A selecção de sub-20 e as vitórias morais

Como gosta o Tuga de vitórias morais. São aquelas “vitórias” em que se saiu derrotado, em que o adversário foi mais competente e mais forte, em que se trabalhou menos, mas que se perdeu “por azar”.

E como gosta o Tuga de aproveitar os sucessos dos outros para a sua auto-estima. Só deu atenção ao Mundial Sub-20 a partir do momento em que os miúdos chegaram à final, porque até aí nem sabia que decorria.

A selecção portuguesa de futebol em Sub-20 não venceu o título mundial apenas porque foi também ela Tuga. Passo a explicar: não teve ambição. Trabalhou para os mínimos. Defendeu empates e vantagens tangenciais.

Desde o início da fase de grupos até à final, a equipa venceu com diferenças mínimas, tirando partido da falta de eficácia do adversário. Até no jogo com a desconhecida Guatemala tremeu desnecessariamente.

Naturalmente que, contra uma equipa como o Brasil, que foi forte e competente durante toda a prova (com várias goleadas), Portugal perdeu. Ainda que isso tenha acontecido em lances pouco ortodoxos.

Nada disto tira valor aos atletas. Muitos deles merecem lugar nos clubes portugueses. Mas o facto é que, talvez por culpa do treinador, foi pouco ambiciosa e não deu ouvidos ao ditado: quem não marca arrisca-se a sofrer.

De resto, pensar que em FCP, SLB, SCP e afins, proliferam estrangeiros de qualidade duvidosa, quando têm Nelson Oliveira, Júlio Alves, Danilo, Pelé, Nuno Reis, etc… só faz pensar em “luvas” que se devem ganhar nas transferências.