícito que poderia ser candidato novamente em 2017. É preciso não ter noção nenhuma da realidade, ter muita falta de dignidade, e ser muito autista, para depois do que se passou, ainda ter o descaramento de dizer isto.

Sacudiu a água do capote, atirou as culpas para cima de uns quantos bodes expiatórios, e depois disse “sou o responsável máximo”. Não porque saiba – como facilmente se comprova – o significado desta afirmação, mas porque é o que vem nos manuais do político profissional.

Carlos Pacheco, ciente da derrota, demitiu-se. Uma atitude bem mais digna. Apesar de, a meu ver, ser também ela calculista, tendo em vista a demarcação desta direcção, no sentido de se candidatar à presidência do PSD assim que haja eleições (como se também ele não fosse responsável).

Cabe agora aos militantes – aos que pagam as quotas ou que vão pagar o que têm em atraso; aos mais activos ou menos activos que agora querem definitivamente fazer parte da vida interna do partido e participar na decisão – reflectir e escolher o que querem num futuro próximo.

PSD Santo Tirso, mais um plenário à socapa

Soube agora que vai haver plenário do PSD Santo Tirso, na próxima 6ª feira, dia 22 Novembro. Fui confirmar pesquisando o “Povo Livre” no arquivo do site do PSD.

Sou militante – activo – há quase 15 anos. Em minha casa há mais 5 militantes. Um deles há quase 20 anos. Outro, não fosse a “limpeza” no tempo do MRS, era desde 1974. Ninguém recebeu convite. Nem por email!

Outros militantes que conheço receberam convite e tomaram conhecimento. É este o pluralismo e a espírito democrático de quem lidera o partido no concelho.

Gostaria de ter uma explicação. Se o Presidente, Alírio Canceles, não tem a hombridade necessária para a dar, esperava ao menos ouvir dos vices Manuel Mirra e Carlos Pacheco, ou do Presidente do Plenário João Abreu.

Quando dá jeito clama-se para que todos os militantes se envolvam e estejam presentes. Quando não dá jeito, publica-se apenas no “Povo Livre” (que naturalmente ninguém lê), à socapa.

Depois – se houver alguém como eu que se queixe – como bons políticos profissionais, escondem-se atrás do que diz os estatutos (publicar no “Povo Livre”) como se no séc. XXI um email não fosse o mínimo exigível para dar conhecimento.

Na recente campanha autárquica o slogan era “Todos por Santo Tirso”. Ora bem, todos… menos aqueles que não interessam. Os que não estão connosco, os que pensam diferente.

Talvez seja o medo do que alguns militantes possam dizer no ponto 1 da ordem de trabalhos: “Análise dos resultados das eleições Autárquicas“. Uma vergonha é o que é. O PSD Santo Tirso continua nas mãos de déspotas.

P.S.(D.) – Poucos minutos depois de ter publicado este post, falei com o Presidente do Plenário João Abreu, que me abordou. Fico satisfeito por ainda haver alguém digno ligado à estrutura do PSD Santo Tirso. Tenho pena que ele não tenha explicação para esta situação ou que, mesmo que quisesse, possa fazer algo para a corrigir.

P.S.(D.) – Ontem, depois de tanta polémica levantada por este post, o PSD Santo Tirso apressou-se a partilhar a convocatória para o plenário nas redes sociais. No desespero, o presidente Alírio Canceles até enviou convites a pessoas que já nem sequer são militantes (!!) Esta manhã eu próprio já tinha um email. Com medo de que alguém pudesse tocar no assunto no plenário, toca de divulgar que é para depois terem argumento de defesa.

#Autarquicas2013 Os cúmplices de Alírio

Alírio Canceles levou o PSD Santo Tirso à sua maior derrota de sempre. Algo que não pode surpreender dada a sua incapacidade e incompetência políticas, o seu amadorismo, e a sua insuficiência de carácter. Tudo, aliado a um projecto de Poder pelo Poder (sem um programa estruturado, credível ou realista) focado na conquista dos lugares e não nos Tirsenses e no concelho.

Um plano traçado há 4 anos (logo após a segunda derrota de João Abreu e consequente abandono do lugar de vereação, que deixou Alírio como “líder da oposição”) que eu aqui vezes sem conta denunciei, não só por prever este desfecho, mas também porque ele previa o assalto ao partido, atropelando regulamentos, estatutos e militantes, bem como os mais elementares valores de ética e moral.

