A Junta de Freguesia não é propriedade do PSD!

A Dr.a Andreia Neto, Deputada tirsense à Assembleia da República, e família, o Sr. Alírio Canceles, Vereador da Câmara Municipal de Santo Tirso, e esposa, e o Dr. Fernando Almeida, Director da Escola Tomaz Pelayo, e esposa, honraram o evento com a sua presença“.

Este é um post, publicado ontem na página do Facebook da Junta de Freguesia de Santo Tirso, que acompanha uma fotografia da primeira fila da plateia num dos espectáculos desta edição do Festival de Teatro de Santo Tirso.

Sinceramente quando vi faltaram-me as palavras para qualificar. Apenas pude dizer: é patético. É patético dizer que tais figuras honraram o evento, já que honrar significa conferir honra, distinguir, enobrecer.

É patético o facto de atrás dos nomes das pessoas virem sempre os rótulos académicos: “Dr.”, “Eng.”, “Prof.”. O que é tacanho, mesquinho, e até de certa forma menoriza aqueles que depois vêm rotulados de “Sr.”.

É patética a forma como se refere não só a pessoa em causa mas a sua “família” e as suas “esposas”. Mas voltamos ao tempo do Estado Novo em que a família e as esposas não têm nome? São meras figuras decorativas?

É patético sublinhar a presença dos “importantes”, dos “Srs. do poder” e esquecer as outras centenas de pessoas que fizeram parte e assistiram ao evento. Estes são o quê? A plebe, os dispensáveis, o zé povinho.

Pouco me importa quem escreve e actualiza o Facebook da Junta de Freguesia. O que sei é que o meu amigo Presidente da Junta não é nada destas coisas e normalmente tem muito cuidado com as susceptibilidades de cada um.

É por isso que deve escolher bem as mãos em que põe esta ferramenta. As redes sociais (nomeadamente o Facebook) já mostraram o quão poderosas são. Principalmente em política, onde é tudo muito mais sensível.

O facto de os “destacados” serem militantes do mesmo partido do Presidente da Junta, e de nos estarmos a aproximar das eleições Autárquicas 2013 também não é desprezível. A Junta de Freguesia devia ter muito cuidado.

É muito perigoso, e pode ferir de morte, se as pessoas pensarem (ou sequer suspeitarem) que a Junta de Freguesia está a servir de veículo de campanha eleitoral. Cuidado meus amigos! A Junta não é propriedade do PSD!

PS Sto Tirso: Sondagens e Notícias encomendadas. Vencedores antecipados.

Ainda há dias tinha sido dado o tiro de partida no PS Santo Tirso, para as Autárquicas 2013. Joaquim Couto e Ana Maria Ferreira apresentavam-se como candidatos às primárias do partido, que decidirão quem será o candidato a Presidente da Câmara Municipal.

As eleições primárias ainda não aconteceram (serão apenas em Dezembro) mas parece que já há vencedor. Pelo menos a julgar pelo cartaz/fotografia que Ana Maria Ferreira publicou na sua página do Facebook, e que podem ver acima. Ou será excesso de confiança?

A verdade é que isto leva as pessoas a pensar que no PS Santo Tirso as coisas se passam como na Venezuela, em Angola, ou na Rússia. Ou seja, independentemente de haver eleições, já se sabe à partida quem vai vencer. Um desrespeito para com os militantes.

Também na sua página do Facebook, Ana Maria Ferreira publica um (mais do que parcial) artigo do Jornal de Santo Thyrso (ao qual muitos chamam, quiçá com razão, boletim camarário) que pretende demonstrar que ela esta mais bem colocada do que Joaquim Couto.

A notícia refere uma bem “encomendada” sondagem (aliás tal como a notícia, que vem “encomendada” na altura certa) que pretende influenciar os militantes do PS nas primárias de Dezembro próximo. Uma “jogada” pouco ética da entourage de Castro Fernandes.

Ao que sei, Joaquim Couto também pediu uma sondagem a uma empresa há uns meses. Essa sondagem dava-lhe a vitória a ele. Se ele a tornasse pública em quem é que os militantes do PS acreditariam? E é por estas e outras que nunca (nunca!) acredito em sondagens.

