Cuspir no prato que lhe dá de comer

Há bons e maus sítios em todos os países. Há bons e maus hábitos em todos os países. Há boa e má gente em todos os países.

Provavelmente o João Mangueijo está a ter ou teve algumas más experiências – tal como todos nós ao longo da nossa vida, em muitos locais.

Resolveu escrever um livro onde aponta os defeitos dos ingleses. Poderia ter escrito o mesmo livro sobre qualquer outro povo.

O livro seria perfeitamente banal e não chamaria qualquer atenção se o João não exagerasse na caracterização. Foi o que fez certamente.

Conseguiu os seus 15 minutos de fama, e algum dinheiro também. À custa de satirizar um povo que certamente o acolheu bem.

Se assim não fosse não estaria a viver em Inglaterra há 25 anos nem diria que apesar de tudo Ingaterra é “um país interessante“.

Confrontado pela polémica diz que tudo tem de ser visto com o humor britânico. Esquece-se é que ele não é britânico, nem o humor britânico é insulto.

Aos que acham piada, aconselho que imaginem que um “bife” a viver no Algarve escrevia um livro sobre as nossas festas estudantis ou das mulheres das aldeias do interior.

Não sou advogado de defesa de ninguém. Mas vivo em Londres e considero que as criticas feitas são propositadamente injustas e exageradas.

Leitura complementar:
Observador: O português que está a incomodar os jornais ingleses
The Telegraph: Top Portuguese academic decries ‘filthy’ English