Hoje tivemos 2 exemplos para o Futebol

Hoje foi um dia em que o desporto nos deu duas lições. E não, não me refiro ao Euro 2012 ou ao Futebol. Falo do Ciclismo e do Ténis.

O Poveiro Rui Costa venceu a Volta à Suíça. A primeira vez que um ciclista português vence uma prova do escalão mais alto da UCI.

Rui Costa, que já tinha vencido em 2011 uma etapa de montanha no Tour de França, bateu todos os principais ciclistas do pelotão.

No Ténis, David Nalbandian foi desqualificado na final do ATP de Queens, depois de ter pontapeado um placard e atingido um juíz.

Foi inocente, e nessa altura o argentino liderava, mas o Supervisor do ATP World Tour não teve complacências e desqualificou-o.

Duas reflexões:
1) O que seria se numa grande competição uma equipa de futebol (que estivesse a vencer) fosse desqualificada por um jogador dar um soco num árbitro?

2) Porque é que os portugueses continuam a ignorar grandes e exemplares atletas e a idolatrar futebolistas que muitas vezes dão tão maus exemplos?

Campeonato Nacional de Futebol desde 1974

Como nestas alturas se costuma falar muito em contabilidades, facilito aqui o trabalho a alguns…

Epoca ¦ Vencedor ¦ Treinador
2011/2012 FC Porto (Vitor Pereira)
2010/2011 FC Porto (André Villas-Boas)
2009/2010 SL Benfica (Jorge Jesus)
2008/2009 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2007/2008 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2006/2007 FC Porto (Jesualdo Ferreira)
2005/2006 FC Porto (Co Adrianse)
2004/2005 SL Benfica (Giovanni Trapattoni)
2003/2004 FC Porto (José Mourinho)
2002/2003 FC Porto (José Mourinho)
2001/2002 Sporting CP (Laszlo Bölöni)
2000/2001 Boavista FC (Jaime Pacheco)
1999/2000 Sporting CP (Inácio)
1998/1999 FC Porto (Fernando Santos)
1997/1998 FC Porto (António Oliveira)
1996/1997 FC Porto (António Oliveira)
1995/1996 FC Porto (Bobby Robson)
1994/1995 FC Porto (Bobby Robson)
1993/1994 SL Benfica (Toni)
1992/1993 FC Porto (Carlos Alberto Silva)
1991/1992 FC Porto (Carlos Alberto Silva)
1990/1991 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1989/1990 FC Porto (Artur Jorge)
1988/1989 SL Benfica (Toni)
1987/1988 FC Porto (Tomislav Ivic)
1986/1987 SL Benfica (John Mortimore)
1985/1986 FC Porto (Artur Jorge)
1984/1985 FC Porto (Artur Jorge)
1983/1984 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1982/1983 SL Benfica (Sven-Göran Eriksson)
1981/1982 Sporting CP (Malcolm Allison)
1980/1981 SL Benfica (Lajos Baróti)
1979/1980 Sporting CP (Rodrigues Dias e Fernando Mendes)
1978/1979 FC Porto (Jose Maria Pedroto)
1977/1978 FC Porto (Jose Maria Pedroto)
1976/1977 SL Benfica (John Mortimore)
1975/1976 SL Benfica (Mario Wilson)
1974/1975 SL Benfica (Milorad Pavić)

Total
FC Porto = 21 títulos
SL Benfica = 12 títulos
Sporting CP = 4 títulos
Boavista FC = 1 títulos

Pela 100ª vez: não é Guimarães, é Vitória SC!

Ontem dirigi-me, através do twitter, à jornalista da TVI Cláudia Lopes, uma das responsáveis do programa “Mais Futebol”. Esta não foi a primeira nem a segunda vez que o fiz, a propósito do tema “Guimarães”.

Por sistema, os jornalistas e comentadores que fazem parte do painel do programa, se referem a um clube de nome “Guimarães”. Ora, na Iª Liga não existe nenhum clube com esse nome. Chama-se Vitória SC!