Este plano, de 4 anos e com tantas etapas, não foi naturalmente obra de um homem só. Ninguém sozinho conseguia fazer o que Alírio fez. Há mais responsáveis, que compactuaram e colaboraram neste vergonhoso plano que teve ontem um brilhante desfecho. E esses responsáveis têm nomes. Andreia Neto, Manuel Mirra, Carlos Pacheco e Rui Baptista são os principais.

Foram eles os cúmplices da ignomínia por que passou o PSD Santo Tirso nestes últimos 4 anos. Os estrategas, os principais peões do jogo partidário, os líderes do cacique local, os cultivadores da facção, os instigadores do ostracismo. Foram eles que, com Alírio, planearam e levaram a cabo o plano de conquista do Poder pelo Poder, desprezando os valores do partido e da política.

O mais curioso é que serão eles que virão agora tentar apanhar os cacos do partido, apresentando-se como opção de futuro, como se nada tivessem a ver com o que se passou. Serão eles que, sem qualquer pudor, se irão apresentar em breve aos militantes como alternativa. Para continuar o jogo partidário e a luta pessoal pela conquista de lugares na administração local, distrital ou nacional.

Mas há mais quem não seja alheio a tudo isto. Muitos outros não foram tão activos, ou não trabalharam directamente e de perto com Alírio Canceles, mas também foram coniventes: Falo de  João Abreu, Gonçalves Afonso, Paulo Sousa, Paulo Ferreira e Alcindo dos Reis, entre outros. Gente que tinha a obrigação de se ter oposto a este plano mas que preferiu aparecer a apoiar e aplaudir.

Todos eles irão criticar-me, porque julgam que fizeram uma grande coisa. Todos dirão que foram leais ao partido, estando ao lado e lutando pelo PSD. Esquecem-se que os valores do PSD de Sá Carneiro estão a anos luz do que se passa no PSD Santo Tirso, e esquecem-se também que acima do partido está Santo Tirso. A política não é o futebol, e nem sempre o candidato do nosso partido é o melhor para a nossa terra e para a população.

#Autárquicas2013 O pior resultado de sempre do PSD

Entre ontem e hoje, depois de se saberem os resultados das Autárquicas 2013 em Santo Tirso, este blogue recebeu milhares de visitas (ultrapassando mesmo as 140.000 visitas totais). Percebo porquê. Depois do que escrevi nos últimos 4 anos acerca destas eleições, há muito quem gostasse de ver a minha reacção.

Vamos aos factos e aos números, porque esses não deixam mentir nem dão espaço a interpretações enviesadas…

O PS venceu com 18.000 votos, elegendo Joaquim Couto como Presidente da CMST. O PSD teve 13.000 votos. A diferença entre os dois partidos foi de cerca de 5.000 votos. Diferença essa que em 2009 (João Abreu) tinha sido de 2.700 votos, em 2005 (João Abreu) de 2.300 votos e em 2001 (David Assoreira) de 3.300 votos.

Em termos de percentagem, o PS teve 45% deixando o PSD a 13% de diferença com 32%. Em 2009 o PS teve 48% deixando o PSD a 7% com 41%. Em 2005 o PS obteve 48% e o PSD conseguiu 43% ficando apenas a 5%. Em 2001 o PS obteve os mesmos 48%, tendo o PSD obtido 40% dos votos e ficando a 8%.

É, portanto, mais do que evidente que o PSD Santo Tirso teve o pior resultado de sempre, desde que Santo Tirso tem a actual configuração (nas Autárquicas 1997 a Trofa ainda fazia parte do concelho). Foi uma derrota pesadíssima para um partido que vinha claramente recuperando eleitorado nas últimas três eleições.

E a derrota torna-se histórica quando o PSD Santo Tirso perde a Junta de Freguesia de Além Rio (onde detinha Lama e Sequeirô, duas das quatro freguesias da união), a Junta de Freguesia de Campo (onde detinha S. Martinho, que é maior do que as outras duas freguesias da união) e a Junta de Santo Tirso (onde detinha Santo Tirso, que tem o dobro do tamanho das outras três freguesias da união).

