#Wikileaks tem documentos que culpam #Ensitel

Há pouco mais de uma hora – e depois de as opiniões sobre o caso que opõe @jonasnuts e a Ensitel terem proliferado pela internet (redes sociais e blogosfera) – o Wikileaks publicou documentos que dão razão à cliente e provam que a empresa agiu de má fé.

Segundo os documentos revelados pela organização de Julien Assange, o telemóvel vendido a Maria João Nogueira já teria sido vendido a outro cliente, que o teria devolvido. Numa atitude típica de tuga chico-esperto, a loja terá colocado novamente o equipamento à venda tentando que houvesse um lorpa que lhe pegasse.

Estes dados não só deixam clara a forma como as empresas em Portugal fazem os seus negócios e (des)tratam os seus clientes, mas também a incapacidade ou falta de estratégia da ASAE e outras autoridades de defesa do consumidor, que andam mais preocupados com colheres de pau, doces regionais e afins.

Contrapartidas que Ministro deixou na China

Qual a contrapartida que o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, deixou na China para que a república comunista comprasse dívida portuguesa? Será que terá prometido ao seu homólogo mais facilidades ao povo chinês imigrante em Portugal? Não vejo algo mais que o nosso país possa oferecer à China, e se foi isso, é mau.

Lembre-se que a maioria dos chineses que vêm para Portugal abre as chamadas lojas dos “300”, e são estas lojas que fazem concorrência desleal. Não só ao comércio tradicional nacional, como também às empresas portuguesas. Os chineses estão isentos de impostos no início da actividade, e importam produtos de baixa qualidade, consequentemente muito mais baratos.

A nova Novabase

A Novabase já é, há muitos anos, a maior tecnológica portuguesa. Sou suspeito, mas acho que é a empresa do ramo que tem as pessoas mais competentes e qualificadas. Além disso a sua cultura organizacional, a permanente procura de novos desafios e a constituição de metas ambiciosas, sustentam o sucesso da empresa.

Agora, a Novabase entra numa nova etapa, e tal como disse o nosso CEO “A visão da Novabase que agora nasce é tornar a vida das pessoas e das empresas mais simples e mais feliz […] É esta a visão que inspira uma nova marca, uma nova cultura, novos valores, nova dinâmica de equipa. Uma Novabase […] que une o lado esquerdo e o lado direito do cérebro e que nos foca nos benefícios que queremos criar para as pessoas.”

#GreveGeral FPs, rapaz do jornal e Bruno Nogueira aderem

Acho bem que a Greve seja um direito do povo consagrado na Constituição. É legítimo que haja organizações a liderar a Greve. Compreendo que numa situação como a que Portugal está, o povo queira demonstrar o seu descontentamento. No entanto, eu não adiro a nenhuma Greve deste tipo.

Feita a declaração de interesses é tempo de dizer que – salvo raras excepções que confirmam a regra – só se vêem os funcionários públicos a aderir à Greve. Curiosamente são aqueles que mais privilégios e protecção têm no seu emprego. Será por não terem patrão que não hesitam em fazer gazeta?

Apenas se vêem a aderir à Greve as empresas públicas, semi-públicas, ou ex-públicas. Exemplo são as Câmaras Municipais, as Escolas, os CTT, os STCP e Carris, o Metro e a CP. Aliás, é fácil de confirmar através da comunicação “dita” social, que só faz reportagem à porta das serviços públicos e estações de transportes.

Curioso não se ver nenhuma equipa de reportagem à porta de empresas privadas e grandes (os tais capitalistas) como a AutoEuropa, a Sonae, o BES, a Zon, a Portucel, a Martifer, a Jerónimo Martins, entre outras. Porque será? Não será com certeza do Guaraná…

De resto, a paralização do país – anunciada pelos sindicatos – não a senti. A única coisa em que reparei foi, no caminho para o trabalho, não ter visto o rapaz que costuma estar a distribuir jornais no semáforo da Duque Loulé junto ao Marquês de Pombal, e também não ter ouvido o “Tubo de Ensaio” da TSF.

Poder Político 10-0 Poder da Sociedade

Mais um excelente editorial do Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios. Desta vez a propósito do ranking que o diário elaborou com os 25 mais poderosos da economia portuguesa (Curiosamente, há 5 semanas, vaticinei Ricardo Salgado como o 1º e acertei).