Desta vez obtive resposta da jornalista Cláudia Lopes. Disse ela: nós sabemos o nome do clube, mas os verdadeiros adeptos do Vitória têm grande orgulho em serem de Guimarães!“. É uma óptima desculpa.

No seguimento dessa brilhante (e a meu ver esfarrapada) desculpa, voltei a questionar a jornalista, perguntando-lhe porque é que não chama então “Lisboa” ao SL Benfica. Segue a mesma lógica, não?

A resposta demonstrou bem com que tipo de pessoa eu estava a falar: “Oh Luis haja paciência!!! Porque os dois vitórias têm praticamente o mesmo nome! É só para ser mais compreensível! Compreendeu?”

Não, não compreendi cara Cláudia Lopes! E por isso lhe respondi que “É necessário rigor em todas as profissões“, principalmente na dela onde tem “obrigação de informar os espectadores correctamente“.

Este não é o 1º nem será o último exemplo da falta de rigor no jornalismo português. Falta de rigor essa que muitas vezes é propositada e revela o desprezo que há por certas instituições / pessoas.

Haja ao menos alguém neste meio (ainda que a propósito de outras áreas da sociedade e de outros temas) que tenha dois dedos de testa e tente lutar por mais/melhor jornalismo e rigorosa informação.

Violência: Corridas de Touros vs Futebol


Chegou à AR uma petição pelo fim das corridas de touros em Portugal. E pelo que parece, a maioria dos grupos parlamentares recusam-se (a meu ver bem) a apoiar esta ideia, e determinar o fim duma tradição que é também considerada património material.

Gosto de animais. Muitas vezes, mais do que de algumas pessoas. Há gente que está, na minha escala, muito abaixo de qualquer cão raivoso ou touro enraivecido. Mas sou equilibrado e sensato. Tudo o que é demais é erro, e um animal não é um ser humano.

As corridas de touros não são apenas uma “tradição”. São também uma área de negócio, da qual muita gente vive e depende. Que envolve milhões de pessoas e milhões de euros. À sua volta giram os cavalos, a agricultura, e muitas outras actividades.

Os subscritores desta petição alegam que as touradas são um espectáculo violento. Eu pergunto se o são, mais do que um jogo de futebol. E se elas contribuem mais do que o futebol para que possamos todos viver numa sociedade pacífica e decente.

Numa corrida de touros todo o público se respeita. E respeita os cavaleiros, os forcados, os cavalos e também os touros. Mais do que isso, pelos forcados e pelos touros principalmente, há mesmo uma grande admiração. Pela coragem e bravura.

E o que se passa num jogo de futebol? Insultam-se os jogadores, os treinadores, os árbitros e os adeptos do clube adversário. Invariavelmente há violência dentro e fora dos estádios. Cultivam-se ódios, invejas, falta de respeito e de fair-play.

Contribuição para a sociedade? O futebol já nem sequer é um desporto. Prolifera a corrupção, o compadrio, o nepotismo. As touradas cultivam o espírito de grupo, de sacrifício, a solidariedade, o esforço, o trabalho, o mérito, a carolice, a amizade.

Paulo Bento, esse visionário do futebol

Antes do jogo vaticinei: Portugal vai-se qualificar à custa da Holanda e o tuga vai ficar todo contente depois de mais uma vergonhosa fase de qualificação. O facto é que nem isso a selecção de futebol conseguiu. Portugal perdeue a Suécia venceu.

A diferença é apenas uma: Os suecos tinham de vencer e esperar que a selecção portuguesa perdesse. Lutaram pelo objectivo. Por seu lado, Portugal tinha de vencer, empatar ou esperar a vitória da Holanda. Preferiu ficar à sombra da bananeira.

É esta a mentalidade do tuga, que o leva invariavelmente ao insucesso. Estava à vista no banco de suplentes, no comentário da TV, e provavelmente na maioria da cabeça dos tugas. A 30 min do fim e com 0-1 já só se torcia pelo golo… da Holanda.

A equipa falhou a toda a linha, mas naturalmente que o tuga tem de arranjar um bode expiatório. Quem seria? O alvo mais fácil: o Cristiano Ronaldo das costas largas. Até parece que ele joga na baliza, na defesa, no meio-campo e no ataque. É omnipresente.