E quanto a esta última, mais surpreendente ainda é. Já que José Pedro Miranda era considerado o mais carismático candidato do PSD, admirado por toda a gente, e visto até como o ideal candidato à presidência da CMST (nestas e nas próximas eleições). Pode-se ter queimado aqui uma excelente opção para 2017.

Naturalmente que o responsável máximo por esta hecatombe, este desastre do PSD Santo Tirso, é o seu presidente Alírio Canceles. Já dou de barato a forma como ele conseguiu chegar ao lugar que lhe permitiu liderar todo o processo eleitoral. Sobre isso já escrevi demasiado neste blogue, para quem quis ouvir.

Constato apenas o seguinte: Alírio teve exactamente aquilo que se dizia que anteriores candidatos não tiveram. Teve o partido à sua disposição, teve o lugar de destaque na vereação, teve 4 anos para trabalhar, teve o apoio da maioria dos militantes activos, teve o suporte da Distrital do PSD. E perdeu redondamente!

Não vou perder mais tempo a falar da sua falta de qualidades e condições para ser candidato a presidente da CMST. Sobre isso já escrevi demasiado aqui para quem quis ouvir. Os resultados vieram comprovar: Alírio Canceles não serve. Não o quiseram na sua terra (Lamelas) nem o querem aqui.

Se ainda tem alguma réstia de dignidade – o que sinceramente eu duvido muito – Alírio deveria desaparecer do mapa político durante muito tempo. E é para não dizer, para sempre! Ele fez muito mal ao PSD e também a Santo Tirso (porque fez os Tirsenses perderem uma oportunidade de ouro para mudar de rumo).

Estou convencido que não o fará. Muito ao jeito do que se vê hoje em políticos profissionais – os tais que ele gosta muito de imitar – vai antes dizer “vou andar por aí”. Vai novamente imitar José Sócrates, e ao invés de respeitar um “período de nojo” (que é o mínimo que se exige) vai andar a “meter nojo”.

#Autárquicas2013 Dia de reflexão em Santo Tirso

Amanhã é dia de eleições. As Autárquicas 2013. Hoje é dia de reflexão. Vou portanto reflectir. Em voz alta se me dão licença, tal como fiz ao longo dos últimos 4 anos neste blogue.

Escrevi muito sobre estas eleições. Fi-lo porque tinha a certeza de que poderiam ser finalmente um ponto de viragem para Santo Tirso. Depois de 30 anos a ser governado pelo mesmo partido, o PS.

Santo Tirso tinha a oportunidade de mudar. E a responsabilidade dessa mudança tinha que cair maioriatária e obrigatóriamente sobre o maior partido da oposição, o PSD – onde sou militante.

Infelizmente o PSD Santo Tirso – os seus dirigentes – não é capaz de arcar com essa responsabilidade e de proceder a essa mudança. E não é, porque é um partido muito doente.

A primeira doença dos dirigentes do PSD Santo Tirso chama-se “Complexo de Inferioridade“. Esta patologia advém do facto de terem preconceitos. Sejam eles de ordem económica, social ou cultural.

Ela leva a que se tornem agressivos e repulsivos em relação áqueles que mostram ter mais capacidades e melhores condições. Ostracizando e afastando-os com medo de serem ultrapassados.

A segunda doença dos dirigentes do PSD Santo Tirso chama-se “Efeito de Dunning-Kruger“. Esta patologia é um desvio cognitivo que leva indivíduos incompetentes a sofrer de uma superioridade ilusória.

Ou seja, tendem a avaliar excessivamente as suas capacidades e a não reconhecer as suas verdadeiras incapacidades, ao mesmo tempo que ignoram as genuínas capacidades dos outros.

A terceira doença dos dirigentes do PSD Santo Tirso chama-se “Despotismo” (ou tirania). Esta patologia é, a meu ver, consequência das duas anteriores. Os mais fracos tendem a impor-se pela força.

O melhor, mais evidente e mais recente sinal desta patologia foi a auto-nomeação de Alírio Canceles – o querido líder – para candidato à CM Santo Tirso. Aclamada em júbilo pelos fiéis seguidores.

Mas desenganem-se aqueles que pensam que esta doença é recente. O PSD Santo Tirso sofre destas patologias há décadas. De Alírio Canceles a Gonçalves Afonso (que naturalmente aparece agora a aplaudir Alírio).

