O critério para recondução como deputado

As eleições Legislativas 2015 estão a 2 meses de distância. Os partidos já jogaram a dança das cadeiras e escolheram os candidatos a deputados. Aqueles que, na sua maioria, ninguém conhece. Porque, na verdade, a maioria dos poucos que vota, confia o voto ao candidato a Primeiro-Ministro e ignora quem na verdade, e na Constituição, o deve representar na Assembleia da República.

A lista do PSD/CDS do distrito do Porto, surpreendeu-me mais uma vez pela negativa – infelizmente tem sido recorrente nas Legislativas. Muitos bons deputados desapareceram da lista de candidatos ou dos lugares elegíveis. Enquanto outros, menos bons, maus ou mesmo péssimos, foram premiados com a recondução. O que nos leva a pensar em quais serão os critérios de escolha dos partidos.

Vou dar como exemplo Andreia Neto. Apenas e só por ser alguém cuja actividade acompanhei com muita atenção, pelo simples facto de ser de Santo Tirso, eleita pelo distrito do Porto, e por isso mesmo ser a minha mais próxima e directa representante na Casa da Democracia. Andreia foi reconduziada como candidata, subindo vários lugares na lista em relação a 2011.

A sua reacção nas redes sociais, depois da nomeação foi: “Vejo esta indicação antes de mais como o reconhecimento do meu esforço e dedicação no meu mandato que agora cessa. Mas mais do que tudo, acredito que a minha indicação na lista é uma aposta pelo trabalho que tenho desenvolvido quer na Assembleia da República quer no distrito e em especial em Santo Tirso”.

Foquemo-nos então no seu “esforço e dedicação” no “mandato que agora cessa“. Em 4 anos (1460 dias) Andreia apresentou 5 iniciativas no Parlamento, das quais 4 foram Projectos de Resolução e 1 foi Projecto de Lei. Esses abordaram temas como:

– atividade de guarda-noturno
– salvaguarda do acervo documental do fundo de defesa militar do ultramar
– criação do arquivo Camarate
– desaparecimento de correspondência sobre o Irão
– promoção da coesão territorial
– obras de dragagem no porto da Póvoa de Varzim

Em 4 anos (1460 dias) Andreia apresentou 4 perguntas no Parlamento, abordando os seguintes temas:

– transporte de crianças
– serviços de fisioterapia no concelho de Ourém
– descontaminação do solo no município de Matosinhos
– construção do IC35
– irregularidades no centro de saúde da Póvoa de Varzim/Vila do Conde

Nota: Nada acima referido foi da exclusiva autoria de Andreia, mas de um grupo alargado de deputados que a escolheu para apresentar a iniciativa ou pergunta.

Em 4 anos (1460 dias) Andreia teve 5 intervenções no Parlamento, e foi nomeada como autora e relatora de 24 iniciativas e 12 petições, entre as quais estavam solicitações para:

– Alteração idade mínima de elegibilidade do Presidente da República.
– Instituição Dia Nacional de Consciencialização para a Alienação Parental.
– Reflecção sobre utilidade e extinção da Provedoria de Justiça.

Em 4 anos (1460 dias) Andreia fez parte de 6 Comissões, entre as quais algumas a que se conhece enorme utilidade, como:

– Comissão Eventual para a Revisão Constitucional
– X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate

Para além disso, em 4 anos (1460 dias), Andreia deslocou-se em trabalho parlamentar a vários locais do país, bem como a Genebra (Suíça), Paris (França) e Bruxelas (Bélgica).

Tanta actividade em 4 anos (1460 dias) é de facto merecedora de reconhecimento e da confiança do partido e dos eleitores. E tenho a certeza também que os Tirsenses estão orgulhosos do tanto que a sua directa representante fez pelo concelho, a partir da Assembleia da República.

Beto. Há mais para além do mérito

Beto, jogador do Sevilha FC, é de longe, e há mais de um par de anos, o melhor guarda-redes português. Infelizmente, em Portugal, ainda há coisas mais importantes que o mérito. Vai daí, Beto não tem lugar na baliza da Selecção Portuguesa. É pena. Absolutamente injusto. E ilógico. Mas é o espelho de um país em que ser simplesmente o melhor de pouco vale.

Colégio Militar… Para Elites ou de Elites?

Excelente artigo do Pedro Lomba.

Engano Vital

Que eu saiba – e acho que sei alguma coisa, já que o meu pai e tios foram alunos e são ex-alunos activos – o Colégio Militar nunca foi uma escola para as elites. Pelo contrário. Acolheu todos e transformou-os em elites. Homens capazes e de sucesso no que quer que tenham escolhido ter como vida e profissão.

