A “limpeza” pode ter início no Porto

Aqueles que nos governam (Primeiro-Ministro, Ministros, Secretários de Estado, Deputados, etc.) não são uma espécie de seres superiores que vieram do planeta Krypton. São pessoas comuns, que um dia andaram na escola connosco, frequentaram os mesmos locais, viveram nas mesmas zonas. Essencialmente, tiveram as mesmas origens.

Foram todos escolhidos pelo partido para ocupar os respectivos cargos. No meu partido, o PSD, a Comissão Política Concelhia indica os seus representantes às listas de candidatos a deputados nas eleições legislativas. Esses serão depois confirmados pela Comissão Política Distrital e validados pela Comissão Política Nacional.

Daí ser extremamente importante que estejamos atentos e interessados na política a nível local, porque é aí que as verdadeiras escolhas se fazem. Quando vamos votar nas eleições, as más escolhas já estão feitas e não temos alternativa. Nessa altura já não estamos a escolher os nossos representantes, apenas a ratificar as escolhas das Comissões Políticas.

Há vários anos que venho dizendo que este é o maior problema que enfrentamos. Porque o desinteresse pela política local abre as portas a que gente menor se apodere dos lugares – nas Comissões Políticas Concelhias e Distritais – que lhes permite depois fazer as escolhas que mais lhes convêm. Na maioria das vezes escolhas más e erradas.

A Comissão Política Distrital do PSD do Porto sempre foi uma das maiores e mais influentes do país. Do distrito do Porto saíram alguns dos maiores e melhores governantes que o PSD teve – a começar por Francisco Sá Carneiro. Mas também foi do Porto que saíram alguns dos piores exemplos – como Marco António Costa.

Foi com o crucial apoio da Comissão Política Distrital do PSD do Porto e das suas Concelhias, bem como com os votos dos militantes activos que a maioria dos líderes do PSD chegaram à Presidência do partido. O que depois lhes permitiu chegar a cargos de governação, nomeadamente a Primeiro-Ministro.

A Comissão Política Distrital do PSD do Porto está, há várias décadas, refém de gente menor, e dos seus caciques. Cujos interesses são apenas e só os seus, e os dos seus amigos. Salvo raríssimas excepções, isso tem-se reflectido de forma cristalina nas escolhas que a Comissão Política Distrital faz para a lista de candidatos a deputados.

Será extremamente difícil, senão mesmo impossível. Tentar arranjar algo que as últimas Comissões Políticas Distritais do PSD do Porto tenham feito em prol do distrito, dos concelhos, das populações. Ou mesmo em benefício do partido e dos militantes. A Comissão Política Distrital tem sido apenas e só instrumento de quem a capturou.

Mas finalmente há luz ao fundo do túnel. As eleições de 30 de Junho de 2018 irão eleger a próxima Comissão Política Distrital, e de entre as três (3) candidaturas há uma, liderada por Alberto Machado, que nos dá a oportunidade única, e quiçá última, de finalmente eleger alguém que, numa palavra, está Limpo.

Sem culpas, sem suspeitas, sem nuvens, sem casos, sem cortinas de fumo. Alguém que é honesto e de confiança. Alguém que é genuíno e responsável. Alguém que é determinado e firme. E mais do que isso, alguém que está acompanhado de gente capaz e competente. Militantes que resolveram dizer “basta”, e que finalmente conseguiram encontrar força e apoio suficiente para derrotar os caciques.

É absolutamente imperativo que nós – os militantes de bem que acreditam que ainda é possível o PSD ser recuperado, e ajudar a recuperar o país – nos mobilizemos no dia 30 de Junho, para votar na lista liderada pelo Alberto Machado.

Note bem os primeiros parágrafos deste texto. A limpeza do partido (e do país) não se faz de cima para baixo. Não será o Presidente da República ou um grupo de elite que irá escolher governantes decentes. Faz-se de baixo para cima. Somos nós, o povo, que temos o dever (mais do que o direito) de escolher quem nos governa.

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