Praticamente todas as direcções do PSD Santo Tirso nos últimos 30 anos afastaram de si os melhores e mais capazes Tirsenses. Estando o resultado evidentemente à vista. A cada eleição, a derrota.

E desenganem-se também aqueles que pensam que em breve isto vai mudar.  Que vai aparecer o messias (ex. José Pedro Miranda). Vem aí mais do mesmo. Seguidores de Alírio já se posicionam.

Durante 4 anos denunciei aqui, neste blogue, o plano pessoal de assalto ao Poder de Alírio Canceles. Um homem arrogante, inepto e inapto politicamente. Incompetente, inculto e ignorante.

Um homem sobranceiro, insolente, sem carácter, sem personalidade e intlectualmente desonesto. Um homem sem visão, sem exemplo. Insensato, imprudente e grosseiro.

O PSD Santo Tirso não quis ouvir e deixou isto acontecer. Acabou por mostrar que prefere a arrogância e a banha de cobra. Pois agora besunte-se com elas que há-de ter um lindo enterro.

Post Scriptum – Muitos perguntam porque critico o “meu” PSD e não olho para o PS. A esses recordo a sabedoria popular. Que moral tenho eu de falar dos de fora, sem olhar para a minha própria casa.

#Autárquicas2013 Alírio “compra” apoios

Mais uma polémica à volta dos métodos usados por Alírio Canceles – candidato da coligação PSD/PPM – para se (auto) promover nesta pré-campanha, que vem demonstrando o desespero do auto-nomeado candidato à CM Santo Tirso.

Depois dos comentários anónimos ou com identidades falsas em blogues (como por exemplo neste); Depois de perfis falsos e páginas anónimas no Facebook; Depois de jornais online e outros websites anónimos, supostamente independentes… Aparecem agora os “Likes” na página oficial da candidatura no Facebook.

Alguém atento e mais interessado resolveu verificar quem eram as centenas de pessoas que faziam “Like” nos posts que a candidatura de Alírio publicava na rede social. Acontece que a maioria desses “Likes” eram de gente com nomes esquisitos (estrangeiros).

A polémica instalou-se e já muitos abordaram o tema em pleno Facebook, questionando a candidatura. É simples! O Facebook deixa qualquer pessoa “Promover” os seus posts, cobrando e ganhando dinheiro com isso. Não é ilegal, é simples. A pessoa paga e os seus posts são enviados para a rede.

A vantagem é apenas uma. Quando publicamos um post, ele vai-se perdendo na timeline ao longo do tempo. Mas se muita gente for comentando e colocando “Like”, esse post vai-se mantendo à tona, aparecendo mais vezes na timeline dos nossos contactos e dos seus amigos.

Claro que muita (ou mesmo toda) gente que colocou “Like” nos posts da candidatura nem sequer percebe português, muito menos conhece Portugal, Santo Tirso, o PSD ou Alírio. Muitos estarão na Coreia, Malásia ou Vietname.

Nada disto é ilegal. Mas é ético? É correcto? Principalmente ao sabermos que se trata de uma campanha eleitoral? Será isto comparável a comprar votos? Tentanto influenciar outras pessoas pela quantidade de “Likes” (apoios) que se tem?

Uma coisa é certa. Os métodos de Alírio e da sua entourage neste processo eleitoral – desde o esquema montado para a sua auto-nomeação, até à actual pré-campanha – demonstram bem o carácter (ou a falta dele), a (des)honestidade e forma de trabalhar desta gente.

É isto que os Tirsenses querem à frente da CM Santo Tirso? Não foi este tipo de maneira de estar/agir que colocou o país no estado em que está?

#Autárquicas2013 O Elogio da Loucura

Andreia Neto, a brilhante deputada Tirsense na Assembleia da República, fez um discurso também ele brilhante na apresentação de Alírio Canceles, o não menos brilhante candidato do PSD e do PPM à CM de Santo Tirso.

Cabia-lhe o papel de elogiar o candidato. Fê-lo ao melhor estilo a que os políticos da nossa praça já nos habituaram. Os dois anos na Assembleia da República foram frutíferos para Andreia, aprendendo com os melhores.

A tua carreira política (…) não começou hoje nem com esta candidatura“. Expressão correctíssima. Alírio está há muito à procura de uma carreira política. E que mal bem que os políticos profissionais nos têm governado.