De entre várias considerações interessantes que o director do jornal faz, relevo as seguintes, que considero as mais importantes:

“há um movimento que é desconhecido dos nossos poderosos: o do poder que vem da sociedade. Das pessoas. Não são escolhas políticas, nem herdeiros, nem falsos predestinados de lobbies financeiros e empresariais. São poderosos não por causa disso mas apesar disso – ou mesmo contra isso […]

[…] nada é mais inquietante do que a incapacidade de renovar elites, de desafiar a estrutura de poder instalada, de mudar esta economia de século XX que se arrasta em 2010. Portugal é Ptolomeu num mundo Galileu. Teremos sempre poderosos. Mas, assim, nunca o seremos.”

Redes Sociais vs Produtividade

Um recente estudo concluiu que as redes sociais estão a custar cerca de 17.000 M€/ano à economia britânica. Segundo o relatório “metade dos trabalhadores britânicos acede ao Facebook e ao Twitter durante o horário de trabalho e mais de metade admite ter actualizado o seu perfil enquanto estava no emprego […] Um terço afirmou ainda gastar cerca de 30m/dia naqueles sites“.

De qualquer forma, em resposta a uma das perguntas do estudo, grande parte dos inquiridos disse que o acesso às redes sociais não tinha impactos negativos no trabalho. Outros 14% admitiram ser menos produtivos e 10% disseram até que usar as redes sociais contribuía para um aumento da produtividade.

O director da empresa que realizou o estudo não concorda: “os resultados obtidos demonstram que os trabalhadores estão a usar cada vez mais as redes sociais no trabalho, o que, se não for devidamente avaliado, pode ter repercussões negativas na produtividade de muitas empresas“. Acrescentou ainda que “As empresas deveriam monitorizar o acesso às redes sociais e assegurar que os seus trabalhadores não estão a abusar“.

Ora, sabemos por experiência própria que muitas empresas até já bloquearam o acesso às redes sociais, mas será esta a melhor solução? Não se trata sequer de confiar ou não na responsabilidade de cada um e deixar ao seu critério o acesso às redes sociais. Trata-se isso sim de “as empresas conseguirem aumentar a produtividade das pessoas com o uso das redes sociais“, tal como escreve Eduardo Mayer Fagundes neste artigo.

Só para encobrir Sócrates

O saldo na novela entre a PT e a Telefónica é: a PT trocou posição maioritária numa empresa tecnológicamente avançada e em expansão (Vivo) por posição minoritária numa outra empresa vulgar e inerte (Oi). Mas por incrível que pareça, ainda há quem diga que foi bom negócio, e pior há quem acredite nisso. Como se não estivessemos fartos de opiniões encomendadas na imprensa.

Pior do que tudo isto é que a entrada da PT na Oi não se deveu ao facto de ser um bom negócio. Foi simplesmente para encobrir as palavras de José Sócrates aquando da utilização indevida e ilegal da Golden Share do Estado. Lembre-se que o PM invocou o “interesse estratégico nacional” para vetar a venda que a maioria dos accionistas aprovara em AG. Mais uma vez (depois do caso TVI) a administração da PT usou dinheiro dos accionistas ao serviço do Governo do PS de Sócrates.

Muitos disseram que vender a participação na Vivo, distribuindo o dinheiro pelos accionistas e reduzindo a dívida era fazer da PT a uma empresazita. Mas quem disse que tinham de vender e ficar quietos? Claro que tinham de investir noutro lado, mas não tinham era de ir comprar, à pressa, uma posição numa qualquer empresa brasileira, só para encobrir as desculpas esfarrapadas de José Sócrates.

Alguns dizem que a longo prazo vai ver-se que a PT tomou opção correcta e vai fazer da Oi uma outra Vivo (como se tudo o que a PT tocasse se transformasse em ouro). Pois eu acho que a longo prazo a PT e principalmente os seus administradores vão perder credibilidade nos mercados internacionais, pelo facto de andarem ao serviço do ego e da vontade de um désputa.

O Portugal que não quero (III)

Depois da vergonhosa participação da selecção nacional no campeonato do Mundo de futebol (tanto na qualificação como na fase final) veio Gilberto Madaíl dizer que a equipa cumpriu o objectivo mínimo, que foi eliminada contra uma equipa teoricamente superior e congratulou-se também pelos desaires precoces de França e Itália.

Eu pergunto: isto é atitude de um verdadeiro líder? A atitude deste senhor é o exemplo do que há de pior neste país. O típico portuga também só trabalha para os mínimos, resigna-se com a derrota e fica contente com o mal dos outros, para desculpar o seu falhanço.

