Mas porque raio deverão ter “direito” a jornais?

Sinceramente fico abismado com certas coisas que leio ou ouço. O Presidente da CM Lisboa vai cortar nos jornais, e passar a ter direito apenas a 2 diários e uma revista semanal.

Mas porque raio deve um Presidente de Câmara ter “direito” a jornais e revistas? Não tem 0,50€ ou 1€ para os comprar? E os directores municipais ou o Comandante da Polícia? Não têm de trabalhar?

Neste país, a fasquia da ética e da moral já está tão baixa que esta gente ainda tem a lata de anunciar medidas destas. Para agravar, a comunicação social divulga como se fosse uma grande coisa!

Isto é exactamente o mesmo que dizer que, a partir de agora, nos cocktails oferecidos pela CM Lisboa, vai comprar-se champagne Moet & Chandon ao invés de Don Pérignon. É pá… por amor de Deus. Haja decência e respeito pelos contribuintes!

Interesse Nacional é uma coisa que não lhe assiste

Há certo tipo de coisas na política portuguesa, e na mentalidade de certos sectores da sociedade (nomeadamente na comunicação “dita” social) que me chateia e me deixa extremamente revoltado.

Teixeira dos Santos (ex-Ministro das Finanças do Governo PS/Sócrates) veio hoje apelar à aprovação do OE2012, afirmando que este não é momento para tirar dividendos políticos.

Eu pergunto: apela à aprovação do OE porque este não é o momento de tirar dividendos políticos?! Mas então quer dizer que há momentos em que é legítimo tirá-los em detrimento do interesse nacional?

Um dos maiores responsáveis pelo descalabro a que chegou o país e pelo facto de termos de recorrer a ajuda externa, diz uma aberração destas, e publicam-no como se fosse uma declaração de grande dignidade?

Esta é mais uma prova de que estes senhores andaram na política, a gerir os dinheiros públicos, sem qualquer tipo de preocupação com o povo português, mas apenas com foco no interesse pessoal e partidário.

E depois de tudo o que fizeram – depois de tantas asneiras, mentiras e perversões – nem sequer têm vergonha na cara. Não desaparecem ou se reduzem à sua insignificância. Continuam a mandar “postas” deste nível.

Mário Soares, por qué no te callas – Parte II

Há cerca de um ano escrevi: “Respeito muito Mário Soares pelo papel que desempenhou na construção da democracia portuguesa” mas “Ele, melhor do que muitos, deveria saber que em política (como na vida) tudo tem o seu tempo“.

Acrescentei que: “Pelo percurso que teve já devia ter aprendido que os grandes homens da história souberam saír na altura certa. Saber o timming para se retirar e dar lugar aos mais novos é algo essencial para se saír pela porta grande“.

Depois de mais algumas considerações terminei: “É pena, porque assim ele está a perder o respeito que os portugueses tinham por ele. E além disso não está a contribuir em nada para que a política portuguesa se regenere e se credibilize“.

Há dias na Universidade de Verão, Soares demonstrou mais uma vez que tenho razão. O ex-PR está, como se customa dizer, chéché. Infelizmente aquela cabeça já só processa banalidades e demagogia. E a memória… foi-se!

Camilo Lourenço lembra bem. Soares diz que o Governo está demasiado preso ao acordo da Troika, mas foi no tempo dele como PM que estivemos mais subserviente ao FMI. Perguntaram-lhe o que faria de diferente: “Não sei. Não sou ministro. Eles é que estão no Governo“.

Ontem, mais uma cavadela, mais uma minhoca. Soares disse que O Ministro das Finanças “é um técnico de economia […] Mas é um político ocasional“. Caro Dr. Soares, foi exactamente por causa disso que chegamos ao estado em que estamos!

Chegamos a este ponto porque nos últimos 15 anos fomos liderados por políticos profissionais, sem qualquer qualificação técnica para ocuparem os lugares. Além do mais, não sendo “ocasionais” não tinham naturalmente qualquer tipo de sentido de missão.

De resto, em entrevista a Fátima Campos Ferreira, Soares disse que as medidas de austeridades deveriam ter “alguns limites”. Pena que não tenha pensado nisso em relação aos gastos do Governo PS/Sócrates, que defendia com argumentos de cabo de esquadra.

PS continua a toada da vitória/derrota mediática

Todos sabem, que nesta altura em que vão apertar as dificuldades, é extremamente importante que o Governo PSD-CDS tenha também (e pelo menos) o apoio do PS. Algo que à partida estaria garantido pelo facto de os socialistas terem assinado o MoU que Portugal fez com o FMI-BCE-UE.

