PSD – Ninguém foi vetado!

Convém perceber o que realmente se passa. Certos nomes, propostos pelas distritais (onde naturalmente imperam caciques), não foram vetados. Pura e simplesmente foram colocados em posições da lista que não agradavam, porque supostamente não são elegíveis. Vai daí revoltam-se, gritam e queixam-se que estão a ser vetados. Não é verdade!

E depois há aqueles, como o Presidente da Distrital de Braga, Hugo Soares (que não é mais do que um fantoche de Luís Montenegro) que tentam boicotar e minar o partido por dentro. Enquanto que à comunicação “dita” social juram amor ao partido. Uns traidores!

No Observador: “A comissão política nacional aprovou esta tarde as listas de candidatos a deputados” (…) Segundo o secretário-geral do PSD, a aprovação das listas “foi largamente consensual e só num caso entrou ou saiu alguém sem a aprovação da comissão política distrital”, disse.

Ou seja, no entender da direção do partido, “apenas houve um veto por parte da Comissão Política Nacional, caso de Hugo Soares em Braga, e nesse caso deveu-se à indisponibilidade de Hugo Soares colaborar com a atual direção”. Segundo Silvano, os casos de Maria Luís Albuquerque e de Miguel Pinto Luz nunca foram vetados, apenas foi sugerida a alteração de lugar, que a distrital decidiu não aceitar.

Diz Silvano que em 22 círculos eleitorais, apenas dois se assumiu a rutura da distrital com a Comissão Política Nacional, que foi Setúbal e Viana do Castelo. Dos 331 candidatos, entre efetivos e suplentes, todos pertencem aos respetivos distritos o que, segundo diz, constitui um facto “inédito no partido”. Segundo o secretário-geral do partido, não há casos de “pára-quedistas”. É com base neste argumento que José Silvano diz que os argumentos da distrital do Porto não fazem sentido, uma vez que todos os nomes impostos pela nacional são de pessoas afetas ao distrito. Um dos problemas do Porto, círculo pelo qual Rui Rio concorre, é o facto de a distrital entender que a nacional chamou a si a escolha de demasiados nomes, não tendo deixado espaço para o distrito se ver bem representado (só 5 das 18 concelhias estão representadas).

Há ainda 151 mulheres e 179 homens, diz.

Na justificação sobre os vetos ou não-vetos, José Silvano explicou que a indicação de Lisboa sobre Miguel Pinto Luz só não foi aceite pela direção porque a cabeça de lista, Filipa Roseta, já era de Cascais, assim como Marques Guedes, pelo que Pinto Luz, também de Cascais, não podia estar nos 10 primeiros. O que aconteceu depois, segundo Silvano, foi que a distrital deixou cair o nome, não podendo ir nos 10 primeiros. O mesmo aconteceu com Maria Luís, diz: o problema não foi de veto, foi de ordenação na lista

Rui Rio e os deputados incompetentes

Em Portugal, é suposto um membro da Assembleia da República (ou, mais comummente, deputado), representar aqueles que o elegem. Por exemplo, os 17 deputados eleitos pela coligação PSD/CDS no círculo eleitoral do Porto, nas eleições legislativas de 2015, deveriam ter representado os interesses dos 380.000 eleitores que depositaram neles o seu voto.

Entre eles estava Andreia Neto, que foi indicada pela Comissão Política Concelhia do PSD de Santo Tirso, para representar aqueles Tirsenses (militantes e simpatizantes) que, tal como eu, apoiavam os ideais do PSD, bem como as ideias e medidas apresentadas no seu programa de governo. Andreia Neto foi eleita no lugar número 12.

Uma visita à página do parlamento que regista a actividade dos deputados, mostra-nos que a actividade de Andreia Neto, ao longo da legislatura está longe de ser satisfatória, está a anos-luz de ser impressionante, ou sequer ligada aos mais prementes interesses daqueles que deveria representar – os eleitores de Santo Tirso, primeiro, e de todo o distrito do Porto.

