CM Portimão gasta 1 M€ no Sasha Summer Sessions

O Sovolei foi convidado pela LinkSport para organizar um Torneio de Volei de Praia integrado no Portimão SummerFest 2011. Estive, portanto, no passado fim-de-semana em Portimão, na Praia da Rocha, onde nunca tinha estado. As refeições do torneio eram servidas no Blue Lounge Urban, instalações de suporte ao Sasha Summer Sessions.

O Sasha Summer Sessions foi um fenómeno que conseguiu juntar milhares de pessoas no verão 2010, na Praia da Rocha em Portimão. Os eventos neste espaço foram várias vezes referidos na comunicação social, com destaque para o “Jet-7”. Pessoalmente, este tipo de coisas não me atrai, pelo que nunca lá pus os pés, e pouca atenção dispensei.

No entanto, pude este fim-de-semana ler num jornal Algarvio, que em 2011 a CM Portimão não iria repetir a parceria 2010 com empresários da noite, nomeadamente Luís Evaristo. Este verão o evento irá acontecer, mas a parceria será com a Meo – chamar-se-á “Meo Spot Summer Sessions” – e a CM Portimão conta gastar apenas 150 m€.

Isto contrasta com o Verão 2010 em que a CM Portimão gastou 150m€ na logística e ficou a haver cerca de 800 m€ de Luís Evaristo. Para “pagar” a dívida, a CM Portimão “comprou” o nome “Sasha Summer Sessions” por 800 m€. Um nome que, pelos vistos, não será mais utilizado visto este mudar para “Meo Spot Summer Sessions”.

Este é mais um exemplo da vergonhosa gestão que alguns políticos fazem do dinheiro público, neste caso particularmente os autarcas. Note-se que a CM Portimão tem neste momento uma dívida acumulada de 98 M€ e que está com sérias dificuldades em conseguir formas de a pagar.

E também é um bom exemplo do aproveitamento das incapacidades daqueles políticos (ou mesmo a corrupção) por parte de certos e determinados “empresários”. É que com toda a certeza o “empresário” em causa não se terá inibido de ficar com o dinheiro “em caixa” no fim das noites. Mas pagar o que deve… está quieto!

Onde estava @EditeEstrela no Freeport/Face Oculta?

A política está podre. Isso já não é novidade. Governantes, deputados, autarcas e afins são na sua maioria gente sem carácter, sem princípios, sem valores e muitas vezes corruptos. Para os actuais políticos os fins justificam os meios, mentindo e ultrapassando quaisquer limites de moral e ética.

Claro que há sempre excepções que confirmam a regra. Olhando de repente para o plano político actual vejo Rui Rio e Cavaco Silva como 2 oásis no deserto (ainda que, para mim, não estejam os dois no mesmo patamar). São 2 políticos com maneiras de actuar diferentes, mas são homens honestos.

Sendo assim estão em vantagem perante o eleitorado, pelo que os seus adversários tentam denegri-los para (pasme-se!) os puxarem para o baixo nível deles. Já sucedeu várias vezes, e nas Presidenciais 2011 acontece novamente. Só isso justifica o arrastamento de Cavaco para o caso BPN.

Mas aos arautos da verdade, como Defensor de Moura ou Edite Estrela, eu pergunto onde estavam aquando do caso Freeport ou do caso Face Oculta? Nessa altura não quiseram explicações, e agora querem?! Ao contrário de Sócrates, Cavaco deu-as em directo na TV.

Colocou no banco as suas poupanças, que foram aplicadas (total ou parcialmente) em acções. Ganhou, segundo é dito, 1.40€ por cada uma (um total de 140.000€ ?!). Quantos anónimos ganharam tanto ou mais quando, por exemplo, as acções da GALP subiram de 5€ para 15€? É crime? Não me parece.

Apolíticos vs Políticos na Justiça

É hoje mais do que evidente que há uma promiscuidade indesejável entre a Justiça e a Política. Ou melhor dizendo, entre algumas figuras de destaque da Política e outras da Justiça. Custa-me crer que isto é verdade, mas por mais que não queira, os sinais são manifestos. É triste que assim seja, e quem sofre mais com isto é o povo Português que vê violentado um dos pilares da sua já débil democracia.