Actualização: A sondagem de que falei, e que dava a vitória a Joaquim Couto, foi pedida pela Federação Distrital do PS Porto e não por Joaquim Couto, como referi. Obrigado ao leitor atento que me deu essa informação.

Autárquicas 2013: Conforme planeado no PSD Santo Tirso

Entretanto, enquanto o PS Santo Tirso escolhe o seu candidato à Câmara Municipal, o PSD Santo Tirso continua moribundo. Nada se vê nem nada se ouve sobre quem irá ser o cabeça de lista nas Autárquicas 2013.

Falta menos de 1 ano para as Autárquicas 2013 e naturalmente candidatos, estratégias e programas políticos têm de ser preparados. Mas no PSD Santo Tirso, como sempre, não há nada de palpável no horizonte.

Isto, mesmo sabendo que nas últimas 3 ou 4 eleições uma das razões apresentadas pelo PSD Santo Tirso para justificar derrotas foi o facto de se ter feito escolhas e iniciado os trabalhos tarde demais.

A verdade é que agora esta demora e adiamento são propositados. O actual líder do PSD Santo Tirso e vereador na CMST quer ser candidato a Presidente, e está à espera que o PSD o aceite em desespero de causa.

A estratégia é simples e está bem clara para os mais atentos. Protelar o mais possível a escolha do candidato, para depois em cima da hora, o PSD não ter alternativa senão agarrar-se à última opção.

E essa opção será naturalmente aquele que tem menos condições e perfil, mas que está bem colocado. Na liderança do processo autárquico, da concelhia do partido, da oposição na vereação, do cacique local.

Se não fosse este o plano, o PSD Santo Tirso já estaria hoje a ponderar e discutir as diversas opções naturais que se colocam: José Pedro Miranda, Pedro Fonseca, Carlos Valente, Carlos Oliveira, entre outros.

Mas só os menos atentos é que não suspeitavam já que esse era o plano. As manipulações e manobras no partido, as tácticas nos processos autárquicos, e finalmente a declaração de disponibilidade.

Venho denunciando publicamente este plano pessoal de ataque ao poder há mais de 2 anos. A verdade é que ele está a ser bem sucedido. Todos os passos indicam que o candidato do PSD será Alírio Canceles.

Na minha modesta mas firme opinião, perderá o PSD, perderá Santo Tirso, perderão os Tirsenses. Como candidato é mau e não vencerá, como hipotético Presidente seria horrível e não traria nada de bom à nossa terra.

Autárquicas 2013: Tiro de partida no PS Santo Tirso

Sem surpresa, pelo menos para os mais atentos, Joaquim Couto e Ana Maria Ferreira serão candidatos nas primárias do PS Santo Tirso, onde se decidirá qual o candidato do partido nas eleições Autárquicas 2013.

Ao que parece ainda houve uma tentativa de consenso, liderada por José Luís Carneiro (que em boa hora Joaquim Couto apoiou para a Distrital do PS Porto), mas naturalmente Castro Fernandes não aceitou a proposta.

É conhecido o “ódio pessoal” que Castro Fernandes nutre por Joaquim Couto. Algo que ficou bem demonstrado quando voltou a candidatar-se ao PS Santo Tirso, apenas para evitar que Joaquim Couto vencesse a concelhia.

Isto prova também que Castro Fernandes e a sua equipa estão pouco preocupados com o superior interesse de Santo Tirso ou do PS. Apenas alimentam uma guerrilha pessoal e de facção que em nada contribui para o futuro.

Assim, Ana Maria Ferreira terá de disputar com Joaquim Couto as primárias, e diga-se de passagem que não tem tarefa nada fácil. Couto é um político experiente e que trás boas recordações aos socialistas Tirsenses.

Já Ana Maria Ferreira é uma personagem cinzenta, sem carisma ou autoridade. Tem sido ao longo dos anos apenas um “Sargento” leal ao serviço do “General” Castro Fernandes. Outros, que não eu, poderiam dizer: um bom pau mandado.

Para além disso, recorde-se que ainda há 5 meses Ana Maria Ferreira perdeu para José Pedro Machado (dissidente de Castro Fernandes e principal apoiante de Joaquim Couto) umas eleições no mesmo universo eleitoral.