Aliás, em 4 anos, há apenas um registo (um único) em que se menciona “Santo Tirso“. Foi numa sessão em que se falou da reversão de hospitais para o Ministério da Saúde, Andreia Neto interveio para dizer: “O PSD e as populações de Santo Tirso e de São João da Madeira não vão esquecer mais este ataque aos seus legítimos interesses e direitos a uma prestação de serviços de saúde digna, alargada e próxima das populações“.

De resto, alguns exemplos da sua actividade parlamentar abaixo…


Iniciativas Apresentadas: Alteração ao Código Penal, criminalizando a conduta de quem mate, sem motivo legítimo, animal de companhia.

Perguntas Apresentadas: Quais as medidas adotadas pelo Governo para travar o flagelo dos acidentes rodoviários no Distrito de Évora?… Grave Situação Financeira em que se encontra Bombeiros Voluntários de MourãoEnvolvimento da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil nas filmagens de telenovela.

Nomeações como Relator – Petições: Contra o encerramento da 10.ª esquadra PSP de Lisboa (Arroios-Areeiro)

Intervenções: Pelo fim do Outsourcing na prestação de cuidados de saúde e de acompanhamento psicológico nos estabelecimentos prisionais… Voto de Pesar pelo falecimento de Fidel de Castro.


Os deputados são quem, na Assembleia da República, tem poder legislativo. Quem cria, propõe, e aprova decretos ou leis. Quem decide quais são as regras do jogo (aquele que alguns, loucos, preferem chamar “as nossas vidas”). Regras essas que têm um impacto DIRECTO nas vidas dos portugueses.

A Comissão Política Concelhia do PSD de Santo Tirso não pode cair no erro de nomear, novamente, gente incapaz e incompetente para representar os seus eleitores. A Comissão Política Distrital do PSD do Porto não pode cair no erro de colocar essa gente em lugar elegível na lista candidata. A Comissão Política Nacional do PSD não pode permitir a aprovação de nomes que manifestamente não servem os interesses dos seus eleitores.

Não podem. Sob pena de o povo Português, cada vez mais insatisfeito com os actuais partidos políticos, castigar nas urnas um partido que nasceu e cresceu precisamente apoiado pelo povo (e não por um qualquer regime ou interesse internacional). Sob pena de arriscarem o fim do partido mais Português de Portugal, e da memória de Francisco Sá Carneiro, que faria ontem 85 anos.

Acredito que com Rui Rio, os tais incompetentes – na sua maioria representantes de caciques – não verão vingada a sua intenção de se juntar à “Cúpula de Lesboa” apenas para comer da gamela do Estado (vulgo, o dinheiro dos contribuintes Portugueses).

Falta vergonha e vida para além da política

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Dados os recentes acontecimentos, que envolveram o Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Joaquim Couto, em vários escândalos de corrupção, esperava-se que os políticos desta praça corrigissem os seus comportamentos.

Numa terra digna, e de gente decente, seria natural que a gravidade das acusações e a proximidade aos principais envolvidos, atemorizasse um pouco aqueles que (pelo menos para já) foram poupados ao embaraço de se verem comprometidos.

Infelizmente Santo Tirso (tal como muitos outras terras desta República dos Bananas) não está nessa categoria. E a liderar as suas instituições tem gente a quem falta muita coisa. Acima de tudo, falta vergonha e uma vida para além da política.

Só isso pode explicar que, depois de Joaquim Couto se ter demitido de Presidente, por ser arguido, Alberto Costa (o seu vice) tenha aceite substituí-lo, sendo ele também arguido num processo em que é suspeito de crime em exercício de funções.

Não contente com esse facto, que demonstra uma enorme falta de vergonha, e que está agarrado ao poder (tanto ele como o resto do executivo), Alberto Costa usou a página de internet da Câmara Municipal para propaganda e promoção pessoal.