Mas por enquanto (digo “por enquanto” porque estou esperançado que com Assis/Seguro eleito, isto acabará) os factos que se vão sucedendo indicam que o PS já rasgou o compromisso e continua numa toada de irresponsabilidade, com foco apenas nas vitórias/derrotas mediáticas na comunicação social.

Afinal de contas, não é algo que possa surpreender muito, já que a nova bancada do PS na AR foi toda escolhida “a dedo” por José Sócrates, Pedro Silva Pereira, e os seus acessores da máquina partidária (os tais Andrés Figueiredos e afins). Mas esperava-se alguma contenção.

O chumbo do nome de Fernando Nobre para PAR teve apenas e só o objectivo de, na comunicação social daquele dia e do dia seguinte, aparecer como derrota de PPC. E foi exactamente o mesmo que se passou com a infantilidade da demissão dos Gov. Civis, depois de PPC ter dito que não nomearia novos.

Tanto numa como noutra situação, os socialistas apenas estiveram preocupados em fazer parecer que PPC tinha faltado à sua palavra. De uma, dizendo que Fernando Nobre seria o seu PAR, e sendo obrigado a recuar. E de outra, dizendo que não nomearia Gov. Civis, sendo obrigado a nomear.

O regabofe socialista denunciado


Há umas semanas atrás o blogue 31 da Sarrafada (que a princípio muitos julgavam ser apenas um circo) começou a prestar um enorme serviço público ao listar vários gastos de entidades públicas. Fê-lo, na sequência do pedido (em tom de desafio) do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para que todos dissessem onde cortariam na despesa pública.

O alerta dado por este blogue chegou à comunicação social, que logo começou a dar ênfase à questão. Coisa que já deveria ter feito antes e não fez. Mas afinal de contas é também para isto que serve a blogosfera, para denuciar casos que por vezes passam despercebidos na comunicação dita social.

A TSF e o Público sublinharam o facto de Luís Filipe Menezes, deputado do PSD – no seguimento de uma troca de tweets com o 31 da Sarrafada – pedir explicações ao governo sobre gastos da Anacom. Também o jornal i publicou uma notícia sobre esse assunto enquanto que o DN preferiu falar dos gastos da DGCI.

Também no Twitter o 31 da Sarrafada publicou uma série de mensagens com a hashtag #Austeridade que foi imediatamente seguida e alimentada por muita gente. De entre vários tweets com denúncias de gastos duvidosos e espantosos das entidades públicas destacam-se as seguintes:

– Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge gasta 20 M€ em tinteiros e toners
– ICP – Anacom gasta 11 m€ na criação de um template word e excel
– Ministério da Administração Interna pede em empresa de Turismo Rural para fazer traduções no valor de 7 m€
– Instituto Superior Técnico compra 400 resmas de papel A4 por 10 m€
– CM do Seixal compra acompanhamento jornalístico da actividade autárquica por 44 m€

E muito mais havia para contar por entre garrafas de champagne Don Perignon e empresas de boys do Partido Socialista. Depois da denúncia deste regabofe socialista, parece que andam agora a tentar apagar da base de dados alguns dos contratos mais escandalosos.

Ainda alguém se surpreende ou questiona do porquê termos chegado a este estado calamitoso nas contas públicas? Ainda há alguém com dois dedos de testa que ache que a culpa é da crise internacional?

Mário Soares, por qué no te callas

Respeito muito Mário Soares pelo papel que desempenhou na construção da democracia portuguesa. De qualquer forma, ao contrário de outros, não lhe coloco o epíteto de “Pai da democracia”. Foi uma das figuras importantes – a par de Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Álvaro Cunhal entre outros – mas está longe de ser o principal ou único responsável.

Ele, melhor do que muitos, deveria saber que em política (como na vida) tudo tem o seu tempo. Pelo percurso que teve já devia ter aprendido que os grandes homens da história souberam saír na altura certa. Saber o timming para se retirar e dar lugar aos mais novos é algo essencial para se “saír pela porta grande“.

Além disso o corpo humano vai-se detereorando com a idade, e mais grave do que as debilidades físicas que começam a aparecer, é a perda de capacidades cerebrais. Está provado cientificamente que com o avançar dos anos o cérebro vai atrufiando (se assim se pode dizer) e vamos perdendo discernimento.