Prevê-se que Castro Fernandes venha a ser forçado a tomar novamente as rédeas em mais uma campanha interna. Aliás como vem acontecendo até agora, sempre que a sua entourage vai a votos com oposição interna.

Mas é mesmo isto que os socialistas querem? Se Ana Maria Ferreira não consegue, por mérito próprio, vencer José Pedro Machado ou Joaquim Couto, será ela capaz de vencer as Autárquicas 2013, e governar Santo Tirso?

Talvez Joaquim Couto seja uma melhor escolha para os Socialistas. Homem com provas dadas (ao nível Autárquico, Regional e Nacional) e que já provou conseguir por mérito próprio vencer e apresentar trabalho.

O António José Seguro do PSD Santo Tirso

Já aqui manifestei muitas vezes a minha discordância em relação à forma de fazer política e à estratégia utilizada pelo actual líder do PSD Santo Tirso. Seja a nível interno seja na acção como líder da oposição na CM Santo Tirso.

Escuso-me (pelo menos hoje) a tecer comentários sobre o carácter da pessoa em causa e centro-me na forma e no conteúdo das suas intervenções. Já uma vez, em artigo publicado no jornal “Notícias de Santo Tirso” abordei esse assunto.

O discurso é demagógico, populista, desestruturado, complexo e incompreensível para a população. Não há uma única intervenção que seja clara, objectiva, sensata e bem intencionada. Encerra sempre um interesse pessoal/partidário.

As expressões utilizadas são sempre violentas, agressivas, irascíveis. O objectivo é sempre atacar pessoalmente o Presidente da CMST e o seu partido, ao invés das suas políticas. O remoque e o insulto são repetidamente utilizados.

Atente-se ao exemplo mais recente (uma proposta que o PSD apresentou em reunião de câmara, e que foi rejeitada pelo PS) e veja-se as semelhanças com a forma e o conteúdo dos discursos de outro fraquíssimo líder actual: António José Seguro.

O discurso violento, agressivo e irascível: “os vereadores do PSD ficaram em estado de choque […] prova a falta de cultura democrática da maioria socialista e comprova a sua indisponibilidade para discutir questões incómodas

O discurso complexo e incompreensível: “Pretendia-se que a CMST discutisse e aprovasse uma proposta do PSD referente à participação variável até 5% no IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal na respetiva circunscrição territorial relativa aos rendimentos do ano de 2012

O discurso demagógico e populista: “numa altura em que as famílias passam por enormes dificuldades, é chocante constatar a insensibilidade da maioria socialista, que continua a encher os cofres da câmara, em detrimento das pessoas e das famílias“.

Falta apenas 1 ano para as Autárquicas 2013. O PSD Santo Tirso tem uma oportunidade de ouro para vencer as eleições. Mas vai com toda a certeza perdê-las novamente, à custa da incapacidade e incompetência política de um caudilho e da sua pandilha.

Santo Tirso: Autarcas a olhar para o seu umbigo

A Reforma da Administração Local, inscrita no Memorando de Entendimento (MoU) com a Troika, arrisca-se a ser mais uma a ficar adiada, contribuindo para que o status quo se mantenha e que o país continue a caminhar para um caminho sem retorno.

Segundo o que foi acordado no MoU, esta reforma deveria ter sido concluída em Julho 2012 estando dessa forma em vigor antes das Eleições Autárquicas de Outubro 2013. A verdade é que, chegados a Outubro 2012, o Governo ainda não a implementou.

De qualquer maneira penso que, mais tarde ou mais cedo, ela será implementada. Se não for pela necessidade será pela obrigação. Daí achar muito importante que o Poder Local lhe dê a atenção que merece, a bem do futuro da população e do país.

Em Santo Tirso, depois de se terem organizado vários eventos sobre o tema para “inglês ver”, discutiu-se ontem (com quase 1 ano de atraso) na Assembleia Municipal o assunto. O acontecimento serviu para medir o nível dos autarcas que elegemos.

Para além de servir para medir a qualidade dos nossos autarcas, serviu também para perceber que tipo de interesses defendem. E esses, fica bem patente, não são os da população mas os seus próprios. Dos seus cargos e benesses, bem como dos seus “grupos”.