Dizemos que metade da população vive à custa de subsídios do Estado, mas esquecemo-nos que muitos dos que têm emprego vivem à custa do “subsídio” da empresa. No seu dia-a-dia, o típico portuga não se esforça para trabalhar mais e melhor, para trazer valor acrescentado à empresa, para conquistar novos patamares e novas vitórias.

Assim sendo, fazendo apenas os serviços mínimos, este ser quase acéfalo só está a trabalhar para levar o ordenado (subsídio) ao final do mês. Não contribuindo em nada para um país melhor e em crescimento.

Diminuir défice? Começem pelo mais dificil !!

Todas as empresas privadas que conheço tomam certas medidas de poupança de recursos. Todos os gestores destas empresas percebem que é com as pequenas coisas que se podem fazer grandes poupanças. Daí que as primeiras medidas a tomar tenham sido o controlo do papel nas impressoras, das impressões a cores, da distribuição de material de escritório, da gasolina e pneus nos automóveis, das chamadas nos telemóveis, das luzes acesas fora do horário de trabalho, etc.

Algumas destas empresas de que falo têm 10 funcionários, outras 1000. O que seria se no Estado (governo, empresas públicas, institutos, repartições, etc.), com cerca de 700.000 funcionários, se fizesse este controlo? E não venham dizer que é uma gota no oceano. A empresa na qual trabalho tem cerca de 2000 funcionários, é líder na sua área de negócio e é uma empresa cotada em bolsa. Se estas poupanças não fossem reais e não tivessem peso algum, os seus gestores de topo não perdiam tempo com elas.

Ao contrário do que parece, estas são as medidas mais difíceis a tomar. Isto significaria tirar pequenas ou grandes benesses aos funcionários públicos, desde o funcionário de balcão da repartição até ao Ministro. Para um Governo sem coragem e mais preocupado com os seus boys, como é o de José Sócrates, é bem mais fácil aumentar impostos.

Ouçam o ancião

Há cerca de um ano atrás dediquei 3 posts do meu antigo blogue a Soares dos Santos. Disse que “Soares dos Santos não é um milionário. É um homem humilde, trabalhador e sério. Um empresário com visão e sucesso. Preocupado com a crise em Portugal […] Não deve nem teme o poder ou o corporativismo, não lambe as botas ao governo“. Ao melhor estilo portuga, alguns perguntaram-me se eu sabia o que ele fazia nas suas empresas (fazendo alusão aos boatos de exploração. Tal como existem sobre a Sonae, com a qual trabalhei e nada senti).

A prova veio passados 13 dias quando, depois de já ter falado sobre a crise e o governo, falou ainda melhor sobre as medidas que tomará na sua empresa. Primeiro, abrirá mão das reservas que fez para prevenir um ano de prejuízos. Depois, deixará de pagar dividendos. Em seguida, diminuirá salários de administração e quadros. No final, negociará cortes de horário e salários. Só se, todas estas não forem medidas suficientes, avançará para despedimentos.

Duas semanas volvidas, o empresário exemplo (como lhe chamei) vem explicar o porquê de Portugal não conseguir atraír investimento estrangeiro que lhe permita recuperar a frágil situação económico-financeira: “Na Polónia estivemos sobre ataque por causa de problemas laborais e a justiça funcionou, o que nos deu um conforto brutal. Sei as regras do jogo, posso fazer planos a 5 anos” e mostrava-se preocupado também com a situação social “Preocupa-me principalmente no Norte, o desemprego

Quem tinha dúvidas sobre a capacidade e a honestidade deste senhor foi agora surpreendido pela notícia anunciando que a Jerónimo Martins vai pagar 12,5 M€ em bónus a trabalhadores. O grupo vai dar um bónus extra aos trabalhadores efectivos (20 mil dos quais em Portugal) gastando 12,5 M€. A bonificação é de 250 € por cada empregado. A administração ficará fora das actualizações salariais para 2010.

Este é um homem sério que sabe o que diz e apenas fala quando é estritamente necessário. Tal como Belmiro de Azevedo, não se rende ou vende ao mediatismo. E quando ele diz que “a instabilidade [política do país] resulta em não haver Governo” era bom que todos ouvissem. Para que todos entendam, ele faz um desenho: “Como é que o Governo tem tempo para pensar? Nós, responsáveis, quadros que estamos aqui e outros, não andamos permanentemente na rua a visitar lojas. Não é a nossa função. A nossa função é pensar nos problemas e debatê-los