Bem me lembro quando (…) assumiste a Comissão Política do PSD“. Expressão correctíssima. Bem me lembro quando Alírio enviou email aos militantes, a dizer que se candidatava assumia o PSD, qual feudo de um déspota democrata.

Bem me lembro do apoio incansável aos presidentes de Junta“. Incansável sem dúvida, que o digam dois dos mais importantes e influentes presidentes de Junta do PSD – Carlos Valente e Adelino Moreira – sempre ostracizados considerados por Alírio.

Sem medo de dar a cara e até (…) encabeçar manifestações“. Quem não tem força ou capacidade para o combate político nos devidos locais, usa a rua como arma contra o poder. Tal como fazem os pequenos grandes partidos, como o Partido Comunista.

Eu bem me lembro dos fins-de-semana, das noites (..) em que nos arrastaste“. Expressão correctíssima. Um verdadeiro líder não precisa de arrastar os seus seguidores. Alírio, por seu lado, só assim consegue ter alguém atrás de si a acompanhá-lo.

Eu bem me lembro como estiveste presente nas vitórias e nas derrotas, sempre com os teus“. Não me recordo de nenhuma vitória eleitoral de Alírio. Mas nas derrotas é verdade, esteve com os seus e deixou os outros de fora.

Se Santo Tirso está (…) na AR na minha (…) pessoa (…) nem a esse facto tu és estranho“. Correctíssimo. A retribuição pela jogada passagem de testemunho na liderança da CPC foi a nomeação para a lista de deputados nas Legislativas 2011.

A tua seriedade pessoal e intelectual que a todos contagiou“. A jogada suja e pouco ética passagem de testemunho que aqui denunciei aludi várias vezes, de atropelar ultrapassar pela direita os estatutos do PSD, permitindo-lhe enganar evitar a lei de limitação de mandatos comprova a falta de seriedade do candidato.

Construíste uma liderança feita de exemplo, de humildade, e sem vaidades pessoais“. A auto-nomeação como candidato à CMST, a imposição da coligação com PPM, o ostracismo pelos adversários internos, são provas de uma liderança de força exemplo, sem dúvida!

Há gente que, na verdade, não se enxerga.

É preciso muito mais para se ter nas mãos o futuro dos Tirsenses

Em política é absolutamente essencial que o foco esteja nas ideias, ideais, rumos, estratégias e acções – que nos dias que correm, e perante os problemas que atravessamos, devem ser mais soluções. Mas está hoje provado e comprovado que esses problemas surgiram por causa da incompetência e negligência dos políticos, que inadvertidamente ou propositadamente geriram com dolo a coisa pública. É portanto hoje impossível fazer escolhas políticas sem avaliar também o perfil dos candidatos. O seu passado pessoal, académico, profissional e político. Esta ordem não é inocente e explico porquê.

Considero que um homem digno de representar o povo e de alguma forma o guiar num cargo de liderança política, tenha que ter atrás de si – e em primeiro lugar – uma saudável formação e educação pessoal. Só isso pode garantir que é um homem com valores e princípios. Um homem com uma personalidade bem definida e com carácter. Um homem íntegro, sério, honesto, responsável. Todas elas características essenciais para se poder confiar nas suas mãos não só o destino mas também a gestão do dinheiro (das contribuições) de uma população.

É necessário que haja também um percurso académico que lhe tenha permitido desenvolver as suas capacidades intelectuais, o conhecimento, a cultura. Só isso pode garantir capacidade de raciocínio, de entendimento, e suficiente abertura de espírito para resolver os problemas dos outros. Capacidade de os analisar, de pensar uma solução, de planear a implementação e de ser bem sucedido na sua execução. Não é de todo necessário ter estudos superiores, mas sim ter um percurso bem definido e sucedido, que acima de tudo lhe tenha permitido manter uma permanente actividade intelectual.

A carreira profissional é por regra consequência do percurso académico. E ela deve ser transparente e imaculada, mostrando de preferência uma linha condutora coerente e principalmente resultados positivos. Só isso pode garantir um alto profissionalismo e uma vontade de ir ao fundo das questões, não se ficando apenas pelo superficial. O percurso profissional deve demonstrar inequivocamente uma alta exigência consigo mesmo e um grande brio. Para se ocupar lugares de liderança política é também essencial ter comprovadas capacidades de gestão de pessoas, de expectativas e de conflitos.