Mário Soares terminou em 1996 o seu mandato de PR e podia ter-se retirado. Mas o bichinho da política, o amor pelo partido, e a consciência de que ainda era capaz, fê-lo rumar a Bruxelas em 2000. Penso que fez bem, porque a sua experiência e conhecimento podiam contribuir para a construção europeia e para a defesa de Portugal na UE.

Em 2005 com 81 anos tomou a decisão correcta e sensata de se retirar, anunciando que abandonava definitivamente a política. Tinha sido um percurso brilhante ocupando o cargo de PM, PR e Deputado Europeu. Retirava-se um grande homem que contribuiu imenso para a construção do país.

Mas infelizmente, para ele e para muitos de nós, os últimos 5 anos foram catastróficos. Desde a candidatura à PR em 2006 até aos argumentos de cabo de esquadra que tem usado sempre que tenta defender José Sócrates, tem sido o que se costuma caracterizar de “cada cavadela, cada minhoca“.

É pena, porque assim ele está a perder o respeito que os portugueses (mesmo os que não são do PS, como eu) tinham por ele. E além disso não está a contribuir em nada para que a política portuguesa se regenere e se credibilize.

O argumento que deu ontem para justificar que era uma má opção PPC e PSD assumirem a governação é digno do pensamento de qualquer ditador. Só os ditadores podem pensar que apenas eles podem liderar e governar, e que a oposição é incapaz. Mário Soares não é assim… vamos dar-lhe um desconto.

Obrigado pelo aumento de impostos!

Hoje o Primeiro-Mentiroso José Sócrates anunciou um novo aumento de impostos. E desta vez é um aumento brutal. IVA, IRS, IRC, etc. Vou-me escusar de fazer referência às causas e aos culpados por esta situação. Mas uma coisa é certa, este aumento servirá para cobrir as asneiras que são consequência da incompetência e ganância do Governo PS.

Este post, no entanto, serve apenas para agradecer à maioria dos portugueses, o facto de eu (e outros que não têm culpa) ter de trabalhar mais e melhor ainda, ter de fazer mais e maiores esforços, adiar e protelar mais os projectos e desejos. Isto, para poder continuar a viver de forma despreocupada, desafogada e de consciência tranquila.

Portanto, obrigado àqueles portugueses egoistas que não vão votar porque nesse dia mais vale ir para a praia. A vida corre bem, e desde que o que ganham dê para ter um BMW e ir de férias para o Brasil, está tudo bem.

Obrigado àqueles portugueses que não se interessam pela política porque acham que não tem influência nas suas vidas. Já dizia Platão “O preço a pagar por não te interessares por política é seres governado pelos teus inferiores”.

Obrigado àqueles portugueses que não fazem sequer o esforço de pensar pela própria cabeça e acreditam em tudo o que dizem os bem falantes políticos e a comunicação “dita” social. E assim chegam ao dia de votar e vão com o rebanho.

Obrigado àqueles portugueses que vêem a política como se de um campeonato de futebol se tratasse, e os partidos como se de um clube se tratasse. Defendendo e encobrindo as asneiras dos seus dirigentes e “jogadores” ao ponto de não perceberem que isso tem consequências gravíssimas para os seus concidadãos.

Obrigado àqueles portugeses que se dizem “empresários” e têm como modelo o próprio José Sócrates. Esses que pensam que o mais importante é a aparência, e depois vai-se fazendo pela vida e tentando ganhar uns negócios. Nem que esses negócios seja menos lícitos ou que para os ganhar seja preciso vender a dignidade ou até a mulher.

Obrigado a muitos outros portugueses, que votaram em José Sócrates e no PS nas eleições legislativas de 2009 (já dou de barato as de 2005).

Mentiroso Compulsivo

Podiam pensar que estou a falar do filme de Jim Carrey mas não. Não se trata de nenhuma ficção. O argumento deste filme é verdadeiro e as imagens que podemos ver são realidade nua e crua.

O protagonista é bom actor, mas na realidade não está a representar, ele é mesmo assim. Custa-lhe imenso dizer a verdade. Principalmente porque não lhe dá jeito nenhum.

Um título bom para esta longa metragem (longa demais… já vem desde 2004) era “Portugal de TGV a caminho do abismoby José Sócrates

O que faz um homem como José Sócrates no dia 1 de Abril?… Diz a verdade, para variar?

