Mensagem/esclarecimento aos #indignados (parte II)

Quem me conhece já me ouviu com toda a certeza dizer isto. Esta é uma pequena frase que, para mim, descreve bem o que se passa em Portugal. Quem a proferiu foi Aristóteles.

“O preço a pagar por não te interessares por política, é seres governado pelos teus inferiores”

Muitos dos indignados alhearam-se da política durante anos. Não quiseram participar (e é disso que se trata a Democracia) e deixaram isso nas mãos dos outros. Agora queixam-se.

Preferiram a praia, o centro-comercial, o conforto da sua vidinha. Foram egoístas, esqueceram-se que vivemos em sociedade, e temos de ser solidários uns com os outros. Agora berram.

Desvalorizaram o bem geral e pensaram que o seu próprio bem era suficiente. Julgaram que tudo estava bem desde que tivessem o seu automóvel, o seu smartphone, as suas férias. Agora esperneiam.

Mensagem/Esclarecimento aos #indignados do #15o

Estão indignados? Querem mudar o estado de coisas? Juntem-se aos partidos ou criem movimentos políticos. Façam sessões de esclarecimento. Lutem pelas vossas ideias e ideais. Apresentem-se nas campanhas eleitorais. Vão a votos.

Isto é Democracia! Na nossa Democracia só através de um partido/movimento político se pode chegar ao Governo. Não é possível fazê-lo como independente ou de qualquer outra forma. Estão preocupados? Estão descontentes?

Então respeitem as suas regras e participem na Democracia. A alternativa é a ditadura (de esquerda ou de direita) ou a anarquia.

Curiosidades da Manifestação do 15 Outubro

Não sou contra as manifestações. Pelo contrário, sou a favor. Sou é livre de achar se elas são justificadas e sensatas, ou se simplesmente são fruto da vontade de gente tipicamente tuga, que protesta por protestar.

Aos indignados tenho a dizer: Adianta-vos(nos) um grosso. Aliás até poderá piorar a situação se, tal como decidiram em Assembleia Popular (seja lá o que isso for) paralisarem o país. É essa a forma de sair da crise?

De resto várias coisas curiosas vi nas manifestações. Uma indignada exigia uma “mudança democrática global“. Pergunto: Como se operam mudanças em democracia? Não é pelo voto? Votaram nas Legislativas 2009? e em 2011?

Um rastafari/punk desordeiro atirou um ovo aos polícias na AR. Estes foram buscá-lo. O corajoso “sentiu-se mal” quando estava a ser levado. Garcia Pereira, interveio e pediu identificação aos agentes que estavam fardados.

Outra indignada disse que o Governo está a aplicar “medidas de austeridade sem o nosso consentimento“. Recordo esta licenciada em Relações Internacionais que, em democracia, o consentimento é dado no dia das eleições.

No Porto, uma indignada disse: “Só tenho contratos de 6 meses. Sou licenciada. Estamos a perder direitos adquiridos“. Pergunto: Quais direitos? Emprego garantido por ter licenciatura? E quem não tem? Pode estar desempregado?

Achei também curiosíssimo o facto de, quem falava nos palcos da manifestação, ter um sorriso rasgado. Então a situação é gravíssima e eles sorriem? Conclusão, o protagonismo (principalmente para quem nunca o teve) é arrebatador.

Esta gente tem de perceber que a tal democracia que tanto bradam se faz da participação e do voto. Não de manifestações, berros e desacatos. O Rodrigo Moita de Deus disse bem “O limite na indignação é achar que se pode mudar nas ruas o que ficou decidido nas urnas“.

Se todas estas pessoas tivessem ido votar nas Legislativas de Setembro 2009 (evitando que o PS de José Sócrates continuasse a Governar irresponsavelmente, levando o país até à bancarrota) talvez hoje estivessemos melhor.