Campeonato Nacional de Futebol… desde 1974

Actualização da contabilidade…

Época ¦ Vencedor ¦ Treinador
2014/2015 SL Benfica (Jorge Jesus)
2013/2014 SL Benfica (Jorge Jesus)
2012/2013 FC Porto (Vitor Pereira)
2011/2012 FC Porto (Vitor Pereira)
2010/2011 FC Porto (André Villas-Boas)
2009/2010 SL Benfica (Jorge Jesus)
2008/2009 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2007/2008 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2006/2007 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2005/2006 FC Porto (Co Adrianse)
2004/2005 SL Benfica (Giovanni Trapattoni)
2003/2004 FC Porto (José Mourinho)
2002/2003 FC Porto (José Mourinho)
2001/2002 Sporting CP (Laszlo Bölöni)
2000/2001 Boavista FC (Jaime Pacheco)
1999/2000 Sporting CP (Inácio)
1998/1999 FC Porto (Fernando Santos)
1997/1998 FC Porto (António Oliveira)
1996/1997 FC Porto (António Oliveira)
1995/1996 FC Porto (Bobby Robson)
1994/1995 FC Porto (Bobby Robson)
1993/1994 SL Benfica (Toni)
1992/1993 FC Porto (Carlos Alberto Silva)
1991/1992 FC Porto (Carlos Alberto Silva)
1990/1991 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1989/1990 FC Porto (Artur Jorge)
1988/1989 SL Benfica (Toni)
1987/1988 FC Porto (Tomislav Ivic)
1986/1987 SL Benfica (John Mortimore)
1985/1986 FC Porto (Artur Jorge)
1984/1985 FC Porto (Artur Jorge)
1983/1984 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1982/1983 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1981/1982 Sporting CP (Malcolm Allison)
1980/1981 SL Benfica (Lajos Baróti)
1979/1980 Sporting CP (Rodrigues Dias e Fernando Mendes)
1978/1979 FC Porto (Jose Maria Pedroto)
1977/1978 FC Porto (Jose Maria Pedroto)
1976/1977 SL Benfica (John Mortimore)
1975/1976 SL Benfica (Mario Wilson)
1974/1975 SL Benfica (Milorad Pavić)

Total
FC Porto = 22 títulos
SL Benfica = 14 títulos
Sporting CP = 4 títulos
Boavista FC = 1 títulos

Trofa: Nepotismo, Abuso de Poder, etc.

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Só quem não conhece o Poder Autárquico e os Autarcas do nível de Joana Lima é que fica surpreendido com uma notícia destas. Para os demais, a notícia só peca por tardia, e as acusações por escassas. Há muitos outros tipos de crime que poderiam fazer parte do rol apresentado pelo MP. O tempo dirá quais. Mas ainda assim, como sempre em Portugal, os acusados acabarão absolvidos ou suspensos. Ninguém vai para a cadeia neste país.

Teoria da Conspiração Grega

Tsypras e o Syriza não querem acordo nenhum com a UE, a Alemanha ou outro qualquer país da zona Euro. O que está em curso nos últimos dias, com todas as viagens, visitas e reuniões é apenas e só uma encenação, que dará a Tsypras o argumento “nós estavamos abertos e tentamos… eles não quiseram“… “nós somos os bons… eles são os maus”.

Na verdade o que o Syriza quer mesmo é que a Grécia saia do Euro (o quanto antes) e, consequentemente, o caos social, económico e financeiro se instale na Grécia. Mas para se manter no poder e continuar a ter o apoio dos Gregos depois disso precisa de um bode expiatório, porque não quer naturalmente arcar com as responsabilidades de tal desastre.

É que estando no poder de forma legítima (depois de eleições, que o Syriza venceu há semanas) numa altura de caos social, económico e financeiro significa uma coisa: carta branca para tomar toda e qualquer medida. Iniciando dessa forma o pretendido… um sistema de democracia musculada, ou se quiserem, uma ditadura.

Cada um pensa o que quiser. O futuro dirá quem tem razão. Uma coisa é certa, a história dos factos não deixa mentir. Todas as ditaduras (de esquerda ou de direita) tiveram inicio em caos social (provocado pelas mais diversas razões – como fome, doença, falta de dinheiro…). E todos os ditadores que pretendiam chegar ao poder empurraram os países para essa situação, para depois se aproveitarem dela.

A meu ver, é exactamente isso que Tsypras e o Syriza estão a planear fazer… aliás, a levar a cabo.

Mentes brilhantes em Santo Tirso

A CMST decidiu lançar este ano o que chamou de Orçamento Participativo Jovem (OPJ) com um valor de 120.000€. O objectivo era “reforçar a democracia” chamando os jovens a “participar ativamente no processo de escolha de projetos para o Município“. Pedia-se que os contributos fossem de encontro “necessidades e expectativas” dos jovens do concelho com idades entre os 12 e os 30 anos.

Segundo a CMST, a participação foi um sucesso. Envolveram-se cerca de 150 jovens que apresentaram um total de 21 propostas. Essas seriam analisadas e avaliadas pelo Presidente da CMST – Joaquim Couto – e por uma Comissão Técnica de Apoio e Análise (belo nome à portuguesa), constituída pelo Vereador da Juventude – o meu amigo José Pedro Machado – e 3 técnicos municipais.

Aceitavam-se propostas em várias áreas. Urbanismo, Espaços Verdes, Ambiente, Energia, Mobilidade, Turismo, Comércio, Economia, Educação, Juventude, Desporto, Acção Social, Cultura. Das 21 propostas foram seleccionadas 3 para avaliação final. Li em notícia José Pedro Machado a dizer que na CMST ficaram “muito satisfeitos sob o ponto de vista da qualidade das propostas apresentadas“.