Deputados: a inversão das coisas

Entendo que os deputados presentes na Assembleia da República devem defender acima de tudo o interesse nacional (ou seja, de todos os portugueses) e logo a seguir o interesse do círculo eleitoral pelo qual foram eleitos. Só assim estão verdadeiramente a representar quem os elegeu na assembleia representativa de todos os portugueses. Só assim estão verdadeiramente a representar quem os elegeu no orgão legislativo do país.

Ora, nos últimos tempos, alguns partidos e deputados têm invertido esta definição. Têm feito da AR um instrumento para se servirem, e não para servirem os portugueses. Os portugueses que, para eles apenas contam para colocar a cruzinha no boletim de voto.

Miguel Vale de Almeida (eleito pelo PS) usou a sua condição de deputado para fazer aprovar uma lei que lhe dava jeito, e aos “amigos” dele. A lei do casamento homossexual. Inês de Medeiros (eleita pelo PS) usou a sua condição de deputada para fazer aprovar uma lei que lhe dava jeito, e aos “amigos” dela. O novo regime de SS adaptável aos profissionais das artes e espectáculos.

Não tenho nada contra os homossexuais, nem nada contra os artistas. Aliás, penso que estes últimos precisavam mesmo de alterações na sua condição. Defendo que devem haver na AR iniciativas de deputados para todo e qualquer grupo de pessoas. Mas…

… Haja prioridades! Esteja o interesse nacional acima de tudo! Esteja o interesse colectivo em primeiro lugar! Esperarei por outras iniciativas destes dois deputados (se é que depois de concretizados os seus desejos não se irão embora, dando lugar a outros) e depois direi mais qualquer coisa.

Facto político para esconder incapacidade


Portugal está hà muito mergulhado numa grave crise económica, financeira e social. A prova disso são os encerramentos de empresas e os desempregados que vemos diariamente. Além dos vários diagnósticos feitos, houve também do lado do Governo o anunciar de muitas soluções para o problema. Disse-se que a preocupação máxima era ajudar as pessoas que perdiam os seus empregos, e injectar confiança na economia para que fosse possível atraír novos investimentos empresariais. Como sempre, as promessas de José Sócrates falharam.

O Governo de Sócrates – tal como o de Guterres – sabe que está metido num pântano e não tem solução para de lá saír. Mas Sócrates não quer fugir como o seu antecessor socialista, porque tem interesses a mais, e não sabe agora viver de outra forma que não seja no poder. Sócrates construiu a sua posição com base nas amizades e compadrios. Ou seja, quando deixar de ter o lugar de destaque que lhe permite distribuir benesses, todos os amigos e apoiantes desaparecerão. O que acaba por ser natural, já que essas pessoas só são amigas de quem “lá está” (no poder, leia-se).

Mas o PM também corre o risco de ter de enfrentar umas eleições antecipadas se vir o seu Orçamento de Estado reprovado. E com tanta coisa que se tem vindo a passar – principalmente o esquecimento das promessas referidas acima – seria provável que as perdesse. Então a solução que vê para sair deste problema por cima é, mais uma vez, enganar as pessoas. Ou seja, tomar algumas medidas fáceis e mediáticas que tinha no seu programa (como casamento gay), para depois poder dizer que está a tentar cumprir promessas. E além disso, disfarçar a tomada de decisões importantes como a regionalização ou o carro eléctrico (coisas com valor, mas não prioritárias). Depois, a vitimização – em que Sócrates é experientíssimo – fará o resto.

Estou contra o casamento entre homossexuais, porque isso vai contra as bases antropológicas da sociedade em que vivemos. Não é uma questão religiosa (como alguns querem fazer passar, porque sabem a descrença na religião que prolifera na sociedade, tentando ficar assim em vantagem na opinião pública), mas cultural. Na nossa sociedade não se aceita (ao contrário de outras) que a mulher é um ser inferior, porque foi assim que a construímos. Da mesma maneira, a nossa sociedade não foi construída para que houvesse casamentos entre homossexuais. Alguma coisa contra eles? Nada. Daí os aceitarmos e até termos consagrado a figura da União de Facto.

Para que quer agora o PS fazer aprovar o casamento entre homossexuais? Algo que até hà bem pouco tempo os socialistas desprezavam tanto que até inventaram uma lei do divórcio que permitia aos casados descasarem mais rápida e fácilmente. Isto é de uma incoerência enorme, e só se justifica com a vontade de mostrar promessas cumpridas e criar factos políticos para desviar as atenções do essencial, a falta de capacidade de Sócrates para enfrentar a crise.