Em política é absolutamente essencial que o foco esteja nas ideias, ideais, rumos, estratégias e acções – que nos dias que correm, e perante os problemas que atravessamos, devem ser mais soluções. Mas está hoje provado e comprovado que esses problemas surgiram por causa da incompetência e negligência dos políticos, que inadvertidamente ou propositadamente geriram com dolo a coisa pública. É portanto hoje impossível fazer escolhas políticas sem avaliar também o perfil dos candidatos. O seu passado pessoal, académico, profissional e político. Esta ordem não é inocente e explico porquê.
Considero que um homem digno de representar o povo e de alguma forma o guiar num cargo de liderança política, tenha que ter atrás de si – e em primeiro lugar – uma saudável formação e educação pessoal. Só isso pode garantir que é um homem com valores e princípios. Um homem com uma personalidade bem definida e com carácter. Um homem íntegro, sério, honesto, responsável. Todas elas características essenciais para se poder confiar nas suas mãos não só o destino mas também a gestão do dinheiro (das contribuições) de uma população.
É necessário que haja também um percurso académico que lhe tenha permitido desenvolver as suas capacidades intelectuais, o conhecimento, a cultura. Só isso pode garantir capacidade de raciocínio, de entendimento, e suficiente abertura de espírito para resolver os problemas dos outros. Capacidade de os analisar, de pensar uma solução, de planear a implementação e de ser bem sucedido na sua execução. Não é de todo necessário ter estudos superiores, mas sim ter um percurso bem definido e sucedido, que acima de tudo lhe tenha permitido manter uma permanente actividade intelectual.
A carreira profissional é por regra consequência do percurso académico. E ela deve ser transparente e imaculada, mostrando de preferência uma linha condutora coerente e principalmente resultados positivos. Só isso pode garantir um alto profissionalismo e uma vontade de ir ao fundo das questões, não se ficando apenas pelo superficial. O percurso profissional deve demonstrar inequivocamente uma alta exigência consigo mesmo e um grande brio. Para se ocupar lugares de liderança política é também essencial ter comprovadas capacidades de gestão de pessoas, de expectativas e de conflitos.
O percurso político é a meu ver o menos importante, senão mesmo dispensável nos dias que correm. Isto porque, regra geral, é sinal de interesse partidário, cacique, vício. A experiência política é boa caso advenha do desempenho de cargos públicos electivos e é relevante se redundou em algo concreto e positivo. Naturalmente que a transparência na forma como se foi eleito e desempenhou o cargo é absolutamente crucial. No nosso sistema político a militância e passagem por partidos políticos é quase necessária, mas não é obrigatório (será mesmo desaconselhável) a participação na “máquina”.
Isto vem a propósito de uma insistente tendência nas caixas de comentários deste blogue, onde de cada vez que se critica a falta de perfil, de preparação e de capacidade políticas do candidato da coligação PSD/PPM, alguém (anónimo) vem discorrer sobre o “brilhante” curriculum de Alírio Canceles. Penso que nunca aqui escrevi sobre o tema – talvez porque fosse inexistente – mas vamos a isso. Uma exaustiva pesquisa não permite chegar a dados conclusivos. Nem nas ferramentas oficiais da candidatura existem dados sobre o candidato, pelo que sobre transparência estamos conversados.
O percurso pessoal é desconhecido pela maioria dos Tirsenses, o que acaba por ser normal dado que Alírio Canceles não é o que se chama um “Tirsense de gema”. Nasceu noutro local e estabeleceu-se em Santo Tirso. O que por si só não é uma desvantagem, e o longo período vivido no concelho deveriam conferir-lhe o conhecimento necessário. Em lado algum existem dados sobre o percurso académico ou profissional. Nada sobre as escolas frequentadas ou as funções desempenhadas no mercado de trabalho. Sabe-se apenas que é Técnico do IEFP em Santo Tirso, desconhecendo-se quaisquer avaliações de desempenho ou resultados.
E quanto ao percurso político – o tal que tanto se propala nas caixas de comentários deste blogue e não só – ele divide-se em duas partes. A ocupação de cargos partidários (membro de vários orgãos na estrutura do PSD ao nível local, concelhio e distrital) aos quais chegou trabalhando na tal “máquina”. E a ocupação de cargos públicos sem poder executivo (membro da Assembleia Municipal e vereador sem pelouro) onde chegou a reboque de resultados eleitorias conseguidos por outros, e onde não apresenta qualquer resultado perceptível ou concreto.
A meu ver, é preciso muito mais do que isto para se ter nas suas mãos, e à sua responsabilidade, o futuro dos Tirsenses e o futuro de Santo Tirso.







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