A CM Santo Tirso, pela mão do Presidente Castro Fernandes, propôs a manutenção das 24 freguesias, o que foi aprovado por maioria. Ou seja, os autarcas querem que tudo fique exactamente como está e nem sequer se dão ao trabalho de pensar/discutir o assunto.

Note-se que muitas Juntas de Freguesia nem sequer enviaram qualquer posição à Assembleia Municipal, mas depois os seus presidentes declararam-se contra qualquer fusão de freguesias e votaram favoravelmente a proposta da CMST. É o poder unipessoal.

Curioso também ver Castro Fernandes e Marco Cunha (Presidente da Junta) dizerem que ninguém veio dizer quais as freguesias que se deviam fundir. Ora senhores! O objectivo é mesmo esse! Serem vocês, que conhecem território e população, a decidir!

Preocupados em perder os “tachos”, os autarcas Tirsenses recusaram fazer parte do processo da Reforma. Arriscam-se portanto (como eu já disse antes) a ter uma reorganização feita por alguém que, num gabinete de Lisboa, não conhece a realidade do concelho.

Muita pena me dá ver concelho e freguesias de Santo Tirso lideradas por esta gente. Alguns deles até contaram com a minha ajuda para serem eleitos. E agora desiludem-me, e a milhares de Tirsenses, demitindo-se das suas funções e olhando apenas para o seu umbigo.

No meio de tanta cacofonia e defesa dos próprios interesses salva-se a intervenção sensata do presidente da JSD local, Rui Batista: “Se optarmos por esta estratégia garantidamente que vem aqui alguém para agregar ou extinguir freguesias“.

Sobre este tema, atempadamente dei o meu contributo e escrevi no jornal “Notícias de Santo Tirso” os seguintes artigos de opinião:

– Dezembro 2011: A reforma do Poder Local
– Janeiro 2012: Santo Tirso de 24 para 4 freguesias

Reviravolta no PS de Santo Tirso

Há precisamente 1 mês atrás eu escrevia que as eleições internas no PS Santo Tirso eram um passo decisivo para Joaquim Couto. Perdendo, o ex-Presidente da CMST não teria mais possibilidade de ser nomeado candidato nas Autárquicas 2013, como pretendia.

O facto é que Joaquim Couto perdeu mesmo para o seu arqui-inimigo Castro Fernandes. O actual Presidente da CMST, viu-se na obrigação de voltar a disputar a concelhia para retirar a possibilidade de Joaquim Couto poder controlar o processo autárquico.

Mas quem diria que uma reviravolta atiraria por terra o que vaticinei. Este sábado, disputava-se a liderança do PS Porto entre José Luís Carneiro e Guilherme Pinto. O Presidente da Câmara de Baião não só venceu como baralhou as contas em Santo Tirso.

A lista que apoiava José Luís Carneiro, encabeçada por José Pedro Machado (dissidente do PS de Castro Fernandes), venceu a lista apoiante de Guilherme Pinto, encabeçada por Ana Maria Ferreira (que seria provavelmente escolhida por Castro Fernandes em 2013).

O que aconteceu é mais significativo do que possa parecer. Em 589 votantes (15% de abstenção) José Pedro Machado venceu com 303 votos contra 286 de Ana Maria Ferreira. Este será o mesmo universo que em Outubro escolherá o candidato nas Autárquicas 2013.

Segundo sei, os estatutos do PS dizem que o vencedor nestas “Primárias” de Outubro terá de ser o candidato autárquico. Mesmo que a Comissão Política local assim não o deseje. Pelo que a “entourage” de Castro Fernandes tem muito com que se preocupar.

Se Ana Maria Ferreira (vice-Presidente da CMST e elemento mais próximo de Castro Fernandes) perdeu a eleição para José Pedro Machado (que manifestamente não tem o mesmo peso político) o que dizer se, em Outubro, tiver de se defrontar com Joaquim Couto.

Quem pensava que, no que toca às Autárquicas 2013, as coisas no PS Santo Tirso estavam resolvidas (e eu era um deles) enganou-se. Muita água ainda vai correr sobre a ponte, e para isso muito contribuiu José Luís Carneiro e o surpreendente José Pedro Machado.