A notícia publicada na página e partilhada no perfil institucional da Câmara Municipal nas redes sociais, diz: Presidentes de Junta ao lado de Alberto Costa. Numa tentativa de branqueamento do acto infame de tomada de posse do Presidente-Arguido.

Mas há mais. Na lista dos tais Presidentes de Junta estão dois eleitos pela coligação PSD/CDS. Isto, depois de os líderes locais de ambos os partidos (Zé Pedro Miranda e Ricardo Rossi) terem publicamente condenado a atitude de Alberto Costa.

Se eu tivesse uma palavra a dizer na maneira como se conduz o PSD Santo Tirso, retirava imediatamente a confiança política a Paulo Bento (Agrela) e Andreia Correia (Monte Córdova), que também não têm vergonha ou dignidade, e que “se vendem por um prato de lentilhas”.

Extremistas no PE?

Nesta campanha eleitoral, e nos vários meses que a antecederam, o que mais se ouviu nos meios de comunicação “dita” social, por toda a Europa, foi o “alerta” aos extremismos.

A verdade é que pelo menos 500 dos 751 lugares do Parlamento Europeu são ocupados por partidos moderados (dos grupos PPE, S&D, Verdes/ALE, ALDE&R).

Haverá uma tendência alarmista nos média, só porque isso vende? Quer-me parecer que dar “palco” aos extremistas é contra-producente e só os ajuda a crescer. O melhor remédio é mesmo ignora-los.

Battle of the Families da política portuguesa

E de repente, num grande volte-face a família César dos Açores passa para o fundo da tabela na Battle of the Families da política portuguesa.

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Nota: a classificação é dada mediante a percepção do poder detido pelos titulares dos cargos.

Luís, o Sacana

Ao contrário do que Luís Montenegro diz, todos sabemos que não fala em nome da sociedade, dos “jovens”, da “classe média”, dos “reformados”, dos “pensionistas”, ou dos “trabalhadores”.

Luís Montenegro fala em nome pessoal, e representa interesses da Grande Loja Regular de Portugal – uma das maiores lojas maçónicas do país.

Ao contrário do que Luís Montenegro diz, todos sabemos que não galvaniza Portugal ou os portugueses, nem sequer “pequenos ou médios empresários”.

Luís Montenegro só consegue excitar Hugo Soares – a quem não se conhece um único feito, antes ou depois de ter sido o mais cinzento e apagado presidente da JSD (2012 a 2014) – e Joaquim Pinto Moreira – o seu amigo presidente da CM Espinho que, por ajuste directo, dá contratos de centenas de milhares de euros, à empresa de Montenegro.

Ao contrário do que Luís Montenegro disse há 12 meses, todos sabemos que seria sempre oposição interna a Rui Rio, e ao contrário do que disse há 6 meses, todos sabemos que desesperava por uma oportunidade para assaltar a liderança do PSD.

Luís Montenegro disse que “seria o tempo de permanecer afastado da política ativa”, e que não faria a “Rio aquilo que Costa fez a Seguro” – é isso que dizem os livros do politiquês.

Mas o que fez? Foi trabalhar? Não, foi “comentar” para a comunicação dita social. Aquela que tem construído os mais recentes líderes eleitos, com os resultados que se conhecem – a começar em José Sócrates, passando por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, e acabando em João Galamba, entre muitos outros exemplos.

Saltar da política para o comentário político, é continuar a fazer política, com três diferenças. Uma é não precisar de se incomodar com chatices, tipo o escrutínio dos seus eleitores. A outra é ganhar muito mais dinheiro. E mais uma é falar sem contraditório.

Luís Montenegro acusa Rui Rio e a sua direcção de “hostilizar quadros e estruturas do PSD, numa lógica maniqueísta do PSD entre os bons e os maus”. Pois ainda bem que alguém finalmente faz alguma coisa para libertar o partido daqueles que prejudicam o país, não representam os eleitores e desrespeitam os portugueses.