O percurso político é a meu ver o menos importante, senão mesmo dispensável nos dias que correm. Isto porque, regra geral, é sinal de interesse partidário, cacique, vício. A experiência política é boa caso advenha do desempenho de cargos públicos electivos e é relevante se redundou em algo concreto e positivo. Naturalmente que a transparência na forma como se foi eleito e desempenhou o cargo é absolutamente crucial. No nosso sistema político a militância e passagem por partidos políticos é quase necessária, mas não é obrigatório (será mesmo desaconselhável) a participação na “máquina”.

Isto vem a propósito de uma insistente tendência nas caixas de comentários deste blogue, onde de cada vez que se critica a falta de perfil, de preparação e de capacidade políticas do candidato da coligação PSD/PPM, alguém (anónimo) vem discorrer sobre o “brilhante” curriculum de Alírio Canceles. Penso que nunca aqui escrevi sobre o tema – talvez porque fosse inexistente – mas vamos a isso. Uma exaustiva pesquisa não permite chegar a dados conclusivos. Nem nas ferramentas oficiais da candidatura existem dados sobre o candidato, pelo que sobre transparência estamos conversados.

O percurso pessoal é desconhecido pela maioria dos Tirsenses, o que acaba por ser normal dado que Alírio Canceles não é o que se chama um “Tirsense de gema”. Nasceu noutro local e estabeleceu-se em Santo Tirso. O que por si só não é uma desvantagem, e o longo período vivido no concelho deveriam conferir-lhe o conhecimento necessário. Em lado algum existem dados sobre o percurso académico ou profissional. Nada sobre as escolas frequentadas ou as funções desempenhadas no mercado de trabalho. Sabe-se apenas que é Técnico do IEFP em Santo Tirso, desconhecendo-se quaisquer avaliações de desempenho ou resultados.

E quanto ao percurso político – o tal que tanto se propala nas caixas de comentários deste blogue e não só – ele divide-se em duas partes. A ocupação de cargos partidários (membro de vários orgãos na estrutura do PSD ao nível local, concelhio e distrital) aos quais chegou trabalhando na tal “máquina”. E a ocupação de cargos públicos sem poder executivo (membro da Assembleia Municipal e vereador sem pelouro) onde chegou a reboque de resultados eleitorias conseguidos por outros, e onde não apresenta qualquer resultado perceptível ou concreto.

A meu ver, é preciso muito mais do que isto para se ter nas suas mãos, e à sua responsabilidade, o futuro dos Tirsenses e o futuro de Santo Tirso.

PSD Santo Tirso impõe coligação com PPM

Soube hoje, pelos jornais e através das redes sociais, que o PSD Santo Tirso (onde sou militante activo e interessado há 14 anos) vai concorrer à C.M. Santo Tirso em coligação com o PPM – Partido Popular Monárquico.

Mais uma vez, algo é imposto aos militantes do PSD Santo Tirso sem que estes sejam consultados. Depois de imposto o candidato (por auto-nomeação) agora é também imposto um parceiro de coligação.

No Facebook, o Jornal Entre Margens, contava que a coligação seria formalizada hoje mesmo entre Alírio Canceles e um vice-presidente do PPM, Manuel Beninger. Não conhecendo a pessoa em causa pesquisei.

Manuel Beninger é presidente da Distrital de Braga do PPM e membro da Assembleia Municipal de Braga pelo mesmo partido. Ao que parece, não tem qualquer ligação a Santo Tirso ou mesmo ao distrito do Porto.

Foi cabeça de lista do PPM em Braga nas Legislativas de 2011. Tinha plena convicção de que iria ser eleito deputado à Assembleia da República. Obteve 267 votos (!!) em Braga, no seu próprio concelho.

A única coisa relevante que consegui encontrar é a de que luta incessantemente pelo fim da República e instituição da Monarquia. Quer uma revisão constitucional, e também a realização de um referendo.

Conclusão, sentindo-se um isolado (mesmo no seio do seu partido), não encontrando ninguém em Santo Tirso com quem se coligar, e no desespero de encontrar apoio extra, Alírio Canceles vai buscar alguém de Braga.

Alguém que não tem interesse algum no concelho de Santo Tirso, e que claramente apenas apoia o candidato do PSD numa ânsia de obter uns lugares numas listas, e ser eleito por reboque (como acontece em Braga).

