Não sou contra as manifestações. Pelo contrário, sou a favor. Sou é livre de achar se elas são justificadas e sensatas, ou se simplesmente são fruto da vontade de gente tipicamente tuga, que protesta por protestar.
Aos indignados tenho a dizer: Adianta-vos(nos) um grosso. Aliás até poderá piorar a situação se, tal como decidiram em Assembleia Popular (seja lá o que isso for) paralisarem o país. É essa a forma de sair da crise?
De resto várias coisas curiosas vi nas manifestações. Uma indignada exigia uma “mudança democrática global“. Pergunto: Como se operam mudanças em democracia? Não é pelo voto? Votaram nas Legislativas 2009? e em 2011?
Um rastafari/punk desordeiro atirou um ovo aos polícias na AR. Estes foram buscá-lo. O corajoso “sentiu-se mal” quando estava a ser levado. Garcia Pereira, interveio e pediu identificação aos agentes que estavam fardados.
Outra indignada disse que o Governo está a aplicar “medidas de austeridade sem o nosso consentimento“. Recordo esta licenciada em Relações Internacionais que, em democracia, o consentimento é dado no dia das eleições.
No Porto, uma indignada disse: “Só tenho contratos de 6 meses. Sou licenciada. Estamos a perder direitos adquiridos“. Pergunto: Quais direitos? Emprego garantido por ter licenciatura? E quem não tem? Pode estar desempregado?
Achei também curiosíssimo o facto de, quem falava nos palcos da manifestação, ter um sorriso rasgado. Então a situação é gravíssima e eles sorriem? Conclusão, o protagonismo (principalmente para quem nunca o teve) é arrebatador.
Esta gente tem de perceber que a tal democracia que tanto bradam se faz da participação e do voto. Não de manifestações, berros e desacatos. O Rodrigo Moita de Deus disse bem “O limite na indignação é achar que se pode mudar nas ruas o que ficou decidido nas urnas“.
Se todas estas pessoas tivessem ido votar nas Legislativas de Setembro 2009 (evitando que o PS de José Sócrates continuasse a Governar irresponsavelmente, levando o país até à bancarrota) talvez hoje estivessemos melhor.