Declaração de interesses: Apesar de reconhecer o direito à Greve, não aderi a esta de 24 Nov 2011. Aliás, que me lembre, só aderi a uma Greve de Estudantes em meados dos anos 90, quando frequentava o Secundário. Inconsciente, fui na onda, sem questionar.
A Greve de hoje, segundo os seus promotores, é contra o assalto aos trabalhadores, contra o roubo à classe baixa e aos pensionistas, contra a perda de direitos dos portugueses, contra o corte nos salários e nas pensões, contra a precariedade no trabalho.
Nenhuma pessoa com bom senso pode negar que as medidas aplicadas pelo Governo são violentíssimas. Mas é preciso ter consciência que elas resultam da situação financeira em que o país mergulhou, e que nenhum Governo as aplica com gosto e prazer.
O problema dos promotores da Greve (na sua maioria de esquerda) – é que, apesar de saberem as dificuldades do país (défice e dívida), acham que o Governo “de direita” está a aproveitar para, por pura ideologia, retirar o que é do povo.
Acham que “a direita” era capaz de fazer isto, porque a ideologia em que eles próprios acreditam também o fez. Se eles o fizeram, acham que os outros também o fazem. Como se fossemos todos iguais. Não somos. O melhor exemplo: A antiga União Soviética.
Os Czars nunca reconheceram direitos de propriedade porque consideravam todo o reino como propriedade sua. Sem propriedade privada, e sobretudo sem a propriedade da terra, não podia haver outra lei que não fossem os decretos autocráticos do Czar.
A revolução industrial Russa acelerou a chegada dos bolchevistas, que imposeram a ditadura mais opressiva que o mundo jamais conheceu. Enquanto o Czar exigia ser tratado como representante de Deus, Lenine e o Partido Comunista usurparam o próprio lugar de Deus.
O comunismo iniciou uma guerra contra a religião, perseguiu os lavradores e todos os hábitos e laços da vida privada. A regra passou a ser: o Estado tudo deve tomar, possuir e absorver. Este sistema foi imposto ao povo russo durante décadas.
Em meados dos anos 20, Estaline (líder do Partido Comunista que sucedeu a Lenine) chegou ao poder. Nessa altura pouco mudou. O sistema soviético ficou mais estável, mas tornou-se mais burocrático, estratificado e corrupto. O povo continuou na mesma miséria.
Durante 60 anos o Partido Comunista governou a Rússia desta forma. À força, de livre vontade, por pura ideologia, retirou o pouco que era do povo e apoderou-se de tudo. Instituiu uma ditadura em que era dono e senhor, negando qualquer tipo de direito às pessoas.