Benfica e Porto não merecem adeptos que têm

Ontem, mais uma vez num jogo entre FC Porto e SL Benfica, houve violência e insultos. Voaram bolas de golfe, isqueiros e pedras. Explodiram petardos, houve pancadaria, vandalismo e detenções. Mesmo com medidas de segurança cada vez mais apertadas.

Como portista, fiquei envergonhado ao ouvir tanta barbaridade no final do jogo. Nos festejos passados (propositadamente) na comunicação “dita” social, só se ouviam insultos ao derrotado ao invés de se ouvirem vivas aos vencedores. Uma tristeza.

Isto não é desporto nem futebol. É um escape para as pessoas descarregarem as suas frustrações. Ninguém quer ver ou apreciar o jogo, querem apenas motivos para – à boleia do trabalho dos outros (atletas e técnicos) – serem superiores ao vizinho do lado.

Mas se na rua é mais complicado fazer algo, dentro dos recintos desportivos é facílimo, e só não se faz porque não se quer. Aplicar em Portugal as mesmas regras que se aplicam aos hooligans em Inglaterra, era meio caminho andado para acabar com isto.

A cambada de mentecaptos (empurrada pela sua imbecilidade e pelos incentivos dos dirigentes) que cria a desordem e o perigo público deveria ser castigada exemplarmente. Doutra forma esta “bola de neve” tomará proporções gigantes e imparáveis.

Benfica e Porto não merecem dirigentes que têm

No futebol como na política os clubes foram “assaltados” por gente medíocre e sem qualquer tipo de nível ou estatura intelectual. Se dantes havia Jorges de Britos e Josés Roquettes (do FCP nem vale a pena falar), hoje só se vêem Filipes Vieiras e afins.

O que se passou ontem no Estádio da Luz foi demonstrativo da falta de classe, de respeito, de civismo e de bom senso que impera na actual direcção de uma das maiores instituições do país. Já para não falar no tão propalado fair play desportivo.

A atitude da direcção do SL Benfica não colocou apenas em causa a segurança de adeptos e polícia. Colocou em causa o próprio clube, que leva mais uma machadada na sua grandiosidade. Depois das finanças e dos resultados, é na ética e na moral.

Fartam-se de dizer que o SL Benfica é “grande”, mas como pode um clube com estas atitudes (que correram mundo) ser “grande”? Eu, que sou portista, acho que a instituição SL Benfica não merece ter uma direcção destas, que todos os dias a destrói mais um pouco.

Não basta ter estádios com muita capacidade ou uma lista extensa de sócios não pagantes. Não basta vender muitos jornais ou ter filiais em várias cidades. Para um clube desportivo ser grande é necessário que dê o exemplo, na hora de vencer ou perder.

Da mesma forma, os dirigentes do FC Porto não contibuem em nada para a grandiosidade do seu clube e do desporto quando, ao invés de abordarem sériamente estas questões, respondem com tom irónico, de gozo e de desdém. Não saber ganhar é um grande defeito.

Benfica vs Porto: o Juízo Final

O SL Benfica vs FC Porto do próximo domingo 3 de Abril será jogado com o campeonato praticamente decidido. O FC Porto precisa apenas de uma vitória nos próximos 5 jogos para se sagrar Campeão Nacional, e até pode perder no Estádio da Luz.

No entanto, espera-se que este jogo seja encarado pelos benfiquistas e pela comunicação “dita” social como o jogo do Juízo Final. Ou seja, se o Benfica vencer, fica provado que é melhor do que o Porto, e portanto moralmente o campeonato é do Benfica.

Para esta gente que não sabe dar mérito à competência ou reconhecer quando o adversário é melhor, o Porto só será campeão por causa da “fruta”. Como sempre, quando o Benfica é campeão é-o por mérito, quando o Porto é campeão é-o roubado.

Os Dragões vão à Luz com 13 pontos de avanço sobre o rival de Lisboa. Vão à Luz à 25ª jornada ainda invictos. Vão à Luz depois de na 1ª volta terem ganho 5-0. Vão à Luz com o melhor ataque e a melhor defesa. Mas o que interessa isso? Se o Benfica ganhar “meio a zero” é melhor.

Para os benfiquistas e a comunicação “dita” social desportiva o campeonato resume-se a 6 jogos entre os 3 clubes grandes. Não importa se o Benfica perde com o Beira-Mar, a Naval 1º Maio ou o Portimonense. Se ganhasse ao Porto devia ser campeão.

É por isto que este clube (apoiado por gente que percebe pouco de futebol mas muito de bola, gosta pouco de desporto mas muito de guerra, se satisfaz pouco com competição e muito com clubismos) ganha muito poucas vezes em relação ao seu oponente do Norte.

