Declarações infelizes do CEO da Novabase?

Trabalhei na Novabase durante 5 anos, onde iniciei a minha carreira de consultor. Tive a oportunidade de fazer parte de projectos desafiadores e clientes interessantes, e de trabalhar ao lado de gente competente. Aprendi imenso, e construí as fundações para uma carreira que tem sido ascendente e recompensadora.

Foi durante esse período (2007 a 2012) que o Luis Paulo Salvado substituiu o fundador, Rogério Carapuça (pessoa que muito estimo e coloco ao nível de homens como Belmiro de Azevedo) como CEO da Novabase. Confesso que enquanto lá estive apreciei as suas intervenções e o seu desempenho – sempre cuidado e discreto.

Creio que não fica bem, ao Luís Paulo e à Novabase, as declarações feitas recentemente, onde diz que com a entrada da Google e Amazon em Portugal aumenta pressão salarial. O talento, a competência e o bom desempenho deve ser reconhecido sempre, de imediato e sem condições ou dependências.

Só reconhecendo e recompensando é que se consegue manter os melhores recursos, que são absolutamente cruciais, para a entrega de bons produtos/serviços aos clientes. Estes que, estando satisfeitos, continuarão a comprar ou fazer negócio com a empresa, gerando mais facturação e lucros.

Há, no ecossistema da Novabase (estudantes de engenharia, funcionários, ex-funcionários, fornecedores, clientes), uma ideia de que a Novabase paga salários que não estão conformes com o talento e a experiência, e que também não recompensa a competência e o bom desempenho.

Estas declarações do Luís Paulo Salvado vêm de certa forma confirmar isso mesmo. Algo que aliás está bem patente em várias das reviews que a Novabase tem em sites como o Glassdoor. Não fica bem, e tenho pena que assim seja. A Novabase perdeu já muito talento por essa razão. Estava na hora de mudar o mindset.

Infelizmente este não é caso único em Portugal. E não admira que as pessoas não se sintam motivadas e felizes no trabalho. O que tem consequente impacto na sua vida pessoal e familiar. Daí que Portugal tenha vindo a recuar como sociedade. Onde tudo é um fado – tristonho, infeliz e pessimista.

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