Vi em diferido, no site da RTP, o debate entre os candidatos a Presidente do Sporting CP, e posso dizer que estou indignado. Foi 1 hora e 30 minutos de debate a falar de Futebol, num clube reconhecidamente eclético.
Dizem mesmo que o Sporting CP é um dos clubes do mundo com mais títulos em todas as modalidades – e para isso com toda a certeza a sua equipa de Futebol foi a que contribuiu menos – e o debate gira apenas á volta do Futebol.
Em 1 hora e 30 minutos de debate, falou-se de modalidades (no geral) durante 3 minutos. O moderador pediu mesmo “respostas telegráficas” sobre o assunto. Nenhuma medida ou estratégia foi transmitida ou abordada.
Naqueles 3 minutos em que se falou de modalidades, todos os candidatos se centraram na construção de um pavilhão, e dois deles fixeram promessas vagas de criar duas modalidades. A saber, ciclismo e voleibol.
Considero isto um insulto para os milhares de atletas, treinadores, dirigentes e funcionários que trabalham diáriamente nas mais variadas modalidades, com condições em nada comparáveis com quem está no Futebol.
Atletas, treinadores, dirigentes e funcionários esses, que com muito sacrifício pessoal e profissional (porque na sua maioria são amadores ou semi-profissionais) enriquecem todos os anos o palmarés do clube com títulos.
É inacreditável que num debate de 1 hora e 30 minutos não haja um (nem um!) candidato que se digne a dedicar algum do seu tempo a falar da parte mais valiosa do clube, as modalidades. Que são a alma do Sporting CP.
Eu, se fosse atleta, treinador, dirigente, funcionário ou apenas sócio do clube, garantidamente não votaria em nenhum destes senhores. E também não compreenderia como há gente das modalidades que aceita fazer parte das suas listas.
E certamente muitos dos que trabalham nas modalidades do Sporting se sentiram mesmo insultados. E com toda a razão.
Não foi só este debate, foi, sim, toda a campanha eleitoral e discursos pós eleições… As modalidades mais uma vez ficaram em segundo plano em prol do “amor futebolístico” deste país…