Aqueles que partilham passwords para que outros votem por eles, ou os que, como Luís Montenegro, fazem negociatas para as suas empresas. Contratos de milhões com organismos públicos (do Estado central às Câmaras Municipais), pagos com o dinheiro dos contribuintes, por ajuste directo.

Rui Rio tem todo o meu apoio, para afastar esses “cancros” do partido, da assembleia da república, do governo e da política. Gente que, como diz o presidente da distrital do PSD Bragança, defende interesses que “não são certamente os do PSD”, e não são certamente os de Portugal.

De resto, e quanto a sondagens encomendadas, já escrevi sobre isso várias vezes, desde 2011. Alguns exemplos de que tenho falado:

Legislativas 2015 – sondagens davam derrota (natural) ao PSD liderado por Passos Coelho depois de 4 anos de “austeridade”. Resultado, o PSD venceu.

Europeias 2009 – sondagens davam 40% ao PS, e 30% ao PSD. O resultado revelou números bem diferentes de 32% PSD e 26% PS

Autárquicas 2001 – sondagens davam derrotas a Rui Rio, Pedro Santana Lopes, Fernando Seara, António Capucho e Luís Filipe Menezes. O resultado foi a vitória de todos eles.

De resto até é bom que Luís Montenegro venha agora fazer uma “sacanice” destas, porque militantes menos atentos tinham-no como hipótese para futuro. Assim, como o próprio disse, fica tudo em “pratos limpos” e “clarificado”

… o Luís é mesmo um sacana. Um homem sem carácter e sem ética, que age com esperteza e brinca com o futuro do país e a vida dos portugueses.

Centeno, o Ministro que não sabe, não leu e não fez

Mário Centeno foi escolhido como o “ministro das Finanças do ano” pela publicação The Banker, que pertence ao Financial Times.

Tenho particular apreço por pessoas que são agraciadas com este tipo de prémios. Tenho ainda mais admiração por aquelas pessoas que os atribuem. E tenho infinita reverência pelos lorpas que acreditam nelas – em particular a comunicação dita social portuguesa.

É que em termos de Finanças, em Portugal, as contas pelas quais Mário Centeno é responsável, são fáceis de fazer. Bem como os diagnósticos e as consequências. Como bem explica Helena Garrido, no Observador de hoje.

Deixo apenas um excerto: “Um país que deve mais de 700 mil milhões de euros paga por cada um por cento de juros sete mil milhões de euros por ano. Um crescimento de 3% para um PIB da ordem dos 200 mil milhões de euros dá seis mil milhões de euros. Não crescemos o suficiente sequer para pagar os juros da dívida”.

Só alguém muito ingénuo pode pensar que o “fim” de Mário Centeno não será o mesmo de outras, muito recentes, personalidades da elite portuguesa. De repente vem-me á cabeça Zeinal Bava.

> 2010 – Zeinal Bava eleito o melhor CEO da Europa
> 2011 – Zeinal Bava eleito melhor CEO do sector na Europa
> 2013 – Zeinal Bava reconhecido como melhor CEO da Europa
> 2013 – Zeinal Bava sai da presidência da PT para a brasileira Oi
> 2014 – Zeinal Bava oficializa saída da PT Portugal
> 2015 – Zeinal Bava, o CEO que não sabe, não leu e não fez
> 2017 – Zeinal Bava, o gestor mais premiado de sempre diz que foi “traído”

Remodelação uma ova!

António Costa remodelou o governo depois de fechado o Orçamento de Estado para 2019. É evidente que não procurava mudança de políticas, mas apenas de caras. Não será portanto de esperar, que mude o que quer que seja na Saúde, na Defesa, etc.

Ao bom jeito socialista, apressou a remodelação para o anúncio coincidir com o furacão, sabendo que a comunicação dita social estaria focada na destruição e tragédia da população – que, como dizia há uns anos um socialista prominente, acaba sempre por ir lá “votar na mãozinha”

Apesar da fraquíssima e apressada remodelação, e do facto das caras “novas” serem afinal “velhas”, a comunicação dita social, que na sua maioria continua a apoiar o establishment, elogia o primeiro-ministro.