A verdade é que, mesmo com CR7 sendo o melhor marcador da fase de qualificação (5 golos), a selecção de futebol só ganha jogos a Lichensteins, Luxemburgos, San Marinos e afins. Quando nos aparece pela frente uma equipa minimamente organizada, perdemos.

Para além da mentalidade tuga, também Paulo Bento é responsável. Num jogo decisivo, a perder 0-1 aos 60 min não muda nada? Não arrisca? Encaixou o 0-2. A precisar de marcar golos, coloca em campo um médio defensivo, e deixa Nuno Gomes no banco?

Isto já para não falar das consequências que têm as birras e pancas deste visionário do futebol. Depois de vermos uma defesa péssima e um ataque extremamente perdulário, o que dizer de jogadores como Carvalho, Bosingwa, Tiago, Simão Sabrosa, Liedson ou João Tomás?

Benfica vs Man Unaite… Jesus tinha razão


Depois de ver o jogo de ontem tenho de reconhecer que Jorge Jesus, esse génio do futebol, tinha razão. Este Manchesta Unaite, perdão Manchester United, é o mais forte de sempre.

Ontem, quando ouvi essas declarações do treinador do clube de Lisboa, cheguei mesmo a gozar. Perguntei se Jesus não conhecia aquela equipa do final dos anos 90, que foi Campeã da Europa.

Publiquei o tweet irónico “Terão Schmeichel, Irwin, Johnssen, Stam, Neville, Giggs, Beckham, Yorke, Cole… jogado no Salgueiros?” Mas tenho de reconhecer, o 11 de ontem era muito mais forte.

Sir Alex Fergusson foi finório. Deu 8 ao Arsenal com as reservas para enganar, e depois veio à Luz com os titulares. Mas Jorge Jesus é mais esperto e inteligente e não foi na conversa.

O empate é um espectacular resultado para o clube de Lisboa. É que este Man Utd era mesmo o mais forte de sempre. Qual Charlton, Beckham, Ronaldo e afins, o 11 usado ontem dava 15-0 ao Arsenal.

A selecção de sub-20 e as vitórias morais

Como gosta o Tuga de vitórias morais. São aquelas “vitórias” em que se saiu derrotado, em que o adversário foi mais competente e mais forte, em que se trabalhou menos, mas que se perdeu “por azar”.

E como gosta o Tuga de aproveitar os sucessos dos outros para a sua auto-estima. Só deu atenção ao Mundial Sub-20 a partir do momento em que os miúdos chegaram à final, porque até aí nem sabia que decorria.

A selecção portuguesa de futebol em Sub-20 não venceu o título mundial apenas porque foi também ela Tuga. Passo a explicar: não teve ambição. Trabalhou para os mínimos. Defendeu empates e vantagens tangenciais.

Desde o início da fase de grupos até à final, a equipa venceu com diferenças mínimas, tirando partido da falta de eficácia do adversário. Até no jogo com a desconhecida Guatemala tremeu desnecessariamente.

Naturalmente que, contra uma equipa como o Brasil, que foi forte e competente durante toda a prova (com várias goleadas), Portugal perdeu. Ainda que isso tenha acontecido em lances pouco ortodoxos.

Nada disto tira valor aos atletas. Muitos deles merecem lugar nos clubes portugueses. Mas o facto é que, talvez por culpa do treinador, foi pouco ambiciosa e não deu ouvidos ao ditado: quem não marca arrisca-se a sofrer.

De resto, pensar que em FCP, SLB, SCP e afins, proliferam estrangeiros de qualidade duvidosa, quando têm Nelson Oliveira, Júlio Alves, Danilo, Pelé, Nuno Reis, etc… só faz pensar em “luvas” que se devem ganhar nas transferências.

Futebol: Terreno fértil para lavagem de dinheiro

Num país de 3º mundo Luís Filipe Vieira é “o maior” e o SL Benfica passa incólume. Num país desenvolvido e num Estado de Direito, Luís Filipe Vieira estava (muito provavelmente) na cadeia e o SL Benfica fechado.

