A incoerência, a desfaçatez, a hipocrisia, a desonestidade intelectual e a demagogia dos actuais dirigentes do PS é atroz. Depois de 15 anos de governação socialista a culpa do estado a que isto chegou não é deles. É da oposição e dos “factores externos”.
Nos próximos tempos ouvir-se-á que os juros da dívida pública estão a subir devido à irresponsabilidade do PSD. Que a vinda do FMI e do FEEF (como se fosse sacrilégio) é culpa do PSD. Que o aumento dos combustíveis tem de ser imputado a PPC.
A partir de agora, do preciso momento em que José Sócrates se demitiu, qualquer parâmetro que piore a situação do país e da população, deixou automáticamente de ser consequência da “crise internacional” e dos “ataques dos mercados” para ser culpa do PSD.
Relembro que no verão de 2010 os juros da dívida pública estavam nos 5% e dizia-se que o OE2011 teria de ser aprovado para “acalmar os mercados”. O PSD viabilizou o OE2011 e no dia seguinte os juros atingiram o máximo histórico de 6,5%.
Gorado o argumento do OE2011, o problema passou a ser a falta de interessados em comprar a Dívida Pública. De repente apareceram Venezuela e a China como potenciais interessados, e os juros subiram para perto dos 7%.
Daí para cá tem sido uma escalada que só tem comparação com o inédito feito do alpinista João Garcia que subiu ao cume do Everest. Tal como os juros, os combustíveis, os impostos e o corte nos benefícios fiscais também têm sofrido uma subida vertiginosa.
Isto acontece essencialmente por duas razões: o défice excessivo das contas públicas, e a elevada dívida pública. Obviamente que nas “contas” finais também entram variáveis como a falta de produtividade e competitividade da economia.
Quem foram os responsáveis pelo esbanjamento dos dinheiros públicos em estádios, auto-estradas, pontes, parcerias público-privadas, empresas públicas e consultorias que desaguaram num défice excessivo e na elevada dívida pública?
Há muita gente que tem memória curta, e outros têm memória selectiva, mas há que relembrar que esta foi a realidade dos 15 anos, e neste período a governação foi exclusivamente da responsabilidade do PS de Guterres e de Sócrates.
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