Um bom exemplo é o simpático artigo do David Dinis no Eco. Que apesar de tudo ainda elogia a “capacidade de recrutamento fora da política” escreve que Costa “chamou ministros novos” e foi buscar “gente qualificada” e dois “independentes“.

Isto, apesar de, como diz e bem João Miranda, as caras “novas” serem:

  • dois membros do actual governo, sendo que um deles foi vereador da CM Lisboa quando Costa era presidente;
  • um ex-secretário de estado de Sócrates, que é filho de um ex-ministro de Guterres;
  • uma girl que fez carreira na função pública, e tem no currículo nomeações políticas com ligações familiares no meio.

Se fosse num governo de Rui Rio, ou no tempo de Passos Coelho, esta remodelação seria motivo de vários artigos de opinião a arrasar o primeiro-ministro e os “novos” ministros.

A defesa da deputada, pelo ex-presidente

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Caro Carlos Valente, nem todos queremos ser presidentes do Rancho Folclórico, presidentes da Associação Recreativa, presidentes da Junta de Freguesia, presidentes dos Bombeiros, presidentes do Clube de Futebol ou presidentes da Câmara. Alguns de nós têm ambições diferentes, que não passam pela política. Temos carreiras profissionais, família, e muitas outras coisas que nos fazem felizes. E não precisamos de ter um cargo político para nos sentirmos realizados.

Mas isso não nos impede de ser militantes de um partido político. Aliás, o facto de não querermos (ou podermos) abraçar o serviço público torna o dever cívico e de militância activa ainda maior, porque nenhum cidadão se deve demitir das suas responsabilidades em democracia. Nem que essa seja a do “simples” voto e fiscalização dos seus eleitos. É exactamente aquilo que eu faço.

Sou militante do PSD há 20 anos, mas há muitos mais que ando na vida partidária. Sem qualquer interesse pessoal ou objectivo político. Faço-o por acreditar na militância activa e no projecto social democrata do PSD. Ao contrário do Carlos, que apenas está habituado a dar a cara e fazer campanha quando é candidato ou tem algum interesse, eu tenho dado o meu contributo ao PSD sem calculismos.

Fiz campanha de Norte a Sul. Percorri o Minho, de Terras de Bouro a Montalegre, ou de Vieira do Minho a Vila Verde. Percorri Trás-os-Montes de Mirandela a Vila Real, ou de Bragança a Macedo de Cavaleiros. Percorri o Doutor Litoral, do Porto a Amarante, de VN Famalicão a Felgueiras. Percorri a Beira Litoral, Beira Alta e Beira Baixa, da Figueira da Foz ao Fundão, ou da Guarda a Idanha a Nova.

Fi-lo em campanha para eleições Legislativas, Europeias, Presidenciais, e Autárquicas. Nestas, levantando cartazes e outdoors, apoiando, dando a cara, falando com as pessoas, distribuindo bandeiras, autocolantes, canetas e aventais, por candidatos que na maioria das vezes nem conhecia. Por gente como José Manuel Fernandes (na altura desconhecido candidato a Presidente da Câmara de Vila Verde, distrito de Braga), hoje um dos mais competentes deputados Europeus, e capazes quadros do PSD.

E também o fiz por alguns que conhecia bem, em Santo Tirso. Não falhei um dia das campanhas autárquicas de David Assoreira ou João Abreu. E nessas, fiz campanha por vários candidatos às Juntas de Freguesia. Como Alírio Canceles, Manuel Mirra, ou mesmo o Carlos Valente. E só por isso o Carlos devia ter mais respeito. Porque o fiz sem ser candidato a nenhum lugar, com abnegação e desinteresse.