No caso Casa Pia, os apolíticos Carlos Silvino e Carlos Cruz (entre outros) foram constituídos arguidos, ao passo que os ex-Ministros Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues foram ilibados. No caso BPN, os apolíticos José Oliveira e Costa e Manuel Lagoa de Sousa (entre outros) foram constituídos arguidos, enquanto que o ex-Ministro e Conselheiro de Estado Manuel Dias Loureiro já foi esquecido.

No caso Freeport, os apolíticos Charles Smith e Manuel Pedro são arguidos, mas o Primeiro-Ministro José Sócrates e o Ministro Pedro Silva Pereira não constam da lista. Muito provavelmente o mesmo acontecerá no caso Face Oculta. Ou seja, o apolítico Manuel Godinho será considerado culpado, ficando o ex-ministro Armando Vara e o boy Rui Pedro Soares livres de qualquer ausação.

Não estou, com estes exemplos, a querer julgar ou acusar ninguém. Estou só a constatar um facto, que é uma grande coincidência. Políticos no activo, ou com grandes ligações aos que estão no activo (em posições de destaque), têm sempre o azar de serem apontados como suspeitos, mas a sorte de conseguirem escapar ilesos.

Para mim, nem tudo são coincidências e basta ter um bocadinho de memória para perceber que esta triste prática, esta mistura negativa, começou a ganhar maior relevância e a ser mais frequente desde que José Socrates foi eleito chefe do Governo. Este, é mais um motivo para querermos que saia.

O regabofe socialista denunciado


Há umas semanas atrás o blogue 31 da Sarrafada (que a princípio muitos julgavam ser apenas um circo) começou a prestar um enorme serviço público ao listar vários gastos de entidades públicas. Fê-lo, na sequência do pedido (em tom de desafio) do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para que todos dissessem onde cortariam na despesa pública.

O alerta dado por este blogue chegou à comunicação social, que logo começou a dar ênfase à questão. Coisa que já deveria ter feito antes e não fez. Mas afinal de contas é também para isto que serve a blogosfera, para denuciar casos que por vezes passam despercebidos na comunicação dita social.

A TSF e o Público sublinharam o facto de Luís Filipe Menezes, deputado do PSD – no seguimento de uma troca de tweets com o 31 da Sarrafada – pedir explicações ao governo sobre gastos da Anacom. Também o jornal i publicou uma notícia sobre esse assunto enquanto que o DN preferiu falar dos gastos da DGCI.

Também no Twitter o 31 da Sarrafada publicou uma série de mensagens com a hashtag #Austeridade que foi imediatamente seguida e alimentada por muita gente. De entre vários tweets com denúncias de gastos duvidosos e espantosos das entidades públicas destacam-se as seguintes:

– Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge gasta 20 M€ em tinteiros e toners
– ICP – Anacom gasta 11 m€ na criação de um template word e excel
– Ministério da Administração Interna pede em empresa de Turismo Rural para fazer traduções no valor de 7 m€
– Instituto Superior Técnico compra 400 resmas de papel A4 por 10 m€
– CM do Seixal compra acompanhamento jornalístico da actividade autárquica por 44 m€

E muito mais havia para contar por entre garrafas de champagne Don Perignon e empresas de boys do Partido Socialista. Depois da denúncia deste regabofe socialista, parece que andam agora a tentar apagar da base de dados alguns dos contratos mais escandalosos.

Ainda alguém se surpreende ou questiona do porquê termos chegado a este estado calamitoso nas contas públicas? Ainda há alguém com dois dedos de testa que ache que a culpa é da crise internacional?

Se no futebol é assim, imagino na política

Estive a ouvir as escutas do “Apito Dourado” recentemente tornadas públicas. Não contêm nada de novo, nada que eu já não soubesse ou suspeitasse. Continua a perturbar-me a falta de estatura intelectual, de educação, de respeito e de valores dos intervenientes, alguns deles figuras proeminentes da nossa sociedade.