Naturalmente que o mesmo se aplicaria a todos os dirigentes do futebol que fazem habilidades deste género. Mas, neste país europeu, Pintos da Costa, Valentins Loureiros e afins andam soltos e com sorrisos na cara.

E se julgam que a culpa é dos juízes que estão “feitos” com os dirigentes do futebol, desenganem-se. Esses apenas aplicam as leis (feitas à medida). A culpa é do “Tuga” que estrebucha muito mas adora esta gente e estas coisas.

Basta ler o que o “Tuga” escreve nas caixas de comentários dos jornais online, ou o que diz no café do bairro. Hoje é o Vieira e o SLB que fazem habilidade, mas ontem foi o Pintinho e o FCP. Equilibrou. Está tudo bem.

Enquanto a mentalidade for esta, a corrupção e o à vontade será cada vez maior. E mais dinheiro e poder terão os dirigentes do futebol, para pagar as “luvas” aos (i)responsáveis pelas leis que os deixam fazer coisas (i)legais.

Cada vez mais o futebol é terreno fértil para lavagem de dinheiro. Não só para os mafiosinhos dirigentes do futebol europeu, mas também para os Mafiosos da ex-União Soviética, e para os ditadores das Arábias.

Erro estratégico do FC Porto no caso “Túnel da Luz”

Em Março de 2010, um dia após Hulk voltar aos relvados depois do castigo que adveio do caso “Túnel da Luz”, escrevi:

Ninguém poderá dizer se com Hulk disponível o FCP ganharia os jogos que perdeu, tal como poderia perder os jogos que ganhou […] Não vem mal ao mundo. Ninguém pode vencer sempre […] Mas uma coisa é certa: o FC Porto teve o seu maior activo (avaliado em 100 M€) parado durante 100 dias. O que sería se a Autoeuropa tivesse uma das suas linhas de montagem paradas durante 100 dias? O que sería se a PT tivesse a sua rede de telecom parada durante 100 dias? O que sería se a EDP tivesse as linhas de transporte cortadas durante 100 dias? Alguém vai ter de indemnizar o FC Porto

Ora, passado mais de um ano sobre isto, o FC Porto resolveu colocar uma acção em tribunal pedindo uma indemnização de 8 M€ à Liga de Clubes. Não pelo facto de ter tido o seu activo parado, mas por achar que isso foi a razão pelo facto de não ter chegado à Liga dos Campeões.

Na minha opinião foi um erro da direcção do FC Porto. Penso que nenhum tribunal irá dar razão ao clube neste caso porque, como disse, é impossível saber se com Hulk o FC Porto ganhava os jogos que perdeu. Agora, o facto de ter um activo parado, isso sim é quantificável e poderia ter sucesso em tribunal.

Freddy Guarín: Justiça lhe seja feita

Sinto-me obrigado a escrever umas linhas sobre Guarín, o médio do FC Porto que se transfigurou com a entrada de André Villas-Boas, depois de ter passado 2 épocas sem merecer o ordenado que auferia. Da mesma maneira que critiquei, venho agora elogiá-lo.

Muitos não sabiam quem era antes de chegar à invicta, mas eu já o conhecia porque seguia o campeonato francês, em particular o Saint-Etienne onde o colombiano fez duas boas épocas. Fiquei contente com a contratação e pensei que vingaria.

Em Abril 2009 escrevi que “O que Guarín faz dentro de campo é uma falta de respeito pelo trabalho, esforço e dedicação dos outros colegas de equipa […] Este menino (está muito longe de ser homem) é, no máximo, um bom suplente do assistente de roupeiro

O facto é que esta época (talvez mérito de André Villas-Boas) Freddy Guarín tem sido não só importante mas decisivo. As suas boas exibições deram confiança ao treinador para o utilizar com mais frequência, gerindo esforço no motor da equipa, o meio campo.

Além disso, nos últimos 10 jogos marcou 6 golos e já conta com 8 em 2010/2011. Tornou-se um jogador de colectivo, solidário com os seus colegas de sector, e voluntarioso na ajuda à defesa e ao ataque. Voltou (porque já o era em França) a ser certo no passe e inteligente no remate.