Não me arrependo de até ter perdido anos na faculdade, por ter andado demasiado dedicado ao partido e envolvido em campanhas. Nem de ter feito esforços na vida pessoal e profissional para me meter sozinho em carros de som, a percorrer freguesias e a distribuir panfletos com a cara do candidato, ao som dos hinos do PSD e da campanha. Um desses foi Manuel Mirra, e outros como o Carlos, que agora se sentem muito incomodados com a minha opinião.

Muitas vezes, por esse país fora, trabalhei para o PSD, acompanhado por vultos do partido, como Amândio de Azevedo ou Fernando Alberto Ribeiro da Silva. Fundadores e figuras de proa do PSD, que provavelmente o Carlos e a Andreia nem conhecem, porque estes nunca andaram na política para apareceram em eventos a tirar selfies. Nem nunca puseram interesses ou objectivos pessoais, à frente dos do PSD e do país – como os vossos amigos Luís Montenegro ou Marco António Costa.

Sou cidadão Português, e como tal exerço o meu direito e dever civil e político naquele que ainda é um estado livre e democrático. Ao contrário da maioria (com muita pena minha) não abdico dos meus direitos, e acima de todos está o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Estarei longe de ter sempre razão, mas nunca abdicarei nem esconderei a minha opinião. Nem com ameaças de processos em tribunal, nem com ameaças de confronto físico. O Carlos e a Andreia podem convencer-se disso.

Finalmente, estranho esta nova forma de estar do Carlos. Que ainda há poucos anos concordava comigo e até era posto no mesmo saco pelo caudilho que na altura liderava o PSD Santo Tirso. Tanto que o Carlos até vinha ao meu blogue defender posições e atacar aqueles a quem hoje se juntou (basta procurar os comentários nos vários posts publicados).

Parece que bastou a amizade (circunstancial) com a sra. Deputada, um lugar elegível na lista de vereadores, e uma ilusão de proximidade ao poder, para o Carlos agora se prestar a fazer estes papéis. Não só o de vir “defender a honra” da Andreia Neto, mas também de vir puxar dos galões, assinando o seu comentário com “Carlos Valente, P. Junta Vila das Aves de 2002/2013 eleito pelo PSD, 3 Vitórias com maioria absoluta onde o PSD nunca tinha ganho”.

As suas conquistas políticas, como tenho a certeza compreenderá, impressionam-me pouco. E parefraseando o presidente do PSD, Rui Rio – a mim ninguém me cala, e estou cheiinho de medo das ameaças que (em público ou privado) o Carlos e a Andreia me fazem. De resto, convivo bem com o pluralismo e democracia. E, ao contrário do Carlos e da Andreia, tenho estômago para ser criticado, e elevação para saber discutir.

Assinado: Luís Melo. Militante de Base do PSD. Nunca ocupou algum cargo público, ou alcançou como candidato vitórias eleitorais pelo PSD (talvez por nunca ter aceite lugar em listas, mas o mais provável era ter sido derrotado de qualquer maneira). Derrotado várias vezes em listas candidatas à JSD e PSD Santo Tirso, à associação académica na faculdade, à associação de estudantes no liceu, e a delegado de turma no ciclo.

Aos 6 anos conduzia um Porsche

Vendeu a Air Luxor por 50 mil € a um empresário que tinha como sede um quarto de hotel em Ílhavo, além de ter transferido a propriedade de um Porsche da empresa para a sua filha que à época tinha 6 anos

É este o nível da maioria “empresários” que temos em Portugal. Gente que não cria, constroi ou empreende nada. Que apenas faz negociatas, dentro ou fora da lei, com o único objectivo de enriquecer a todo o custo. Levam empresas à falência e no dia seguinte abrem outras – quais inimputáveis.

É também este o nível da maioria da comunicação “dita” social que temos em Portugal. Jornais e jornalistas que dão estas notícias, sobre empresas “fantasma” de “empresários” corruptos, e assuntos que, ainda por cima, não interessam a ninguém.

Enfim… não admira que Portugal seja pobre. E não é só economicamente. É acima de tudo pobre de espírito.