Santo Tirso é lindo. Esta é a realidade?

Santo Tirso é lindo, Santo Tirso é lindo. Esta é a realidade. Santo Tirso é lindo, Santo Tirso é lindo. É a mais bela cidade“. Dois versos que me ensinaram a cantar quando fui caloiro na UTAD, universidade que nesse ano de 1996 tinha já uma grande “comunidade Tirsense”.

E de facto, nessa altura, Santo Tirso ainda tinha algum do seu encanto (obviamente incomparável com o que me dizem ter tido nos primeiros 3/4 do século XX) mas de qualquer forma já se faziam sentir os efeitos de algum declínio na sua qualidade de vida.

Na verdade, em tempos, Santo Tirso foi um dos concelhos mais importantes do país, na medida em que alojava grandes indústrias (nomeadamente têxteis e metalomecânicas). Chegou mesmo a ser o concelho que mais contribuía (em proporção) para a produtividade nacional.

A cidade e o concelho produziam riqueza, a Economia efervescia, a Cultura vivia um estado salutar, o Desporto trazia resultados e alegrias. Estavam disponíveis diversos Serviços (Escola, Hospital, Telefones, Electricidade, Seguros, Banca, etc). O que se chama “qualidade de vida”.

Mas nos últimos anos Santo Tirso vem experienciando dificuldades, consequência de factores externos mas também internos. A crise do sector têxtil, a desagregação da Trofa, e mais recentemente a crise financeira Nacional, vieram retirar a Santo Tirso algum do seu encanto.

E Santo Tirso não se soube reinventar. Aqui incluo não só quem teve de liderar os seus destinos, mas também a população. Não se soube adaptar aos novos tempos e aos novos cenários. Ao invés de lutarem por mais, os Tirsenses iam contentando-se com o pouco que lhes deixavam.

Recordo-me que nos últimos anos a derradeira justificação para considerar que “Santo Tirso é lindo” era a Segurança. Dizia-se que ainda se podia sair de casa (de dia e de noite) à vontade, ainda se podia descansar quando os filhos (crianças e adolescentes) andavam na rua.

Chegados a 2012, o que podemos dizer sobre isso? Tiroteios no Largo da Feira e carros incendiados na Rua Ferreira de Lemos. Notícias que dão conta de um “gang Tirsense” que assassinou um ourives em Viana do Castelo. Jovens detidos, julgados e condenados pelo tráfico de droga.

Escrito num icónico local Tirsense: “A vila de Santo Tirso, de pequenina tem graça. Tem um chafariz no meio, que dá de beber a quem passa“. Pois infelizmente a vila (entretanto promovida a cidade) perdeu a sua graça e já nem o chafariz tira a sede a quem passa. Seja da terra ou forasteiro.

Se os Tirsenses querem mudar este estado de coisas, se querem desviar o rumo em direcção ao caminho certo, terão de tomar o destino nas suas mãos. Como? Participando activamente na sociedade Tirsense. Ao nível Político, Cultural, Desportivo, Económico, Social.

Só desta forma poderão aspirar a ter novamente a qualidade de vida que tinham antigamente, potenciada por outras tantas coisas boas que o século XXI nos trouxe.

Mais um “órgão de comunicação social” em Sto Tirso

Ao que parece, nasceu há umas semanas, um novo “órgão de comunicação social” em Santo Tirso. Chama-se Santo Tirso Jornal e é um jornal online. Tal como é exigível nos dias que correm, está presente no Twitter e no Facebook.

Sempre que aparece um novo órgão de comunicação social a minha vontade é saudar, mas a verdade é que perante o histórico e as circunstâncias, a minha vontade é ser cuidadoso, para não dizer que me apetece já suspeitar.

Que circunstâncias são essas? Ora, pela amostra, as notícias são desfavoráveis ao actual executivo da Câmara Municipal, desfavoráveis ao PS Santo Tirso, e favoráveis ao PSD Santo Tirso. O que nos leva ao histórico.

Que histórico é esse? Num passado não muito longínquo outro jornal, com a mesma linha editorial, nasceu meses antes de umas eleições. Chamava-se Santo Tirso Hoje e “desapareceu” pouco depois da vitória do PS nas Autárquicas 2009.