Aliás, doutra maneira não poderia ser já que o candidato do PSD Santo Tirso ainda não apresentou programa, estratégia ou rumo. Ainda não tem equipa. Nem sequer histórico político ou profissional atrás de si.

Uma rápida pesquisa deixa perceber que o PPM e Manuel Beninger andam numa “fúria coligatória” por todos os concelhos, numa clara táctica contraproducente de enraízamento “à força” do ideal monárquico.

Uma nota final para o post de Manuel Beninger no seu blogue do PPM Braga, que vem ilustrado com 4 fotografias de Santo Tirso, 3 das quais são claramente do século XIX. Para retroceder já nos bastaram as últimas décadas.

Santo Tirso, Autárquicas 2013: uma primeira impressão

Já lá vão 2 meses desde que o PSD Santo Tirso apresentou o seu candidato à CM Santo Tirso nas Autárquicas 2013 sem que os militantes fossem consultados. O candidato imposto pela Comissão Política liderada por Alírio Canceles foi, sem surpresa, Alírio Canceles.

Pouco tempo antes o PS Santo Tirso tinha já escolhido o seu candidato à CM Santo Tirso nas Autárquicas 2013 em eleições internas quentes e polémicas onde todos os militantes foram chamados a votar, e que legitimaram claramente Joaquim Couto.

Desde então que a campanha está na rua. Na rua, nos jornais e na internet. Ambas as candidaturas se têm desdobrado em acções pelo concelho e também em partilhas nas redes sociais, principalmente no Facebook. É precisamente aqui que tenho acompanhado.

O que tenho visto não augura nada de bom. O concelho está para o país como o país está para a Europa. Santo Tirso está numa situação claramente deficitária, o desemprego é assustador, o tecido empresarial está moribundo. E nenhum candidato inspira confiança.

O candidato do PSD é paupérrimo e a sua campanha uma vergonha. Na sua página do Facebook, principal meio de comunicação da candidatura, apenas se vêem ataques ao actual executivo da CMST e a Castro Fernandes; ataques a Joaquim Couto; ataques ao Jornal de Santo Thyrso.

Vêem-se também fotografias de visitas a algumas instituições, claramente “para a fotografia” ou de visitas repetidas e inconsequentes às freguesias – algumas delas com mais de 1 ano onde o candidato se faz acompanhar por pessoas que até estão contra a sua candidatura.

De resto, umas fotografias em jantares de instituições, jogos de futebol, de futsal, de andebol, ou na cerimónia do 25 de Abril, claramente ” só para aparecer” – como prova a publicação de fotografias na recepção ao presidente do SL Benfica, como se isso fosse relevantíssimo.

Quanto a ideias claras, a propostas concretas, a soluções possiveis… nada! Quanto a uma estratégia delineada, a um programa projectado, a um rumo definido… nada! Quanto a uma equipa ou possíveis nomes para a integrar… nada! Apenas um one man show com os mesmos carneiros de sempre à volta.

O candidato do PS por seu lado, mostra uma atitude claramente mais positiva e também toda a sua experiência política. A sua página do Facebook, principal meio de comunicação da candidatura, apresenta uma mensagem afirmativa bem como várias mensagens de apoio de muitos ilustres Tirsenses.

Vê-se que as fotografias publicadas nos mais variados eventos e visitas não são propositadas, e têm um carácter normal, informal e descontraído, mostrando o à-vontade do candidato. Quem nelas aparece é gente de dentro e de fora do partido que aparenta um apoio sincero.

A realização de conferências para discussão de ideias e a participação em fóruns que visam compromissos com outros concelhos ou regiões revelam alguma abertura e a procura de soluções. Mas até agora pouco mais do que isso. Nada de concreto. E aquela ideia inicial do “As minhas propostas para Sto Tirso” foi ridícula.

As entrevistas a jornais de tiragem nacional e a canais de televisão, o profissionalismo colocado na sede de candidatura e na sua inauguração, bem como na reportagem sobre a mesma, mostram também a dimensão, a determinação e o compromisso do candidato.

De resto, quanto à definição de uma equipa ou de possíveis nomes para a integrar, também nada ainda definido. Apenas a certeza de que José Pedro Machado (vereador do actual executivo e apoiante de primeira hora de Joaquim Couto) estará com toda a certeza na linha da frente.