Sócrates = Madaíl = Carlos Silvino (Bibi)

Podem achar o título deste post absurdo, despropositado ou insultuoso, mas não é. É uma simples constatação de factos. Quantas vezes José Sócrates disse uma coisa, e o seu contrário passados uns dias? Quantas vezes Gilberto Madaíl disse que não se recandidatava à presidência da FPF, e passados uns dias era candidato? E ambos fizeram isto tal e qual como Carlos Silvino (Bibi), com a maior cara de pau. Impávidos e serenos.

A única questão que pode suscitar algumas dúvidas, é se o fazem conscientes. E aqui, quanto a mim, Carlos Silvino leva vantagem. É que eu não duvido que o casapiano tenha graves problemas mentais provocados pelo seu percurso de vida (principalmente por também ter sido abusado em pequeno). Já Sócrates e Madaíl, não passam de uns escroques sem carácter, integridade, honradez ou um pingo de vergonha na cara.

O futebol come tudo, e não deixa nada

Há dias comecei assim um artigo de opinião no Sovolei desta forma: “Portugal continua a ser um país de futebol onde Cristiano Ronaldo e José Mourinho estão a anos luz de Nélson Évora, Vanessa Fernandes ou Armindo Araújo. Qualquer futebolista português de 3ª linha tem mais espaço nos média do que Miguel Maia, Frederico Gil ou Ricardo Costa

Num país em que só há dinheiro para o futebol, só há tempo de antena para o futebol, só se fala de futebol, só o futebol move multidões… é curioso como tem de ser o automobilismo, o judo, o ténis e outros a trazerem títulos e prestígio para Portugal.

Amanhã, as capas dos jornais desportivos deveriam trazer a fotografia de Helder Rodrigues e da sua Yamaha, dando destaque ao inédito pódio (3º lugar) do piloto português no Dakar. A par, deveriam também fazer referência a Ruben Faria (cuja missão era ajudar Cyril Despres, 2º classif) que terminou em 7º.

#CR7 e a típica inveja tuga

Impressiona-me sobremaneira, ver tanto português elogiar Lionel Messi e ignorar Cristiano Ronaldo. Não está em causa se um é melhor do que outro, está apenas em causa a atitude para com cada um.

Não sou apologista de bairrismos provincianos, mas qualquer português deveria ter orgulho em Cristiano Ronaldo, no que ele representa e a forma como representa.

Não haja dúvidas que se deve a ele o facto de agora, os Portugueses serem considerados e olhados de outra forma (uma forma bem mais positiva) pelos estrangeiros, em todo o mundo!

Nestes últimos dias fez-me impressão ouvir muita gente minha conhecida (e de outros) relevar o facto de Messi ter marcado 3 golos em jogo da Taça frente ao Bétis (da 2ª divisão!).

E fez principalmente porque não vi os mesmos, 2 ou 3 dias antes, a elogiar as qualidades do CR7 da mesma forma, quando este marcou 3 golos e fez uma assistência em jogo do Campeonato frente ao Villareal (3º classificado!)

Não se trata obviamente só de um jogo. Mas também não é preciso recuarmos muito na estatística. Nesta época, Cristiano leva 23 golos apontados na Liga (50% do R.Madrid) e Messi leva 18 golos (30% do Barcelona).

Irrita-me esta forma de actuar dos Portugueses, que não conseguem digerir o sucesso de um compatriota seu… é típica inveja tuga… E o mesmo se passa com Mourinhos e afins…

José #Mourinho, o necessário e o suficiente

Está provado que, ao contrário do que em tempos disse Vicente del Bosque, para ser o melhor treinador do mundo não é suficiente ter os melhores jogadores, mas sim conseguir construir a melhor equipa – afinal de contas o futebol é um desporto colectivo. O espanhol não poderia ser o melhor treinador do mundo.

Está provado que, ao contrário do que dizem os apoiantes de Pepe Guardiola, não é necessário jogar bonito para se ser o melhor treinador do mundo, o que é preciso é vencer – afinal de contas os títulos conquistam-se com vitórias. O outro espanhol não poderia ser o melhor treinador do mundo.

José Mourinho constrói boas equipas e vence. Fá-lo com muito trabalho, exigência e estudo. Socorre-se da ciência, da tecnologia e dos melhores adjuntos. Coloca emoção e muita ambição nas suas acções. Transmite confiança e motivação.

É naturalmente um líder, tendo uma capacidade e um carisma fora do vulgar. Ao mesmo tempo é humilde no seu trabalho, delegando funções, responsabilizando os colaboradores e confiando totalmente no trabalho que lhes atribui.

Por isto e por muito mais, José Mourinho é indiscutivelmente o melhor treinador do mundo na actualidade. Como todos os grandes homens da história mundial, não é perfeito, longe disso. Mas o prémio é para o treinador, não para o homem.

Futuro de Jorge Costa passa pelo Dragão

Quando soube da notícia do abandono de Jorge Costa da Associação Académica de Coimbra – OAF pensei que tudo estava relacionado com resultados desportivos. No entanto sabia que não era porque os resultados globais tivessem sido assim tão maus até agora. Muito pelo contrário, o objectivo da AAC é não descer, e antes de chegarmos a metade do campeonato, já tem 18 pontos (precisa de 30 pts) e ocupa o 9º lugar.

