Candidato às eleições internas do PSD

Conforme obrigam os Estatutos, o PSD irá a votos em Março 2012. Perante o actual cenário do partido espero que Pedro Passos Coelho seja reeleito. E na minha expectativa a reeleição deverá ter uma votação mais expressiva do que os 61% de 2010.

Mas perante o cenário do país, e conhecendo a riqueza intelectual do PSD e dos seus militantes, espero também que vários assuntos sejam debatidos e que várias moções sejam apresentadas no congresso. Mesmo que toquem em temas sensíveis da Governação.

Não tenho dúvida nenhuma que as eleições do PSD, numa altura em que exerce o Poder, serão muito diferentes daquelas que reelegeram José Sócrates como Secretário-Geral do PS em 2009. Não haverá no PSD unanimismos e aclamações. Haverá debate sério.

Os congressos do PSD nunca foram palco para campanhas eleitorais. Sempre foram espaços de debate interno, onde todos os militantes puderam expressar a sua opinião e fazer ouvir a sua voz. Sempre se discutiram soluções para o futuro do país.

Em coerência, não me surpreenderia que aparecessem candidatos à liderança. Desde que tivessem um propósito bem definido, uma grande divergência com a actual liderança, um programa sustentável e bem estruturado. Mas detesto gente que apenas procura protagonismo.

Nuno Miguel Henriques apresentou-se como candidato e diz que quer ser “levado a sério“. Mas como pode ele querer ser levado a sério quando a sua única motivação é: “a libertação do PM da obrigação de ser em simultâneo presidente do PSD“?

Se o Nuno acha que “o presidente do PSD deve estar disponível a tempo inteiro para as funções político-partidárias junto dos militantes do PSD” aconselho que leia os artigos 24º e 25º dos Estatutos, que abordam competência de Presidente e Secretário-Geral.

Diz o Nuno que só “pretende contribuir positivamente com ideias“. Ora, para isso é que serve o congresso e a apresentação de moções sectoriais ou globais. Torna-se por demais evidente que o que ele quer é protagonismo e posicionamento futuro.

Como quer o Nuno ser levado a sério se é da Covilhã, pertence à AM do Fundão, pertence à CPC de Torres Vedras e pertenceu à CPD Lisboa? Foi director de campanha e mandatário de Patinha Antão em 2008, mas desistiu acabando por apoiar Santana Lopes.

E depois, também no seu site (que, diga-se, esteticamente é um desastre), tem pérolas como: “Dirigiu e foi sócio de algumas empresas que sempre tiveram êxito empresarial” ou “Foi várias vezes voluntariamente a Estabelecimentos Prisionais“.

Oh Nuno, para ser levado a sério é preciso muito mais do que isto. E se realmente estivesse preocupado com o partido, não o colocava numa posição em que será certamente alvo de chacota por parte de adversários e comunicação “dita” social.