Existem mais equivalências. Tanto o Santo Tirso Hoje como o Santo Tirso Jornal, não têm rosto. O que a meu ver, por si só, não abona nada em favor da credibilidade e transparência que um órgão de comunicação social deve ter.

Mas existem diferenças. Se o Santo Tirso Hoje tinha um dono (Editirso – Publicidade, Marketing e Comunicação, Lda) o Santo Tirso Jornal inovou e não tem. Presume-se portanto que seja um projecto meramente pessoal.

Ao longo do tempo, temos vindo a assistir ao nascimento e morte de vários “projectos pessoais” deste tipo, que parecem pertencer sempre à mesma pessoa. Não seria mais facil assumir-se, dar a cara, e lutar pelas suas ideias?

A verdade é que não me agrada nada esta tentativa de utilização encapotada de órgãos de comunicação social para cumprir objectivos políticos pessoais. E penso que muito menos deve agradar aos verdadeiros jornalistas.

Autárquicas 2013: Passo decisivo para Joaquim Couto

Joaquim Couto apresentou esta semana a sua candidatura à Comissão Política Concelhia do PS. Órgão que já tinha liderado entre 1988 e 2003. Este é o terceiro passo na – já há muito planeada, e desejada – candidatura autárquica em 2013.

O plano foi bem engendrado. O primeiro passo foi o regresso à militância de base activa em Santo Tirso, depois de muitos anos afastado. O segundo foi a criação do grupo de política, reunindo alguns dissidentes do consulado de Castro Fernandes.

Este terceiro passo, as eleições internas, é um passo decisivo e complicado de dar. Isto porque não depende só da vontade de Joaquim Couto, mas também da capacidade de mobilização da sua equipa e do voto dos militantes socialistas Tirsenses.

Para além disso, do outro lado, está um adversário de “peso”. Castro Fernandes não esconde a aversão pelo seu ex-amigo e está pronto para voltar a assumir a concelhia do PS, apenas e só para evitar que o seu ex-N° 1 consiga lá chegar.

Isto, depois de em 2010 ter passado o testemunho a Rui Ribeiro. Um homem politicamente inapto, que disse não querer ser um boneco nas mãos de um ventríloquo político. E na verdade não foi. Nem isso conseguiu ser. Simplesmente não existiu.

Obviamente que Rui Ribeiro não seria capaz de fazer frente a Joaquim Couto e manter a concelhia na entourage de Castro Fernandes, e por isso vem o “one man show” em socorro para evitar que o arqui-inimigo ganhe o Poder no seu feudo.

Joaquim Couto foi presidente da CMST entre 1982 e 1999, e depois disso esteve “ao serviço” do PS. Foi nomeado Governador Civil do Porto (1999 a 2002) e depois escolhido para lugar elegível nas listas de deputados às Legislativas 2005.

Em 2009 Joaquim Couto teve de retribuir ao PS estas nomeações, e predispôs-se a ser esmagado por Luis Filipe Menezes nas autárquicas 2013, como candidato à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Resultado: 63% vs 25%.

A verdade é que Joaquim Couto fez um trabalho positivo em Santo Tirso, e as andanças pelo Porto (Governo Civil) e Lisboa (Assembleia da República) permitiram-lhe acumular ainda mais experiência política.

Sabe-se que Joaquim Couto é bem visto por vários sectores da sociedade Tirsense, e é querido de uma grande parte da população. Em especial os funcionários da CMST, que apesar de não o poderem manifestar, preferem Couto a Fernandes.

E Joaquim Couto não esconde também o seu sentimento. Disse à Lusa “é necessário dar um safanão, uma refrescadela e uma reforma profunda no PS [de Santo Tirso]“. Numa mais do que óbvia alusão à liderança de Castro Fernandes.

Se Joaquim Couto vencer, será com toda a certeza candidato a presidente da CMST (e a vitória do PS nas Autárquicas 2013 estará mais perto). Se perder, ainda tem outra opção: a (ainda não descartada) candidatura independente.

E essa, a candidatura independente, poderia até ser ainda melhor para ele e para a vida democrática do concelho. Seria com toda a certeza agregadora de várias sensibilidades políticas (e outras) Tirsenses.