Governo de “yes men”

A nomeação dos Ministros do novo governo já foi muito dissecada, e esperava-se a nomeação dos Secretários de Estado, que muitos dizem ser por vezes mais importante, por serem estes efectivamente a mandar nos ministérios.

Quando se esperava uma abertura do governo à sociedade civil, e a tentativa de chamada ao executivo de pessoas com provas dadas ao nível profissional nos mais diversos sectores, as soluções de José Sócrates passaram por dar o poder ao PS e aos seus “yes men“.

– José de Almeida Ribeiro (ex-acessor do PM) será Secretário de Estado Adjunto de José Sócrates.
Pedro Lourtie (ex-chefe de gabinete do PM) será Secretário de Estado dos Assuntos Europeus
– Óscar Gaspar (ex-acessor do PM) será Secretário de Estado da Saúde
– José Magalhães (ex-Secretário de Estado Admin Interna) passará para a Justiça
José Junqueiro (autor do caso das escutas) será Secretário de Estado da a Administração Local
Fernando Medina (ex-Secretário de Estado do Emprego) será Secretário de Estado da Economia
– Carlos Zorrinho (ex-Coordenador da Estratégia Lisboa e Plano Tecnológico) será Secretário de Estado do Plano Tecnológico.
– Paulo Campos (o tal que tentou comprar Joana Amaral Dias) continua como Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações
Laurentino Dias (fiel “defesa central” do PM) continua como Secretário de Estado da Juventude e do Desporto

E a cereja no topo do bolo: Marcos Perestrello – “ponta de lança” do PS na RTP e cópia de Silva Pereira, que por sua vez é cópia Sócrates – será Secretário de Estado da Defesa Nacional, fazendo uma dupla temível com Augusto Santos Silva. Os dois homens que mais malharam na oposição juntos pelas armas.

Já não colava com um, mente-se com outro

Em 2005 José Sócrates fartou-se de mentir aos portugueses em campanha (baixa de impostos, 150.000 empregos, etc) e venceu assim as eleições legislativas.

Em 2009 José Sócrates não poderia fazer o mesmo, e por isso foram os seus camaradas do PS a fazê-lo. Alberto Martins, como prémio foi escolhido para ser Ministro.

25 de Abril (versão 2.0)

1 – Praxes existem em todo o lado. Nas escolas, nas universidades, no desporto e até no trabalho. Umas são mais físicas mas por vezes são menos violentas do que outras que são apenas psicológicas. O caso do Colégio Militar não é novo nem tão grave como querem fazer passar. Mesmo assim quiseram empolá-lo e o MP ameaçou até acusar alguns alunos. A comunicação “dita” social fez disto um escândalo nacional.

2 – José Sócrates e o PS escolheram o governo para a próxima legislatura. Augusto Santos Silva, um político sem o mínimo de estatuto ou perfil para ter tutelas chave, foi escolhido para a Defesa. Uma das mais importantes pastas do executivo, que garante da independência da pátria e da estabilidade política, social e militar. O mesmo PS que até agora sempre respeitou esta pasta, deixando-a nas mãos de homens fortes como Jaime Gama ou António Vitorino.

Qual o objectivo deste governo e desta comunicação “dita” social (que todos sabemos andar a mando do governo) com estas duas situações? Descredibilizar os militares? Porquê? Estarão os socialistas conscientes de que não têm solução para a crise? E terão receio que os militares tomem a mesma decisão que tomaram em 25 Abril 1974 no caso dum cenário (futuro próximo) de instabilidade social?