Mas o que me impressionou mais uma vez não foi o conteúdo das escutas, mas a reacção da população a elas. A “clubite aguda” – doença que prolifera em Portugal – tolda a vista de muitos portugueses e leva-os a pensar que isto só se passa com o FC Porto, e negar estes acontecimentos também dentro da “sua casa”.

Mais grave é pensar que, se no futebol (onde o dinheiro é privado) as coisas funcionam desta maneira, imaginemos então como é na política (onde o dinheiro é dos nossos impostos). Basta ter um pouco de bom senso para perceber que obviamente será muito pior, até porque os clubes (empresas e interesses) e os árbitros (decisores políticos) são em número muito superior.

E não nos esqueçamos que o nível dos políticos portugueses é o mesmo que o dos dirigentes desportivos. Aliás, há muito “boa gente” que desempenha ao mesmo tempo cargos políticos e desportivos. Outros há, que saltam da política para o desporto, e vice-versa.

Nota: Obviamente que há excepções (talvez se contem pelos dedos de uma mão), de gente séria, que tem passagens pela política e pelo futebol.

O Portugal que não quero (VI)

Somos, sem dúvida alguma, o país do chico-esperto. Isso vê-se em todo o lado. Na escola, no hospital, no comércio, nos serviços, na estrada, no trabalho, na praia, no restaurante, nos negócios, na política…

Chegamos a um ponto em que a chico-espertice é de tal ordem que a maioria elegeu (e re-elegeu), para colocar aos comandos do destino do país, um grupo da melhor estirpe dos chico-espertos.

Depois… claro… já não nos podemos admirar com notícias destas.

Para mim é evidente…

Depois de ler as respostas do Primeiro-Mentiroso, José Sócrates, às 74 perguntas feitas pelos partidos na Comissão Parlamentar de Inquérito ao negócio entre a PT e a TVI, apraz-me dizer o seguinte:

1 – Uma conclusão é evidente. Por causa do ódio de José Sócrates a Manuela Moura Guedes, não se realizou um negócio benéfico para as duas empresas (PT e TVI). Isto, por si só, é gravíssimo.

2 – Sócrates é Primeiro-Ministro de Portugal mas é sempre o último a saber de tudo. Todos sabiam da saída de J.E.Moniz e M.M.Guedes da TVI, antes de ser noticiado (provado nas escutas que Armando Vara entre outros próximos do PM sabiam. Até Joaquim Oliveira sabia), mas Sócrates diz que só soube pelas notícias. No mínimo estranho.

3 – Segundo José Sócrates, Governo “comunicar [à PT] oposição ao negócio” é completamente diferente de dar “instruções” ou “orientações” à PT sobre este ou outro negócios. Está bem abelha.

4 – Afinal Henrique Granadeiro (Chairman da PT) cometeu a “descortesia” (palavra dele) de deixar que o PM e o Governo apenas soubessem do negócio PT/TVI pelo site da CMVM. Note-se que primeiro disse o contrário e depois rectificou.

5 – Sócrates admite ter falado com Armando Vara (o amigo e não o vice-presidente do BCP) e com Pina Moura (o amigo e não o presidente da Media Capital) sobre a TVI, o Jornal Nacional 6ª feira e M.M.Guedes. Adoro estas duplas personalidades.

6 – Rui Pedro Soares admitiu ter usado abusivamente o nome de José Sócrates em conversas privadas ou profissionais, mas este não se importa e diz que nem tirou satisfações. O outro, do Freeport, era primo mas este…

7 – Engraçado como, tanto Sócrates como outros envolvidos, respondem categoricamente “Não” ao que sabem não ser passível de ser provado, e “Não me lembro” ao que pode eventualmente estar em escutas e afins. Memórias selectivas.

Quem irá responder às questões?

Todas as perguntas feitas ao Primeiro-Ministro José Sócrates (por escrito) contêm a expressão “formal ou informalmente” para que não haja dúvidas sobre a natureza dos seus actos ou conhecimentos.