As minhas expectativas eram altíssimas. Sempre achei os orçamentos participativos iniciativas interessantes, que em outras cidades do mundo resultaram em belíssimas contribuições, que agradaram e beneficiaram não só os residentes mas também os visitantes. Ideias que vieram a contribuir para uma melhor qualidade de vida, e para o desenvolvimento dos cidadãos e da sociedade.

Ora a surpresa foi enorme quando me dei conta que as 3 propostas finalistas eram:

a) A criação de uma Horta Urbana.
b) A construção de um Indoor Radical Park.
c) A organização de um Festival Rio Fest 2015.

Se estas foram as finalistas, imagino as outras 18. Foi isto que as jovens mentes brilhantes Tirsenses que participaram no OPJ conseguiram apresentar. Belas e originais ideias que beneficiam… em nada!… um concelho cizento e moribundo, atacado pelo desemprego e pela desertificação.

Fico decepcionado, mas esclarecido, ao saber que as necessidades dos jovens do concelho (pelo menos daqueles 150) se prendem com festivais e parques radicais, e que as expectativas para um futuro melhor estejam numa horta urbana.

Também tenho pena que os muitos jovens capazes de ter ideias realmente inovadoras (e eu sei que os há em Santo Tirso) não tenham sido atraídos a participar neste OPJ. E que o meu caro amigo José Pedro Machado considere estas propostas com qualidade.

De resto, e caso interesse a alguém, a proposta que ganhou foi a Horta Urbana, que a CMST vai construir (gastando 90.000€) nas traseiras da Fábrica de Santo Thyrso.

(Pseudo) Elites à Portuguesa

No dicionário de português online há dois significados para “Elite”. A saber…

  1. O que há de melhor numa sociedade.
  2. Minoria social que se considera prestigiosa e por isso detém poder e influência.

Diga-se em abono da verdade que a segunda é a que impera em Portugal. É muito fácil de ver que a opinião pública e publicada sempre gostou de endeusar uma (pseudo) elite, maioritariamente concentrada em Lisboa, que apesar do mediatismo, poder, dinheiro e influência está longe de ser o melhor que temos no país.

Os últimos tempos têm mostrado que exemplos como Zeinal Bava, Ricardo Salgado, Duarte Lima, entre outros, são capazes de ser mesmo o pior da nossa sociedade. Por outro lado, aqueles que de facto são os melhores – os que criam modernização, inovação, desenvolvimento, emprego e riqueza – como por exemplo Belmiro de Azevedo ou Alexandres Soares dos Santos, são odiados e vilipendiados.

Na política, tal como nos negócios, acontece exactamente o mesmo. Só que em política é ainda mais fantástico, por duas razões: 1) São os portugueses a escolher quem a elite política; 2) As acções dessa elite interefere directamente nas vidas dos portugueses. Ainda assim os eleitores têm preferido Sócrates, Vara, Isaltino, Valentim, Narciso, entre muitos outros. E mesmo depois de condenados voltam a elegê-los, como no caso de Felgueiras.

Estranho país este… que só tem aquilo que merece…

Tiago Monteiro à espera que Costa seja PM

José Sócrates e Laurentino Dias fizeram possíveis e impossíveis para que o Autódromo Internacional do Algarve se construísse. Custou 200M€.

Para o promover ofereceram 6M€ a uma empresa de Tiago Monteiro. Esta, com esse dinheiro, iria criar uma equipa de GP2 (antecâmara da F1).

Esse dinheiro (público, dos contribuintes) não seria pago directamente a Tiago Monteiro. Seria “desviado” pela Palkargar (dona do Autódromo).

Aparentemente era tudo informal. Não havia contratos. Milhões de € dos impostos dos portugugeses oferecidos sem qualquer controlo.

Sabemos onde José Sócrates está. Na prisão, em Évora. Infelizmente não está lá por causa de casos como este (e serão muitos). Mas devia!

Laurentino Dias? Os portugueses elegeram-no pela 7a vez. É deputado há 23 anos. Está na AR à espera que o PS seja poder para voltar ao “activo”.

Não creio que o Tiago Monteiro e o seu sócio achem que serão ressarcidos em tribunal. Se achassem já tinham vindo a público há mais tempo.

Creio que, pelo contrário, escolheram o timing certo. As Legislativas estão à porta e eles sabem bem que os “Laurentinos” vão voltar com o Costa.

A hipocrisia Bloquista

Todas as semanas vejo bloquistas, e outros que tais, a apoiar protestos. Qualquer protesto, em qualquer parte do mundo, contra qualquer status quo.

Curiosamente o único protesto contra o status quo, que eles não apoiam, é talvez o mais significativo nos dias que correm… o protesto que ocorre há semanas em Hong Kong, na China.

Se isto não é hipocrisia, então só pode ser mesmo desonestidade intelectual, radicalismo partidário, e falta de vergonha na cara. Mas ainda há centenas de milhares de rugas que votam nesta gente.