Pensei que estava relacionado com os resultados, porque Jorge Costa é um homem de palavra. Na semana passada, depois da derrota por 5-1 com o Marítimo, ouvi-o dizer “Esta é uma derrota pesada. Perdemos bem, nada a dizer. Mas agora deixo uma garantia: Isto não vai voltar a acontecer“. O facto é que aconteceu, contra o SC Braga. Perdeu 5-0.

Vai daí, conhecendo o carácter do ex-capitão do FC Porto, pensei logo que seria o assumir da responsabilidade depois de ter proferido tais palavras. Mesmo sabendo que o trabalho que estava a desempenhar era bom e meritório. Ao contrário de outros, ele não faria de conta que nada tinha dito e assobiaria para o lado, tentando quiçá arranjar bodes expiatórios.

Afinal não será só isso. Disse Jorge Costa que abandona não a AAC-OAF mas o futebol… “Por motivos estritamente pessoais que não me permitem continuar a actividade profissional que mais me realiza“. Espero que não seja nada grave e que volte depressa. A passagem pelo SC Braga, pelo SC Olhanense e pela AA Coimbra provam que o seu futuro pode passar pelo banco do Dragão.

Jorge Jesus. A desonestidade não tem limites

Portugal está, cada vez mais, transformado na República das Bananas. Vale tudo, mesmo tudo. A desonestidade intelectual de certas pessoas não tem limites. Veja-se as recentes declarações de Jorge Jesus, treinador do Benfica.

Jorge Jesus disse hoje que não vê diferenças de valor entre FC Porto e SL Benfica que justifiquem os 8 pontos de avanço no campeonato. Diz o “novo rico do futebol” que essa diferença advém apenas dos erros dos árbitros, nomeadamente nos penaltys assinalados a favor do FC Porto.

É preciso ter muita lata para dizer isto depois de: 1) Ter levado um baile de bola na final da Supertaça em que perdeu 2-0. 2) Ter levado outro baile de bola no jogo do campeonato em que perdeu 5-0. Recorde-se que foram 2 jogos sem casos e sem qualquer tipo de dúvida.

Até o comentador da Antena 1 disse, logo a seguir à declaração de JJ, que esta época a diferença dentro de campo entre as duas equipas é abismal. E lembrou que este ano o Benfica joga mal não só contra o Porto, mas também contra outras equipas mais fracas do campeonato e da liga dos campeões.

De resto, como é possível que a Antena 1 passe estas declarações de Jorge Jesus, á Benfica TV (!!), no fim de um jogo da Taça de Portugal entre FC Porto e Juv. Évora (4-0) entre as flash interviews e os comentários ao jogo. E qual o interesse?

Mundial 2018 – Falta de fair play e boas notícias

Como estou de férias, pude ver em directo o anúncio dos países organizadores dos campeonatos mundiais FIFA 2018 e 2022. Sinceramente pouco me importava se Portugal (aliado à Espanha) vencia. Para falar verdade, esperava que não vencesse, porque isso seria mais um motivo para deixar o país desviado do essencial.

Não gostei de, mais uma vez, ver que estivemos tão mal representados nas instâncias internacionais do futebol. Foi incrível e visível o mau perder dos portugueses. Isto diz muito do nosso carácter como país. Entre outros, estavam presentes Eusébio e Laurentino Dias, que ficaram com um sorriso amarelo estampado na cara.

Os comentadores de TV falaram em “interesses comerciais” a influenciar a decisão. Nuno Luz (jornalista SIC) escreveu mesmo através do twitter: “Voltou o dinheiro a ser decisivo“. A falta de fair play tolda a visão de muitos portugueses que até falaram de “falta de infra-estruturas no Qatar” esquecendo-se que Portugal também não as tinha quando ganhou a organização do Euro2004.

Se alguém tinha dúvidas sobre o mau perder dos nossos representantes apenas tinha de ler o twitter de Nuno Luz:  “Dizem os membros da candidatura ibérica que a partir de agora não vale a pena dar informações técnicas o que conta é o dinheiro“. Também José Lello (deputado e ex-Ministro Desporto do PS) escreveu: “Qatar ganhou na FIFA. Russia ganhou na FIFA. Quem paga ganha!

Confesso que fiquei satisfeito com a escolha da Rússia para 2018 e Qatar para 2022. Porquê? O João Almeida (deputado CDS e presidente CF Belenenses) disse-o bem: “As escolhas da FIFA são absolutamente normais. No mundo actual, Rússia e Qatar abrem novos horizontes. Outras escolhas seriam mais do mesmo“.

De resto, a derrota de Portugal pode trazer muitas coisas positivas: 1) É menos um motivo para a construção do TGV; 2) É mais um motivo para Gilberto Madaíl sair da FPF; 3) A selecção vai ter de trabalhar e de se esforçar para garantir a qualificação para a prova.