De qualquer forma falta saber se às perguntas irá responder o Sr. Primeiro-Ministro, o Lic. Engª Pinto de Sousa, o Engº Técnico José Sócrates, o amigo Zé Socas, o primo Zézé ou até o boneco da contra-informação José Trocas-te.

Ninguém escolhe família. Mas os amigos…

Mais escutas vieram a público. José Sócrates não é ouvido em nenhuma delas. Quero acreditar que nas 11 que o envolviam, e que foram entregues ao Presidente do STJ, não houvesse nada de criminoso. Mas se assim era, porque demorou tanto a avaliação das mesmas? Não se compreende. E por ter havido eleições legislativas pelo meio, é legítimo que todos desconfiem que o atraso foi propositado.

Partindo do princípio que José Sócrates nada tem que ver com estes planos (que envolvem TVI, RTP, PT, MEO, TagusPark, Refer, Luís Figo, DN, JN, Lusa, etc.) fico sem perceber qual os motivos e os objectivos que levaram Rui Pedro Soares, Paulo Penedos, Armando Vara, João Carlos Silva, José Thomati, etc a fazer tais diligências, a engendrar tais planos, a corromper e influenciar à custa de dinheiros que não eram seus.

Segundo consigo perceber pelas declarações do PM e da sua guarda pretoriana, o problema não é José Sócrates ser um homem sem carácter, sem principios e sem valores. O problema não é sequer José Sócrates ser um mau governante ou um político corrupto. O problema é que José Sócrates está com azar nos familiares (estes ninguém pode escolher) e amigos (estes todos podem escolher) que tem.

1 – A propósito do caso Freeport, Sócrates é inocente e tem o azar de um primo abusador ter utilizado o seu nome e cargo para obter contrapartidas financeiras.

2 – A propósito do caso Face Oculta, Sócrates é inocente e tem o azar de uns amigos abusadores terem utilizado o seu nome e cargo para obter… apoios para a candidatura do mesmo Sócrates às legislativas 2009.

Caramba… agora fiquei confundido. Então os amigos de Sócrates arriscam a própria pele – corrompendo e influenciando com dinheiros públicos ou de accionistas de empresas privadas – e têm como objectivo beneficiar Sócrates (que de nada sabe) em vez de se servirem a eles mesmos? Que raio de gente esta… nem para eles são bons… ou então, a versão de Sócrates está mal contada, o PM está mesmo envolvido como cabecilha, e o procurador do MP mais o Juíz de Instrução de Aveiro têm toda a razão.

Julgados na praça… da alegria


Fartamo-nos já de ver, os políticos queixarem-se de serem julgados na praça pública, quando são alvo de suspeitas ou mesmo constituídos arguidos em casos de justiça. Ao verem algumas investigações – levadas a cabo legitimamente por jornalistas – notícias ou reportagens, dizem-se alvo de campanhas negras e pedem que a justiça seja feita nos tribunais.

Mas o facto é que alguns políticos – principalmente os xicos-espertos corruptos – já perceberam que o melhor mesmo é serem julgados na praça pública. Isto porque, como diziam os Gato Fedorento num sketch imitando Valentim Loureiro, têm aquela vantagem pequenina de na TV ninguém ir preso. E além disso a opinião pública (e publicada) influencia e tira margem de manobra aos tribunais (só neste país).

Para ajudar à festa, a televisão pública (RTP) é usada e abusada por todos os senhores poderosos que representam grandes interesses, para portanto se virem defender ou vitimizar, aproveitando para descredibilizar a verdadeira justiça dos tribunais. É uma maravilha, a RTP é deles. Isto são julgamentos na praça da alegria, e não na praça pública. É uma bandalheira, uma vergonha.

Há uns anos foi o Carlos Cruz, há uns meses atrás foi o Dias Loureiro, amanhã será o Armando Vara. Todos no programa “Grande Entrevista“. Eu sugiro, para que haja equilíbrio e justiça para todos, que convidem também o Bibi da Casa Pia. Ora que diabo, ele também tem direito, ou será que são só os amigos do Governo e dos Bancos?